quarta-feira, março 30, 2011


Brasil: o verdadeiro o de Dilma, de Lula and their true friends


 Porque é que a “Presidenta” ex-terrorista e o semi-analfabeto, agora doutor por Coimbra, saíram em corrida para regressarem ao “País Tropical”? Ah..porque morreu José de Alencar que foi Vice do Calamar. Mas eles não sabiam que o homem ia morrer e que o fim estava próximo? Sim, mas tem de haver solidariedade e tem de publicamente se tecer loas aos nossos camaradinhas e companheiros de viagem quando morrem. Mas não havia questões de alguma importância para a Dilma tratar em Portugal? Esse negócio da compra do lixo? Sim, mas isso é importante para os lusitanos não para os brasileiros. E quem foi esse Alencar de que tanto falam?  Não terá sido grande coisa a julgar pelo que dizem. Quase canonizado em vida, José Alencar morreu recusando o gesto que se espera de todo o homem que não é canalha: fazer um exame de ADN numa acção de reconhecimento de paternidade. Renegou a filha mais velha e insinuou que a mãe, enfermeira de Caratinga, era “prostituta”. Querem que faça o elogio fúnebre? Deixo isso para o Lula e para a Dilma.
Khadaffi - Tão amigos que nós éramos 


Da hipocrisia dos ocidentais. 


Vejam as fotos e os trajes variados do louco de Tripoli.

Ninguém tem vergonha na cara?

Depois de Lockerbie e do apoio ao terrorismo continuamos a fazer negócios com criminosos? Também vamos fazer negociatas com os "Sopranos"? E porque é nos impedem de contactar os cartéis de Medellín, de Cali ou de Tijuana? 




Vivemos num mundo sem princípios, sem valores e que alegremente se vai enchendo de merda. Porra para isto!


Dilma: Brasil pode comprar dívida portuguesa, mas 'com garantia'

Segundo a edição on-line da revista brasileira "Exame", de ontem, para a presidente, a única alternativa seria comprar títulos que não são AAA e levar algum ativo como garantia

Coimbra, Portugal - A presidente Dilma Rousseff mostrou-se nesta terça-feira disposta a comprar títulos da dívida portuguesa caso seja oferecida "uma garantia" que supra sua baixa qualificação, que foi colocada hoje a só um passo do "bônus lixo".
"A única alternativa que nós vemos para esse caso (a baixa classificação dos bônus portugueses) é comprar títulos que não são triplo AAA com uma garantia", afirmou Dilma.
A presidente iniciou nesta terça-feira na cidade de Coimbra, a 200 quilômetros ao norte de Lisboa, uma visita de dois dias a Portugal para assistir a uma homenagem a seu antecessor, Luiz Inácio Lula de Silva, e realizar contatos "políticos" com as autoridades do país.
Sem fornecer mais detalhes sobre a possibilidade de aquisição da dívida portuguesa, Dilma apontou em declarações aos jornalistas que a operação demandaria "uma garantia" ou "algum ativo que suprisse essa deficiência".
A chefe de Estado lembrou as "regras estritas" que existem para utilizar os fundos brasileiros e destacou que é "uma questão de negociação".
No entanto, expressou a intenção do Brasil de "ajudar" Portugal, porque "não é um parceiro qualquer".
Nesta terça-feira, Dilma fez uma visita privada em Coimbra e esteve na universidade da cidade, uma das mais antigas da Europa e na qual Lula receberá nesta quarta-feira o título "doutor honoris causa".

Comentário: Dilma quer garantias. Quais, exatamente? Ou quer levar lixo para casa. Não tem lá bastante no morro da Rocinha? Mas quem é que no seu perfeito juízo quer comprar lixo? Em questões financeiras não se fazem favores. Que os tugas não esperem jeitinhos dos nossos amigos brasileiros, porque não há nada para ninguém...
Crise - Última hora! Situação altamente preocupante




Ele anda a ouvir coisas...

Já todos sabíamos que o país se encontrava mergulhado numa profunda crise...

Agora isto....

Será que ensandeceu!!!
Era só o que nos faltava.....!
Um lusitano campeão mundial do salto à vara

Vejam este prodígio do atletismo indígena!
Deu o salto da Tugalândia até Moçambique....











Supomos que este assunto, pela sua relevância para a vida nacional, para a diplomacia económica, designadamente para as relações com o Brasil e com Moçambique e, last not least, para o círculo íntimo das amizades de Sócrates, agora que está  a fazer as malas para ir à vida, também terá sido abordado com Dilma Rousseff em tête-à-tête.

terça-feira, março 29, 2011

FMI e Grécia

Circula na Net um mail que refere as principais medidas postas em vigor pelo Governo helénico. Como já o recebi pela quarta vez, vou transcrevê-lo para vossa leitura e apreciação, antecedido de quatro pequenos comentários e esclarecimentos da minha lavra:
(a)                    algumas das medidas implementadas já o foram em Portugal - por exemplo, o IVA já está a 23%; os impostos que presentemente recaem sobre os automóveis são já muito superiores aos que se cobram na Grécia (IA acrescido de IVA o que consiste numa dupla tributação abusiva e ilegal, quer perante o direito interno, quer comunitário)
(b)                    O salário mínimo grego (740 Euros) é muito superior ao lusitano (485). Os jovens em regime de trabalho precário vão receber 592 Euros/mês e os muito jovens (15 a 18 anos) 518, o que não tem termo de comparação em Portugal, com ordenados bem mais miseráveis. O regime de recibos-verdes e a precariedade lusitana são bem piores.
(c)                     Os gregos recebiam não 14, mas 15 salários anuais (Natal, Férias e Páscoa)! Viva o luxo!
(d)                    A pensão mínima garantida em terras do verdadeiro Sócrates é de 360 Euros. Alguém quer comparar com as pensões tugas?
Podíamos continuar com um  extenso rol de comentários, mas deixo isso ao cuidado dos leitores e a ulteriores posts.
Segue, pois:
PARA QUE CONSTE…

Na Grécia, o FMI deu nisto. Com as devidas proporções preparem-se para o que nos vai sair na rifa.
Sector Público
                Corte do subsídio de férias e natal para todos os empregados públicos que ganhem mais de 3000€/mês brutos. Quem ganhar menos de 3000€ vai receber 250€ pela Páscoa, 250€ no Verão e 500€ no Natal; 

                Reduzir os subsídios de 8 a 20% no sector público estado e 3% nas empresas públicas

                Uniformizar todos os salários pagos pelo estado;

                Congelar todos os salários do sector público até 2014.

 
Sector Privado
                Chegou-se a um acordo colectivo, assinado em 15 de Julho, pelo qual os empregados do sector privado na Grécia continuam a receber o seu salário anual em 14 pagamentos (chegou a ser sugerido passar para 12 pagamentos). Não houve aumentos em 2010 e prevê-se aumentos de 1.5 a 1.7% para 2011 e 2012 - muito abaixo da inflação actual que ronda os 5.6%.

                Imposição de um imposto aplicado uma única vez às empresas que tenham tido mais de 100 000€ de lucro em 2009:
                                  100 000 a 300 000: 4%;
                                  300 001 a 1 000 000: 6%;
                                  1 000 001 a 5 000 000: 8%;
                                  Mais de 5 000 000: 10%.

                Alargar os limites pelos quais os empregadores podem despedir funcionários:
                                  Empresas com até 20 empregados: sem limite;
                                  Empresas com um número de empregados entre 20 e 150: até 6 despedimentos por mês;
                                  Empresas com mais de 150 empregados: até 5% dos efectivos ou 30 despedimentos por mês.

                Redução das indemnizações por despedimento, que também poderão ser pagas bimensalmente;

                Pessoas jovens, com menos de 21 anos podem ser contratadas durante um ano recebendo 80% do salário mínimo (592€). O pagamento da segurança social também será apenas de 80% e findo o ano de contrato têm direito a ingressar nos centros de emprego;

                Pessoas com idades entre os 15 e os 18 anos podem ser contratadas por 70% do salário mínimo, o que dá 518€;

                Os empregados considerados redundantes não podem contestar o despedimento a menos que o empregador concorde;

                Empregados pela primeira vez, com menos de 25 anos, podem ser pagos abaixo do salário mínimo;

                Pessoas que auto empregadas com OAEE (sistema de seguro para empresários em nome individual), que por qualquer motivo não tenham trabalho, são cobertos pelo seguro durante até dois anos desde que:
                                  Tenham trabalhado um mínimo de 600 dias, mais 120 por cada dia acima dos 30 anos até terem chegado aos 4500 dias ou 15 anos de trabalho;
                                  Não estejam segurados por um seguro do sector público.

                Liberalização das profissões ou sectores fechados (são aquelas profissões ou sectores que necessitam de autorizações do estado ou que estão altamente reguladas, tais como notários, farmácias, cirurgiões, etc). Esta medida não foi implementada dado que há processos a decorrer no Tribunal Europeu;

                Cancelar o segundo pagamento de pagamentos de solidariedade (NT: não sei muito bem a que se referem estes pagamentos.);

                Aumentar as contribuições para a segurança social em 3%, tanto para empregados como empregadores.
Pensões/Reformas
Notar que a reforma do sistema de pensões já tinha sido discutida muito antes da entrada do FMI, mas nunca tinha sido implementada. A Grécia tem uma percentagem desproporcionada de população idosa, cerca de 2.6 milhões e uma população activa na ordem dos 4.4 milhões, isto para uma população total de 11.2 milhões. Isto obriga o estado a contrair empréstimos para puder efectuar os pagamentos mensais. A 8 de Julho aprovou um conjunto de princípios depois de terem sido efectuadas mais de 50 emendas à lei. As medidas mais importantes foram:
 
                Cortar os subsídios de férias e natal para todos os pensionistas que recebam mais de 2 500€/mês brutos. Aqueles que ganhem menos de 2500€ vão receber 200€ pela Páscoa, 200€ pelo Verão e 400€ no Natal;

                Cortar os subsídios de férias e natal para todos os pensionistas com menos de 60 anos, excepto para aqueles que tenham o número mínimo de anos de contribuição, tenham menos dependentes ou estudantes com menos de 24 anos a viver na mesma casa;

                Todas as pensões congeladas até 2013;

                Calculo das pensões tendo em conta toda a carreira contributiva. Vai estar em vigor um sistema de transição até 2015;

                Passagem da idade de reforma no sector público e privado para os 65 anos;

                Ajustes da idade de reforma tendo em conta a esperança média de vida a partir de 2020;

                As pessoas podem-se reformar a partir dos 60 anos com penalizações de 6% por cada ano, ou aos 65 anos com pensão completa depois de 40 anos de serviço. A partir de 2015 ninguém abaixo dos 60 se poderá reformar;

                Os trabalhadores que tenham trabalhos de desgaste rápido podem reformar-se a partir dos 58 anos (antes era 55) a partir de 2011;

                Desconto para um fundo de solidariedade social (LAFKA), a ser feito pelos pensionistas que ganhem mais de 1400€, a partir de 1 de Agosto de 2010:
                                  1401 a 1700: 3%;
                                  1701 a 2300: 5%;
                                  2301 a 2900: 7%;
                                  2901 a 3200: 8%;
                                  3201 a 3500: 9%;
                                  Mais de 3500: 10%.

                Aumento da idade de reforma para mães trabalhadoras:
                                  No sector privado: para 55 (era 50) em 2011, 60 em 2012 e 65 em 2013;
                                  No sector público: para 53 em 2011, 56 em 2012, 59 em 2013, 62 em 2014 e 65 em 2015;
                                  Com três filhos: 50 em 2011, 55 em 2012 e 60 em 2013.

                Retirada da pensão aos ex-empregados públicos que sejam apanhados a trabalhar e tenham menos de 55 anos; Corte em 70% se tiverem mais de 55 anos e se a pensão for mais de 850€/mês. A partir de 2011;

                Limitar a transferência de pensão de pais para filhos segundo critérios de idade e rendimento, o que inclui o pagamento de 26 000 a filhas divorciadas ou solteiras de empregados bancários e empregados públicos. Se os filhos podem receber duas destas transferências, apenas receberão uma delas, a maior, a partir de 2011;

                A pensão completa pode ser transferida para viúvas(os) se a data da morte ocorreu após cinco anos de casamento e o cônjuge vivo tem mais de 50 anos e se certos parâmetros de rendimentos são cumpridos. No entanto, durante os primeiros três anos após a morte os pagamentos serão retidos;

                Estabelecimento de uma pensão mínima garantida de 360€;

                As pensões não devem exceder 65% do rendimento auferido enquanto se trabalhava (anteriormente este número podia chegar aos 96% baseado nos últimos anos de trabalho e nos mais bem pagos);

                Os que não pagaram segurança social podem receber a pensão mínima desde que tenham mais de 65 anos, não tenham rendimentos e que vivam há mais de 15 anos na Grécia;

                Fusão dos 13 fundos de pensão Gregos até 2018. Os fundos dos trabalhadores por conta de outrem, agricultores, empresários em nome individual e trabalhadores do sector público, serão integrados na segurança social até 2013;

                Reduzir o número de fundos que servem os advogados, engenheiros, jornalistas e médicos;

                Reforma completa das condições de reforma dos militares e forças de segurança o que inclui aumentar a idade de reforma e a remoção de bónus especiais;

 
Impostos
                IVA: todas as taxas de IVA foram aumentadas 10%: 5 para 5.5%, 10% para 11% e 21 pra 23%;

                Imposto sobre tabaco, bebidas alcoólicas e combustíveis: imposto adicional de 10%;

                Imposto em automóveis de luxo (novos e usados): 10 a 40% baseado no valor em novo e no valor de mercado;

                Publicidade na TV: toda a publicidade na TV está sujeita a um imposto de 20% a partir de 2013;

                Imposto especial de 1% para aqueles que tenham um rendimento líquido de 100 000€ ou mais.”


Pergunta que se impõe para finalizar:

            Quem tem medo do Lobo Mau?


 

Geração à Rasca (Mia Couto)

O escritor moçambicano Mia Couto, escreveu o texto que se segue que está a ter larga difusão na Net e que me chegou às mãos recentemente, faço-o acompanhar de um breve comentário anónimo, mas certeiro, creio que já publicado num blogue da Tugalândia que igualmente recebi.
Passo a transcrever:
“Um dia, isto tinha de acontecer.Existe uma geração à rasca?Existe mais do que uma! Certamente!Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numaabastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhesas agruras da vida.Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidarcom frustrações.A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e tambémestão) à rasca são os que mais tiveram tudo.Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infânciae na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seusjovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos. 

Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, aminha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos)vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiramnos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem delesa geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhesderam uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais dediversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustívelcheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando asexpectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuoupresente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer omelhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantasvezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual nãohavia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenadocom que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes. 

Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... Avaquinha emagreceu, feneceu, secou. 

Foi então que os pais ficaram à rasca.Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchemPavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas ondenão se entra à borla nem se consome fiado.Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuara pagar restaurante aos filhos, num país onde  uma festa deaniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada apais.São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água eda luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para queos filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade,nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração. 

São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a terde dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, eque por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têmdireitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas,porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem,querem o que já ninguém lhes pode dar! 

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelomenos duas décadas. 

Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito porescolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe naproporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com queo país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, poiscorrespondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidadeoperacional.Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar emsítio nenhum. Uma geração que tem acesso a  informação sem que issosignifique que é informada; uma geração dotada de trôpegascompetências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada pornão poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geraçãoque deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade quequeimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal adiferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do queeste, num tempo em que nem um nem outro abundam.Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundocomo mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como asfoi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco nãolhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir demontada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre odesespero alheio. 


Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade einteligência nesta geração?
Claro que há.
Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam noretrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, enem  são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, comotodos nós).Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamadospudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalhambem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultadosacadémicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromosque só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e,oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e asubir na vida. 

E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dosnossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugaresa que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar noque ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecidae indevidamente?!!! 

Novos e velhos, todos estamos à rasca.Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firmeconvicção de que a culpa não é deles.A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nemfazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, ea sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.Haverá mais triste prova do nosso falhanço?Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, deuma generalização injusta.Pode ser que nada/ninguém seja assim.
 Mia Couto”


Comentários:

"Será que isto é assim?
NÃO, NÃO É ISTO MESMO!
Não estou minimamente de acordo. Não me parece que minimizar ou, mesmo, escamotear um problema real e pungente da nossa sociedade conduza aonde quer que seja. Haverá, certamente, muitos jovens da chamada geração à rasca, da qual não faço parte, diga-se de passagem (estou à rasca, como a maioria dos portugueses,  mas por outras razões), que se inscrevem no segmento dos privilegiados e que beneficiaram de todas as benesses e de todas as mordomias, mas a esmagadora maioria não. Todos sabemos que isso é verdade.
Quando mais de um quarto de milhão de pessoas de todas as idades e condições sociais vem para a rua berrar em incomensuráveis decibéis que está farta desta trampa e que está à rasca, bem pode meter Mia Couto o dedo da escrita no cú e chupá-lo para ver a que sabem as suas ideias e pregações de merda.
Mas porque carga de água é que um moçambicano nos vem pregar lições de moral? Ele que se preocupe com os problemas que tem na sua terra e que não são poucos do que vir hipocritamente com a sua croniqueta presunçosa  dar-nos conselhos, que dispensamos, como eles, moçambicanos, independentes que são, dispensam, certamente, os nossos.
O que a geração à rasca e todos os enrascados deste país - quase 10 milhões  de lusitanos de boa cêpa - querem é uma verdadeira mudança, mudar de sistema e de regime político, fazer a verdadeira revolução que ainda não chegou, pôr termo à corrupção, ao compadrio e ao nepotismo, acabar com a minha geração e com a seguinte que irresponsavelmente, isso, sim - reconheço-o, sem complexos -, conduziram o país ao poço sem fundo em que se encontra.
Queremos de facto outra coisa, queremos que a voz da cidadania se faça ouvir, que os sentimentos genuínos dos que sofrem se façam sentir, mas para tal não precisamos de lições de moral dos estrangeiros, ainda se tivessem algum dinheiro para acudir às nossas depauperadas bolsas, mas, como bem sabemos, no caso vertente, nem isso.     Então, calem-se, de vez. "

 Com uma ou outra ressalva, subscrevo quase na íntegra o comentário supra. 
Se o país está à rasca quem é que não está à rasca?

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