O tão decantado milagre económico chinês – um esquema D. Branca à escala planetária
Para além das cifras hiperbólicas e mágicas, o mais banal dos observadores começa gradualmente a tomar consciência de que “há algo de podre no Reino da Dinamarca”, ou, neste caso concreto, da China. Não são os investidores gananciosos ou novos avatares de Bernard Madoff ou da D. Branca os responsáveis pelo chamado “milagre económico chinês”, neste momento a segunda economia do planeta e dentro de poucos anos, talvez, a primeira (a ver vamos!). Existem semelhanças iniludíveis e cada vez mais perceptíveis entre as conhecidas pirâmides financeiras fraudulentas e a economia chinesa.
De acordo com os próprios chineses, a RPC necessita de um crescimento anual do respectivo PIB de cerca de 8%, para dar emprego a uma força laboral de 16 milhões de novos trabalhadores que entram anualmente no mercado de trabalho e evitar que essas massas aumentem os índices de desemprego e criem problemas sociais insolúveis. Com efeito, o crescimento a uma taxa altíssima – e acrescentamos, insustentável, a médio e longo prazos, atenta a evolução da economia mundial – permite, aparentemente, controlar o índice de desemprego em valores considerados “saudáveis”, superintender as tabelas salariais, face às contínuas pressões para a alta e sustentar uma crescente população idosa que vai ingressando nas fileiras da aposentação. Numa estranha combinação de exportações, de empréstimos bancários demasiado “generosos”, de uma moeda mantida artificialmente a uma taxa de câmbio irrealista e desconforme à realidade, margens de lucro muito baixas e avultados investimentos estatais, os dirigentes “comunistas”(?) conseguiram manter o crescimento nos níveis actuais. Impressionante! Todavia, está bem de ver que nada disto é consistente. Trata-se de uma estátua gigantesca com pés de barro.
Em suma,
a) A China, para sobreviver economicamente, necessita de taxas consistentes de crescimento do PIB de 8% ao ano;
b) Todavia, as taxas de crescimento requeridas são insustentáveis na medida em que ultrapassam a capacidade efectiva global da RPC. Todo o tipo de esquemas foram adoptados por Beijing para gerar artificialmente essas taxas que não têm base de sustentação na economia real;
c) Aos primeiros sinais de crise, a economia chinesa cairá como um castelo de cartas...e os sinais que chegam de outras paragens e da própria China começam a ser preocupantes (vejam o que aqui já se disse sobre o assunto).
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