segunda-feira, maio 30, 2011

Teste para as eleições



Para a solução do problema que toda a gente tem em mente, ou seja  "em quem vamos votar?",  proponho-vos um pequeno teste:

Responda sinceramente

1. Está de acordo ou aceita como inevitável o MOU troika-Portugal ou recusa o dito acordo liminarmente?

2. Se recusa, vota BE ou CDU, pode mesmo ser em estilo moeda ao ar. Vamos lá por partes: mais "prá frentex", bloco; mais conservador, estilo classe operária da Baixa da Banheira, então vota PC e fellow travellers.
No fundo, votar Bloco ou CDU é relativamente inconsequente, porque nem um nem outro têm qualquer hipótese de chegar ao Poder. Todavia, se se pretende dar alguma expressão a vozes de discordância no Parlamento, com repercussão (limitada) nos media é um caminho a escolher..
 A meu ver, se quer dar um murro na mesa e mandar tudo às urtigas, na lógica do quanto pior melhor, as opções são estas e neste caso será até  preferível votar no Bloco de Esquerda. Não se perde nada com o quiosque e marca-se uma posição clara.

 3. Se, de algum modo aceita o MOU da troika - independentemente das razões que o levam a isso: então tem 3 opções: ou o Sócrates y sus muchachos ou o Pedrinho de Massamá ou o Paulinho das feiras. As diferenças ideológicas entre eles são praticamente nulas. Existem diferenças de estilos e de personalidades. That's all folks! What did you expect? 

4. Se opta pelo Sócrates e xuxas, está a premiar o verdadeiro fautor da crise – embora, não seja o único -  e, além disso, a incompetência, a corrupção, a aldrabice e blá-blá-blá-blá e ainda blá, ou seja está a beneficiar o infractor, que nunca se sentará, como devia, no banco dos réus. Creio bem que seria a última das hipóteses, neste segundo leque de alternativas. De qualquer forma, existe, mesmo assim, uma ténue hipótese de ganhar e, nesse caso, teria de governar em coligação. Todavia, se isso vier a acontecer - cruzes, canhoto! -, Sócrates seria forçado a passar a bola para outro comparsa dentro do partido, porque PSD e CDS decididamente não alinham com ele. Logo, as coisas começariam mal, muito mal, mesmo, e o país correria o risco sério de se tornar ingovernável. Votar Sócrates é o pior de todos os cenários concebíveis!.

5. Se escolhe o Pedrinho de Massamá, está a dar um tiro no desconhecido, senão um tiro no pé, o que, em ambos os casos de figura,  pode ser perigoso. O homem não tem grandes ideias quanto à governação do país, jamais se refere ao MOU da troika – ou seja, ao verdadeiro programa de governo (Tem medo, respeita algum tabu ou não o quer aplicar? Decida-se lá uma vez por todas. Vamos!), não é credível, não inspira confiança, não tem experiência, nem estofo, nem, quiçá, equipa para lidar com os problemas da magnitude que se põem a Portugal nos próximos tempos. Acresce que tem todo o baronato novo e velho contra. Até pode ganhar o pleito, mas só poderá governar em coligação, a pé-coxinho e sem alma.

6. Resta o Paulinho. Não abono muito em favor do candidato, sobretudo pelo seu perfil moral e pela sua trajectória política. Não me esqueço quando era director do falecido “Independente” e deitava abaixo o Cavaco, sem qualquer sentido, semana sim, semana sim, para permitir a entrada triunfal do Guterres. Pois, então! Não está acima de qualquer suspeita. Não, senhor, não está! Tem, porém, experiência governativa e algumas figuras de certa valia no seu grupo. Possui também algumas ideias (sobretudo na área social, agrícola, de segurança, etc.), o que, obviamente, não chega para conquistar S. Bento e as respectivas subidas nas sondagens demonstram de modo inequívoco  que as suas perspectivas eleitorais são por ora mais do que  insuficientes para o alcandorar a esse grande voo.  Ah, mas pode, porém, ser o "pivot" da situação pós-eleitoral e terá que dispor de algum peso para o efeito. Vai ser o factor decisivo e muito provavelmente irá para o Poder, ou, antes, irá partilhá-lo com alguém, numa segunda posição com algum músculo e voz grossa.  Por conseguinte, trata-se de uma hipótese a ponderar, com muitas, mas, mesmo, muitas  reservas, bem entendido.     

7. Votar em branco, nulo ou nos partidos de cácaracá é um voto totalmente inútil e para tal não é preciso ir às urnas. Não tem qualquer influência no resultado final, a não ser que alimente convicções estilo José Saramago, seja amigo dos animais, da extrema-direita skin  ou dos madeirenses frustrados e queira actuar em solidariedade  com estas nobres ideias. O país, porem, não vai nessas cantigas e a opção por essa bambochata não serve rigorosamente para coisa alguma, a não ser para folclore.



8. Resumindo e concluindo, na lógica do vai ou racha:
- Se vai, então voto útil no Portas.
- Se racha (que não é para já, entenda-se), voto útil no BE.

9. É claro que, como já o disse, inúmeras vezes,  não me sinto identificado com o sistema - que não é credível, nem representativo - e entendo, com todas as minhas forças,  que o regime tem de mudar, mas, por ora, não estão reunidas as condições para tal. Logo há que dar tempo ao tempo e aguardar que  o próximo governo atire a Tugalândia para a inevitável e inescapável insolvência (com ou sem MOU) ou para o fundo do caixote de lixo da História e depois construiremos alguma coisa. Do caos há-de um dia nascer a luz. É de novo o Big bang!

sexta-feira, maio 27, 2011


Afro-americanos no Congresso dos EUA 




Dois afro-americanos foram recentemente eleitos para o Congresso norte-americano e ambos são Republicanos. O tenente-coronel Allen West é do Sul da Florida. Ganhou o sufrágio sem grandes dificuldades. Este novo membro da Câmara de Representantes foi um comandante extremamente popular no Iraque. Foi, porém, forçado a reformar-se mais cedo, interrompendo uma brilhante carreira militar, porque durante uma acção de combate muito intensa alguns dos seus homens foram capturados. Ao mesmo tempo que isto ocorria, os seus soldados detiveram um dos indivíduos que estava com os rebeldes iraquianos que tinham aprisionado os seus homens.
O tenente-coronel West apercebeu-se de que o factor tempo era crucial e que os seus interrogadores não iam a parte alguma com o prisioneiro. Decidiu então tomar o assunto directamente entre mãos. Irrompeu pela sala de interrogatórios e exigiu, através de um intérprete, que o prisioneiro lhe dissesse para onde tinham levado os seus homens. Perante a recusa obstinada do preso, o tenente-coronel sacou da pistola apontou-a aos testículos do preso e disparou. Em seguida, Allen West disse-lhe que não falharia o próximo tiro. Então o preso replicou imediatamente que iria mostrar-lhe o local para onde tinham sido levados  os soldados norte-americanos. Estes foram salvos. Todavia, alguém apresentou um relatório em que era mencionado um “tratamento incorrecto de prisioneiros” (incorrect handling of prisoners) por parte do referencado. Perante isto, o tenente-coronel West foi forçado a pedir a aposentação antecipada.
Já reformado, Allen West foi eleito em Novembro do ano passado para o Congresso dos EUA pela Florida. Durante a campanha eleitoral fez parte de um painel organizado pelo Instituto Hudson que debateu o tema do relacionamento com os muçulmanos. A sua resposta, em menos de um minuto é bem clara e podem consultá-la aqui.
Neste âmbito o Corão é bem claro: “Matem os idólatras onde quer que se encontrem” Sura 9:5. Com efeito, este capítulo 9 versículo 5, é bem claro, inscreve-se na teologia da jihad e é simultaneamente defensivo e ofensivo. É dirigido contra todos os pagãos: os que vivem próximos ou distantes da doutrina e pregação de Maomé.


 

Em quem votar?  2/2



Como muito boa gente ainda se orienta por essas noções algo primárias de esquerda e direita – e sem embargo da minha falta de fé nesses dogmas -, penso que me situo num estreitíssimo quadrante de “centro” (para facilitar a vossa leitura e reflexão), considerando-me mesmo um “radical de centro”, que me seja relevado o paradoxo. Por outras palavras, não me reconheço nem na esquerda, nem na direita tradicionais, que para mim não fazem qualquer sentido. Sou totalmente agnóstico em relação à partidocracia dominante, exclusiva, abrangente, sufocante e oligárquica.

·      Acredito, isso sim, que a cidadania tem de estar plenamente representada no sistema político e não está.
·      Acredito e defendo, contra ventos e marés, o Estado Social, muito embora tenha de ser adaptado ao nosso tempo e às condições objectivas da nossa sociedade.
·      Acredito, com todas as minhas forças,  na imprescindível moralização da nossa vida pública e que os prevaricadores têm de ser punidos.
·      Acredito, pois, que tem  de haver um grau mínimo de honestidade na política, ou seja que certas verdades têm de ser ditas doa a quem doer. É no fundo o discurso Churchilliano do “sangue, suor e lágrimas” – não ganha  votos, mas é imprescindível num momento de crise grave. Nesta encruzilhada, o povo chegou a um ponto tal, em que está farto de mentiras e aceita as verdades, por mais duras que elas sejam. Mentir é pior. Revela-se totalmente contraproducente. Resta convencer Sócrates, os seus amiguitos e fellow travellers  desta evidência.
·      Acredito que o sistema tem ser reformulado de alto a baixo, garantindo uma maior voz à cidadania, às organizações não governamentais, aos núcleos de base, ao homem da rua (isto não é demagogia, é a democracia real e é possível!). Não podemos estar sujeitos à partidocracia dominante e que tantos prejuízos nos tem trazido. É difícil, mas é possível. Esta classe política tem de ser erradicada de vez. À direita, ao centro e à esquerda, é uma gente gasta, irreciclável e sem possibilidade de recuperação.
·      Finalmente, acredito que atingimos uma encruzilhada a que o Poder político (leia-se, toda a classe política conhecida, sem excepções), que dispõe de pouca (ou nenhuma) credibilidade, é incapaz de responder. A questão principal é o próprio regime. É este que está em causa e sem qualquer possibilidade de redenção. Podemos afirmar, sem grandes hesitações, que o ciclo se esgotou. Nesta conformidade, temos de construir nós próprios o nosso futuro, o dos nosso filhos e dos nossos netos.  

Será isto que realmente queremos? Quanto mais tempo teremos de suportar esta canga?

Em quem votar?  1/2



Os portugueses estão perante eleições decisivas em que, a bem dizer, não dispõem de grandes opções:
-       de um lado, têm um trio com um programa comum – O chamado Memorando de Entendimento com a troika (Portugal: Memorandum of Understanding on Specific Economic Policy Conditionality de 3 de Maio de 2011)
-       e do outro 2 partidos ditos de esquerda, com programas e ideias inexequíveis que se opõem ao trio, global e individualmente, ou seja de per si.
As diferenças entre os três partidos do trio com o dito programa comum (os programas próprios de cada um não interessam a ninguém e não são verdadeiros programas – são apenas folhas de papel, para uma leitura em diagonal, desatenta e bocejante) são apenas detectáveis em função das personalidades que dirigem e integram os diferentes partidos, de estilos e de alguns pormenores e matizes de governação futura. Portanto, na da de verdadeiramente relevante.
O Memorando traça um programa para os próximos anos que o trio assume e a que não pode fugir. Quanto ao mais, nenhum dos elementos do trio tem ideias e muito menos quaisquer luzes para o médio e longo prazos. É deixar correr o marfim. Ponto final.
Quanto às duas pequenas forças de oposição (comunistas e bloquistas) podem dizer o que lhes vier à cabeça, pois, com mais demagogia ou menos demagogia, mais protesto ou menos protesto, jamais se sentarão na cadeira do poder e sabem-no. Quem quiser jogar no desconhecido, emitir um voto de contestação ou de sanção, ou pura e simplesmente desperdiçar  o seu voto pode votar no bloco ou na CDU. Se votar nas pequenas formações partidárias, nulo ou em branco é quase a mesma coisa. A diferença – pequena diferença - é que no bloco ou na CDU terá representantes na Assembleia, nos outros, nem isso. Logo, não servem rigorosamente para nada.
Votar no PS – e aparentemente 30 e não sei quantos por cento parece que tencionam votar neles (!) – é avalizar 15 anos quase contínuos de desgovernação – apenas interrompidos por 2 anos e meio de  executivos PSD – e ipso facto passar a Sócrates y a sus muchachos um atestado de satisfação, contentamento e de esperança. Para trás ficam os optimismos bacocos, as mentiras, as trafulhices, a corrupção, o nepotismo e a má fé e... não vos vou maçar com mais palavreado. Nas suas várias metamorfoses, José Sócrates passou de Dr. Pangloss, a Pinóquio para terminar no XVII Congresso do PS em digno émulo de  Kim Il Sung (com 95% de votos favoráveis). Como dizia, António Barreto “José Sócrates tem de ser punido. Tem de ser severamente punido”. Logo, em princípio e em condições normais, não deveria beneficiar de um terço das intenções de voto, mas de 5 ou 8%, quando muito. Infelizmente, não é isso que sucede.
Votar no PSD? Trata-se de um partido de senhores feudais e de grandes interesses, amiúde divergentes. O actual líder para além de inexperiente – muito embora e contrariamente ao que se pensa, isto é capaz de não ser muito importante: quantos políticos de sucesso há por esse mundo fora, sem terem tido experiência prévia? – tem, porém, uma tendência natural para a asneira, para a falta de senso, apesar da pretensa postura de “homem de estado, ponderado e tranquilo”. Não consegue transmitir uma imagem de confiança e de credibilidade o que é extremamente grave para as suas pretensões à liderança do partido e do país, impedindo-o, em termos objectivos, de chegar aonde quer. Depois, preconiza a liberalização irrestrita, o que se afigura muito perigoso e pode pôr em causa, irremediavelmente, o Estado Social.
A terceira opção consiste no CDS de Paulo Portas. As designações e a própria tradição portuguesa que o “arruma” num desvão de escada qualquer da chamada “direita” são enganosas. Trata-se de um partido com bem mais preocupações sociais que o PSD e com algumas (poucas) ideias para certos sectores específicos (agricultura, pensões dos antigos combatentes, por exemplo). Paulo Portas é um político bem estruturado, com a cabeça arrumada, mas perigoso e mauzinho. Quando era director do “Independente”, semana após semana, a long, long time ago in a galaxy, far, far away, entreteve-se a atacar Cavaco Silva até que o deitou abaixo with a little help from his friends . Ou seja, fez bem o trabalho de sapa e facilitou, então, a vida ao PS. Ninguém se lembra? Mas será, mesmo, que ninguém se lembra?
Escolher um dos três terá que ser na lógica da opção pelo mal menor: o PS de Sócrates seria hipótese a excluir à partida (não se pode beneficiar o infractor e premiar o aldrabão), Coelho não me parece uma opção válida, nem me inspira qualquer confiança (além disso, não tem capacidade para segurar os “barões)”, Portas, muito embora ponha em causa o seu carácter, seria, talvez, um caso a ponderar e apenas isso. Não me perguntem mais nada. Todavia, jamais será Primeiro-Ministro por razões óbvias.    
            Olhem, que venha o diabo e escolha!

quinta-feira, maio 19, 2011


May 19, 2011


The Egyptian Muslim Brotherhood (MB) officially registered Wednesday for the formation of a new political wing, paving the way for the establishment of the Freedom and Justice Party. With parliamentary elections scheduled in September, Freedom and Justice is expected to do well at the first polls of the post-Mubarak era. Just how well is the main question on the minds of the country’s ruling military council, which would prefer to hand off the day-to-day responsibilities of governing Egypt, while holding onto real power behind the scenes. 

Leading MB official Saad al-Katatny, one of the founders of Freedom and Justice, said he hopes for the party to officially begin its activities June 17, and to begin selecting its executive authority and top leaders one month later. Members of Egypt’s Political Parties Affairs Committee will convene Sunday to discuss the application and will announce their decision the next day. They are expected to approve the request. Three and a half months after the fall of Hosni Mubarak, Egypt’s leading Islamist group is on the verge of forming an official political party for the first time in its history. 

Following Mubarak’s ouster, MB wasted little time in seizing what it saw as the group’s historical moment to enter Egypt’s political mainstream. They announced plans to form a political party on Feb. 14. The Supreme Council of the Armed Forces (SCAF), which took over administration of the country following the deposal of Mubarak, did nothing to hinder this development, despite the military’s deep antipathy toward Islamist groups. Political instability was (and is) rampant in the country, and the military sought to find a balance that would allow it to maintain control while appearing amenable to the people’s demands, and bring life back to normal. Opening up political space to Islamist groups, including at least two emerging Salafist parties, and announcing plans for fairly rapid elections, was seen by the military as the most effective way to achieve this balance. 

It bears repeating that what happened in Egypt in January and February did not constitute a revolution. There was no regime change; there was regime preservation, through a carefully orchestrated military coup that used the 19 days of popular demonstrations against Mubarak as a smokescreen for achieving its objective. Though a system of one-party rule existed from the aftermath of the 1967 War until Feb. 11 of this year, true power in Egypt since 1952 has been with the military and that did not change with the ouster of Mubarak. What changed was that for the first time since the 1960s, Egypt’s military found itself not just ruling, but actually governing, despite the existence of an interim government (which the SCAF itself appointed). 

The SCAF wants to get back to ruling and give up the job of governing, but it knows that there has been a sea change in Egypt’s political environment that prevents a return to the way things were done under Mubarak. The days of single-party rule are over. If the military wants stability, it is going to have to accept a true multiparty political system, one that allows for a broad spectrum of participation from all corners of Egyptian society. The generals can maintain control of the regime, but the day-to-day affairs of governance will fall under the control of coalition governments that could never have existed in the old Egypt. 

This opens the door for MB to gain more political power than it has ever held and explains why its leaders were so quick to announce their plans for the formation of Freedom and Justice in February. But the group has tempered eagerness with caution. MB is aware of its reputation in the eyes of the SCAF (and the outside world, for that matter) and is playing a shrewd game to dispel its image as an extremist Islamist group. It has been publicly supportive of the SCAF on a number of occasions, and has marketed Freedom and Justice as a non-Islamist party — it includes women and one of its founders is a Copt — based on Islamic principles. MB has also insisted that the new party will have no actual ties to the Brotherhood itself (though this is clearly not the case), while promising that it will not field a presidential candidate in polls due to take place six weeks following the parliamentary elections. In addition, MB has pledged to run for no more than 49 percent of the available parliamentary seats. This is designed to reassure the SCAF that it does not immediately seek absolute political power. 

Focusing on whether the SCAF is sincere in its publicly stated desire to transform Egypt into a democracy misses the more important point, which is that the military regime feels it has no choice but to move toward a multiparty political system. The alternatives — military dictatorship and single-party rule — are unfeasible. But there are red lines attached to the push toward political pluralism, and MB is aware of these. Trying to take too much, too quickly, will only incite a military crackdown on the political opening the armed forces have engineered in the last three months. As for the SCAF, it is willing to give Freedom and Justice a chance in the new Egypt, so long as the underlying reality of power remains the same.
Egyptian Muslim Brotherhood on the March, but Cautiously is republished with permission of STRATFOR."

Gandhi – desfazendo certos mitos


Para a história permanece o mito de Mahatma Gandhi, glorificado nos media, nos livros, filmes, nos discursos oficiais, nas estátuas, na origem do Movimento dos Não-alinhados e no imaginário popular. A realidade, porém, parece ter sido outra.


The DEFACTO!!!!!


An extract from a letter written by P.V. Chakraborty, former Chief Justice
of Calcutta High Court, on March 30 1976, reads thus:

When I was acting as Governor of West Bengal in 1956, Lord Clement Attlee, who as the British Prime Minister in post war years was responsible for India’s freedom, visited India and stayed in Raj Bhavan Calcutta for two days.

I put it straight to him like this: ‘The Quit India Movement of Gandhi practically died out long before 1947 and there was nothing in the Indian situation at that time which made it necessary for the British to leave India in a hurry. Why then did they do so?’

In reply Attlee cited several reasons, the most important of which were the INA activities of Netaji Subhas Chandra Bose, which weakened the very foundation of the British Empire in India, and the RIN Mutiny which made the British realize that the Indian armed forces could no longer be trusted to prop up the British.

When asked about the extent to which the British decision to quit India was influenced by Mahatma Gandhi’s 1942 movement, Attlee’s lips widened in smile of disdain and he uttered, slowly, ‘Minimal’.

* * * * *
Quem foi Netaji Subhas Chandra Bose? O que foi a revolta RIN?


Netaji Subhas Chandra Bose – nasceu em 1897 e terá morrido em Taiwan, num desastre de avião em Agosto de 1945 (não há qualquer confirmação quanto ao seu falecimento). Netaji, como é popularmente conhecido, preconizava nas décadas de 20, 30 e 40, do século XX,  a independência imediata e total da Índia do domínio colonial britânico. Foi particularmente incisivo no decurso da II Guerra Mundial em que procurou extrair vantagens da debilidade do Reino Unido no decurso do conflito e da instabilidade poltica então prevalecente. Manifestou simpatias pelo Eixo, designadamente pelos nazis, tendo fugido para a Alemanha em 1941 e mais tarde aliou-se com os japoneses. Aparentemente, apesar de quem afirme o contrário, não nutria simpatias pelos fascistas, mas actuava apenas por interesse político. Não era apologista da “não violência”, mas antes da luta armada. Formou o All India Forward Bloc, um partido radical, a que Gandhi e Nehru se opunham. 


RIN - O Motim da Royal Indian Navy ou Motim de Bombaim foi uma greve geral e subsequente rebelião dos marinheiros indianos a bordo dos navios e das instalações navais terrestres, no porto de Bombaim, em 18 de Fevereiro de 1946. A revolta teve por fundamento reivindicações alimentares e de condições de vida. Desse foco inicial, a revolta espalhou-se por todo o sub-continente, granjeando apoios vários na então Índia Britânica,  de Carachi a Calcutá. No cômputo final, terá envolvido 78 navios, 20 bases navais e 20.000 marinheiros. O motim teve o apoio da Força Aérea e de parte do Exército. Foi desconvocado devido a pressões muito fortes de altas figuras do partido do Congresso e da Liga Muçulmana. A partir desse momento, o  Reino Unido teve a consciência plena que já não podia contar com a lealdade das forças armadas indianas.

quarta-feira, maio 18, 2011


A crise iminente do dólar norte-americano 2/2



O problema de fundo
Nas últimas décadas, os EUA beneficiaram de uma posição histórica única. Como nação dominante, num mundo unipolar, crescentemente globalizado, a respectiva moeda – o dólar – é muito procurada como valor refúgio. Por outras palavras, os investidores e os bancos centrais dos outros países procuram alternativas às suas próprias moedas, presumivelmente menos estáveis e mais débeis. Este apetite insaciável pelo dólar à escala planetária deu de mão beijada aos governantes e aos consumidores norte-americanos um cartão de crédito praticamente sem limite, de que têm usufruído largamente nas última duas décadas.
Consequentemente, hoje, os EUA são a nação do globo mais endividada e a expansão económica corrente só é possível porque o Japão, a China e a Europa estão dispostos a financiar o défice comercial norte-americano, concedendo efectivamente cerca de 800 mil milhões de dólares anualmente. Isso processa-se através dos dólares com que os cidadãos estado-unidenses  adquirem Toyotas, perfumes franceses e gadgets electrónicos “made in China” e os utilizam para comprar obrigações do tesouro dos EUA e outros produtos financeiros norte-americanos.
Em suma, para que as coisas fiquem claras a dívida dos Estados Unidos ascende a 60 biliões de dólares ou 800.000 por cada família de 4 pessoas, um fardo claramente insustentável. Quando os parceiros comerciais dos EUA constatarem que Washington se encontra numa situação real de insolvência (o que no meu entender, é, de facto, iminente – só não vê quem não quer ver), deixarão de lhe emprestar dinheiro (por outras palavras, utilizarão os seus dólares para comprar  euros, ienes, francos suíços ou ouro em vez de obrigações do tesouro norte-americano) e o valor do dólar vem por aí abaixo. O processo, com efeito já começou, com a marcada rarefacção da procura  por dólares, o que se traduziu numa redução do valor do dólar em relação a um cabaz das principais moedas em mais de um terço, na última década. Mas isto é apenas o começo. O dólar deteve durante décadas o monopólio incontestado da moeda do comércio internacional. Hoje uma parte considerável das transacções são já estipuladas em euros, ienes e francos suíços. Os sinais de mudança vêm-nos, precisamente, na China, Médio Oriente e países da OPEP, tradicionais detentores de dólares. Com efeito, a posição dominante está a ser atacada, especialmente, no cenário pós-2008 (crise do subprime)
Mas o que é que sucederá realmente quando o dólar colapsar?
O cenário será globalmente negativo. Quando os investidores estrangeiros e os bancos centrais deixarem de querer dólares, os preços das obrigações do tesouro cairão, que é, no fundo uma outra forma de dizer que os juros dos EUA irão subir. As taxas de juro para as hipotecas e para o  crédito ao consumo crescerão exponencialmente, forçando a economia norte-americana a entrar em recessão. O Governo dos EUA reagirá abrindo a comporta monetária, imprimindo irrestritamente papel moeda à medida das necessidades para evitar que a sua economia entre em colapso total. Este disparar do aumento dos fundos monetários artificialmente disponíveis, por acção politica deliberada, vai atirar o dólar ao tapete e os preços deixarão de ter qualquer controlo. Nesta ordem de ideias, as poupanças dos cidadãos comuns deixarão de possuir qualquer valor, bem como os títulos, fundos e outros produtos financeiros que eventualmente disponham. Por outras palavras, o dinheiro deixará de ter valor, com o consequente vendaval de falências que se avizinha. Os problemas sociais serão bem entendidos incomensuráveis e sem qualquer solução viável à vista
Depois a “doença do dólar” tornar-se-á global e é inevitável que isso assim aconteça. Vivemos numa economia global e ninguém conseguirá evitar o contágio. O actual crescimento anémico da Europa e do Japão, ou mais sólido da China e dos demais BRICs, só tem sido possível pela disponibilidade dos consumidores norte-americanos em comprarem Suzukis, Mercedes, brinquedos e DVDs chineses. O rápido afundamento do dólar será acompanhado por uma valorização acentuada das moedas europeias e asiáticas tornando os respectivos produtos incomportáveis para as bolsas norte-americanas que reagirão por comprar produtos alternativos nos EUA (se é que ainda existem...) ou, pura e simplesmente, por não comprar nada.  Ao interpretarem correctamente esta mudança estrutural nos padrões de aquisição dos EUA como constituindo uma ameaça aos sectores vitais de exportação, os líderes europeus e asiáticos responderão com a única arma que têm à sua disposição: a inflação monetária. Reduzirão drasticamente as taxas de juro e comprarão dólares com as suas moedas, inundando o mundo com euros, ienes e yuans, tal como hoje os EUA inundam o globo com dólares. O resultado destas “desvalorizações competitivas” constituirá numa espiral de morte para as chamadas divisas fortes, em que as obrigações europeias e asiáticas terão o mesmo destino das obrigações dos EUA.
O tsunami está pois à porta.
Recomendo a leitura dos meus posts anteriores.


A crise iminente do dólar norte-americano (1/2)



Não é preciso ir à bruxa, nem consultar as cartas de tarot, para prever que a crise do dólar, ou o modo como as perturbações na moeda dos EUA caracterizarão  o termo do QE2 (Quantitative Easing 2) no segundo trimestre de 2011, irão seguramente constituir o início de uma desvalorização maciça (30%, no espaço de meia dúzia de semanas), com repercussões à escala mundial..
A inflação nos EUA situa-se presentemente em cerca de 10%. Seria este o número a anunciar oficialmente,  se acaso as autoridades norte-americanas utilizarem a mesma metodologia que era usual antes de 1980, no momento em que Paul Volcker, então  presidente do banco central (Federal Reserve), rebentou com a espiral inflacionária que varria o país.
Todavia, infelizmente, os dados estatísticos oficialmente disponíveis estão a ser manipulados porquanto utilizam metodologias disparatadas que foram adoptadas na era Reagan e permaneceram alegremente até hoje nas páginas dos media, fazendo fé como a Bíblia.  As estatísticas a utilizar, porque mais próximas da realidade e seguindo metodologias anteriores à era Reagan, com padrões reconhecidos e fiáveis, são as do site ShadowStats. A este respeito, é interessante notar que alguns dos meios de comunicação social económico-financeiros, como por exemplo, a CNBC, dedicam-lhe crescente atenção.     
            A inflação nos EUA tem-se acelerado (oficialmente, cifra-se abaixo dos 4%, mas no ShadowStats aproxima-se, cada vez mais, dos 10%) e alguns líderes da finança norte-americana, como o CEO da Wal-Mart, assim o admitem. O QE2, no fundo a disponibilização de dinheiro à banca pela Federal Reserve, garantindo-lhe liquidez, quer, principalmente, através da injecção de “reservas” por via electrónica, quer pelo velho método de impressão de notas, está a ter um efeito devastador em termos de preços dos bens de consumo, designadamente dos produtos alimentares. A curto ou médio prazo, podemos entrar numa situação de total descontrolo do IPC. 

segunda-feira, maio 16, 2011

Dominique Strauss-Kahn - Para quem ainda tem dúvidas.

Acabei de obter o depoimento dos detectives da polícia de Nova Iorque (NYPD), não me perguntem como.

sábado, maio 14, 2011


Sobre/acerca de diplomatas e suas famílias: perguntas sem resposta a S. Exa. MNE




Complementos de pensão - Porque é que foram suspensos os complementos de pensão aos diplomatas aposentados, para os aproximar aos salários dos diplomatas  jubilados? Que “irregularidades administrativas” foram detectadas pelo Tribunal de Contas? Que auditoria está em curso nas Necessidades? O problema é da MUDIP, do FRI ou de ambos? Com que direito é que o Ministro mandou suspender os ditos complementos de pensão desde Janeiro último? 

Suspensão dos complementos de pensão de viuvez – Porque razão foram suspensos estes subsídios que variavam entre os 100 e os 300 euros? Também por alegadas “irregularidades administrativas” ou por serem “legalmente duvidosos”? Será justo cortar sem mais formalidades essas míseras compensaçõezecas  às viúvas dos diplomatas falecidos? Não será isto de um mesquinhez a toda a prova. Será que Amado dorme bem todas as noites?

Diplomatas em casa – Porque razão estão em casa 24 diplomatas (corrijam-me a cifra se acaso estou enganado quanto ao número exacto), a receber como se estivessem no activo, mas no “dolce far niente”? Se não servem porque é que chegaram às categorias a que chegaram (muitos foram chefes de missão em postos de respnsabilidade)? Se têm processos disciplinares ou autos de averiguações pendentes, não deveriam continuar no activo até ao cabal esclarecimento dessas situações? Não se aplicará aqui a figura da presunção da inocência? Se são incompetentes, porque é que se mantém ao serviço, nesta fórmula cinzenta e bacoca tão do agrado do Ministro? 

A Líbia, Kaddafi e o Ocidente


Algumas observações para reflexão do leitor, o que não significa que estejamos necessariamente de acordo com o que se segue:

“O que os Media NÃO mostram:

 I - KADDAFI, POR PIOR QUE SE QUEIRA CONSIDERAR OU JULGAR, TEMOS QUE REFERIR E DAR A CONHECER QUE A ONU CONSTATOU EM 2007, O SEGUINTE:
 1 – O maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de toda a África;
 2 - Ensino gratuito até à Universidade;
 3 - 10% dos alunos universitários estudam na Europa, nos EUA, e noutros países, com tudo pago;
4 - Ao casar, qualquer casal recebe até 50.000 US$ para aquisição bens pessoais;
 5 - Sistema médico universal e gratuito, rivalizando com os sistemas europeus, dispondo de equipamentos da última geração;
6 – Os cidadãos e as empresas beneficiam de empréstimos pelo Banco estatal sem juros;
7 – Foi inaugurado em 2007, o maior sistema de irrigação do mundo (o denominado “Man Made River”), que vem gradualmente transformando o deserto (ou seja, 95% do território líbio) em herdades e terrenos férteis produtores de alimentos e propícios à criação de gado;

 II - ENTÃO, PORQUÊ ATACAR A LÍBIA, VISANDO DESTRUI-LA?....

Existem três (3) motivos principais:

 1 - Controlar a sua extracção de  petróleo, de excelente qualidade e com uma produção provada superior a 45 mil milhões de barris em reservas;

 2 - Fazer com que a totalidade do mar Mediterrâneo fique sob controle da NATO, a que só falta, agora, acrescentar a Síria;

 3 - E, provavelmente, um dos motivos primordiais, reside no facto do Banco Central Líbio não estar atrelado ao sistema financeiro mundial. As respectivas reservas são compostas por várias toneladas de ouro, dando cobertura ao valor da moeda, o dinar, desconectado de quaisquer flutuações do dólar.
Registe-se que o  sistema financeiro internacional ficou literalmente possesso com Kaddafi, por este ter apresentado e quase conseguido, que os países africanos adoptassem uma moeda única desligada do dólar.

III – CONSEQUÊNCIAS DO ATAQUE HUMANITÁRIO PARA “LIBERTAR” O POVO LÍBIO:

1 - A NATO controlada pelos EUA, já bombardeou as principais cidades líbias com milhares de bombas e mísseis, cada um deles com capacidade para destruir um quarteirão inteiro. Os prédios e infra-estruturas de água, esgotos, gás e luz encontram-se seriamente danificados;

 2 - As bombas usadas contem DU (Urânio esgotado) cujo tempo de vida corresponde a cerca de 3 mil milhões de anos (provocando  vários tipos de cancro e deformações genéticas);

3 - Metade das crianças líbias estão psicologicamente traumatizadas por causa das explosões que parecem um
terramoto e racham as casas;

 4 - Com o bloqueio marítimo e aéreo da NATO,
as crianças sofrem principalmente com a falta de remédios e de alimentos;

 5 - Em boa parte do país, a água deixou de ser  potável
Mais uma vez as crianças são as principais vítimas;

 6 - Cerca de 150.000 pessoas por dia, deixam o país
através das fronteiras com a Tunísia e o Egipto. Vão para
o deserto ao relento, sem água nem comida;

 7 - Mesmo que o bombardeio terminasse hoje, cerca de 4 milhões de pessoas, de uma população total calculada em 6,5 milhões de pessoas, necessitariam de ajuda
humanitária para sobreviver, em especial  água e comida..

Em suma:
O bombardeio "humanitário", acabou com a nação Líbia. Nunca mais haverá a nação Líbia. Foram varridos do mapa tudo em nome da DEMOCRACIA e dos DIREITOS HUMANOS!!!!!!

É TÃO SIMPLES QUANTO ISTO!, COMO SE ESSAS VIDAS NADA REPRESENTASSEM..., A FAVOR DE UMA LIBERDADE QUE SÓ OS EUROPEUS E AMERICANOS CONHECEM!!!!! E QUANDO LHES
CONVÉM…"


No comments!

Obama - Osama

Carlos Fuentes
9 May. 11





La minoría extrema de la derecha en EE.UU., el Tea Party, quiere enjuiciarlo y expulsarlo de la presidencia. La mayoría del Partido Republicano busca mil maneras de dificultarle el ejercicio del poder. Donald Trump, peinado por la ley de la gravedad, duda de que Obama sea ciudadano de los EE.UU. Las reformas del presidente a las leyes de salud son disputadas por los intereses favorables a una medicina des-regulada, que sirva a compañías de seguros, negándoles seguridad a los ancianos y a los enfermos irremediables. Las leyes que han salvado a la industria automotriz ni se discuten. Pero las leyes para la banca son burladas por los salarios estratosféricos que los banqueros se atribuyen a sí mismos.

La derecha critica sistemáticamente a Barack Obama y algunos lo consideran "comunista". La extrema izquierda, asimismo, siente que sus políticas son demasiado tímidas. Y un periodista, hace un par de semanas, le espetó en la reunión del presidente con la prensa: "¿Por qué tolera usted el terrorismo y no hace nada al respecto?".

Como es su costumbre, Obama mantiene la calma, sonríe y luego actúa. Tiene que vérselas con un Congreso que no le da todo lo que quiere. Debe negociar, sin ceder ante el Tea Party pero arrebatándole a esa facción legisladores republicanos por gracia del acuerdo moderado.

Todo ello sitúa a Obama en el centro del espectro político, a veces más a la derecha pero sólo en virtud de negociaciones que inevitablemente conceden, a veces más a la izquierda donde está el corazón del profesor de Harvard que prefirió ser consejero de causas sociales y combatir a la pobreza en Chicago, que abogado de grandes compañías en Nueva York.

Pero en el centro-centro, en el corazón de corazones, está un hombre tranquilo, lejano a la "gracia" exigida al político del norte, reservado y dispuesto, llegado el caso, a actuar con todo el poder a su alcance para obtener resultados precisos, aunque peligrosos y a veces hasta imprevisibles.

Este es el Barack Obama que ordenó el asalto a la fortaleza invisible por su visibilidad, del terrorista Osama Bin-laden en Pakistán. Operación unilateral y silenciosa: el gobierno de Pakistán no es confiable y hace fortuna con su duplicidad. Operación encargada a los Seals, equipo sin compasión o dilación que en cuarenta minutos descabezó a Al-Qaeda diez años después de los ataques suicidas del 9/11 a Nueva York, Pennsylvania y Washington y los veintidós -veintidós- ataques de Al-Qaeda a hoteles, sinagogas, consulados, automóviles, trenes, refinerías, embajadas, de Túnez a Madrid, de Londres a Riyadh, de Filipinas a Marruecos, con más de ochocientos muertos, aparte de los tres mil asesinados en los ataques a las Torres Gemelas en septiembre de 2001.

¿Merecía compasión este asesino en serie, Osama Bin-laden? ¿Merecía llegar vivo a un tribunal para ser juzgado y sentenciado por sus crímenes? Esto se debate hoy. Lo indebatible es la vida perdida por tantos inocentes en todo el mundo por la saña ideológica de Bin-laden. No lo excusa su fe, como no excusó la fe a la Santa Inquisición ni la falta de fe al emperador romano Nerón. La creencia -en el nazismo, el comunismo, el nacionalismo, el imperialismo- no excusa una sola muerte inocente. Invocando a Alá, Osama Bin-laden actuaba en nombre del Diablo, un diablo, es cierto, que muchos seres humanos llevamos dentro pero al que no le damos rienda suelta por una sola y profunda razón: el respeto a las vidas ajenas.

Osama Bin-laden carecía de ese respeto a los demás. Todos eran carne de su cañón ideológico-religioso. Osama tiñó a la religión de Mahoma de un color -el de la muerte- que no es el de Islam. Muchos ciudadanos de su cultura religiosa se dieron cuenta de la falsedad y lo abandonaron. Al morir Bin-laden, el Yihadismo era ya una bandera rasgada, casi el cruel capricho de un árabe multimillonario decidido a seguir jugando a la guerra.

Destaco, con alegría, que la muerte de Bin-laden, por más que su cadáver siga provocando sobresaltos, coincide con el despertar democrático del norte de África, de Siria y Yemen. Una gran fortuna: estos movimientos de libertad no han sido auspiciados por el Occidente. No podían serlo: Europa y los EE.UU., en proporciones distintas, apoyaron a los dictadores de Túnez y Egipto y aún al lunático Gadafi en Libia. Mubarak, en Egipto, aceptó esta anomalía para negarle vida a la Palestina libre que, ahora, la Asamblea General de la ONU proclamará el venidero septiembre, dándole serios dolores de cabeza a Benjamin Netanyahu y proponiendo dos grandes cambios: que el centro-izquierda vuelva al poder en Israel y que la facción palestina Hamas reconozca al estado judío.

El Occidente tiene graves culpas que purgar en el área mediterránea. Ahora, le toca reconocer y apoyar a los movimientos democráticos de Egipto y Túnez, de Marruecos y Yemen, de Siria y Argelia. Apoyarlos mas no encabezarlos. La singularidad de lo ocurrido en calles y plazas de El Cairo y Damasco y Túnez y Marrakech es que ocurre sin manipulación externa, europea o norteamericana. Son movimientos locales, propios de cada sociedad y a cada sociedad le corresponde trazarse su propio porvenir y saldar su propio pasado. Jóvenes, estudiantes, clase media, trabajadores, amas de casa: son visibles, allí están. Con ellos está la esperanza de países norafricanos libres, de un Mediterráneo sur sin ninguna obligación con el Mediterráneo norte que la de la relación normal en democracia.

Faltan muchas batallas. Habrá muchos retrocesos. Pero la realidad está clara y está alli.

Nota: Carlos Fuentes é um dos mais conhecidos escritores e ensaístas mexicanos e uma referência das letras e cultura ibero-americanas.