segunda-feira, janeiro 31, 2011

 Aposentados de ouro puro na Comissão Europeia






Recebi por e-mail um texto que divulgo sem comentários e que considero relevante para todos, como segue:


"PARA NOS ASSUSTAREM E NOS MANTEREM CALADOS E QUIETOS, FAZEM CONSTAR QUE SE A U.E. SE DESAGREGAR, A EUROPA VIRARÁ UM CAOS! A  SALVAÇÃO DOS EUROPEUS É , NO ENTANTO, VOLTAR COM TUDO AO ANTIGO, ELIMINAR ESTES POLÍTICOS CORRUPTOS, CONTROLAR AS FRONTEIRAS E CADA PAÍS REORGANIZAR UMA POLÍTICA REALÍSTICA QUE PRIVILEGIE A PRODUÇÃO INDUSTRIAL, A AGRICULTURA E O COMÉRCIO EXTERNO, DE FORMA A CRIAR EMPREGOS E PODER ECONÓMICO !SE NÃO SE FIZER ISTO, BYE-BYE EUROPA!!!


Já reparou? Os políticos europeus estão a lutar como loucos para entrar na administração da UE !
E por quê?

Leia  o que segue, pense bem e converse com os amigos.
Envie isto para os europeus que conheça!
Simplesmente, escandaloso!

Foi aprovada a aposentadoria aos 50 anos com 9.000 euros por mês para os funcionários da EU!!!. Este ano, 340 agentes partem para a reforma antecipada aos 50 anos com uma pensão de 9.000 euros por mês.

Sim, leu correctamente!

Para facilitar a integração de novos funcionários dos novos Estados-Membros da UE (Polónia, Malta, países da Europa Oriental ...), os funcionários dos países membros antigos (Bélgica, França, Alemanha ..) receberão da Europa uma prenda de ouro para se aposentar.

Porquê e quem paga isto?

Você e eu estamos a trabalhar ou trabalhámos para uma pensão de miséria, enquanto que aqueles que votam as leis se atribuem presentes de ouro.
A diferença tornou-se muito grande entre o povo e os "Deuses do Olimpo!"

Devemos reagir por todos os meios começando por divulgar  esta mensagem para todos os europeus.
É uma verdadeira Mafia a destes Altos Funcionários da União Europeia ....

Os tecnocratas europeus usufruem de verdadeiras reformas de nababos ...
Mesmo os deputados nacionais que, no entanto, beneficiam do "Rolls" dos regimes especiais, não recebem um terço daquilo que eles embolsam.
Vejamos! Giovanni Buttarelli, que ocupa o cargo de Supervisor Adjunto da Protecção de Dados, adquire depois de apenas 1 ano e 11 meses de serviço (em Novembro 2010), uma reforma de 1 515 € / mês. O equivalente daquilo que recebe em média, um assalariado francês do sector privado após uma carreira completa (40 anos)..
O seu colega, Peter Hustinx acaba de ver o seu contrato de cinco anos renovado.  Após 10 anos, ele terá direito a cerca de € 9 000 de pensão por mês.

É simples, ninguém lhes pede contas e eles decidiram aproveitar ao máximo. É como se para a sua reforma, lhes fosse passado um cheque em branco.

Além disso, muitos outros tecnocratas gozam desse privilégio:
1. Roger Grass, Secretário do Tribunal Europeu de Justiça, receberá € 12 500 por mês de pensão.
2. Pernilla Lindh, o juiz do Tribunal de Primeira Instância, € 12 900 por mês.
3. Damaso Ruiz-Jarabo Colomer, advogado-geral, 14 000 € / mês.
Consulte a lista em:
http://www.kdo-mailing.com/redirect.asp?numlien=1276&numnews=1356&numabonneXSSCleaned=62286

Para eles, é o jackpot. No cargo desde meados dos anos 1990, têm a certeza de validar uma carreira completa e, portanto, de obter o máximo: 70% do último salário. É difícil de acreditar ... Não só as suas pensões atingem os limites, mas basta-lhes apenas 15 anos e meio para validar uma carreira completa, enquanto para você, como para mim, é preciso matar-se com trabalho durante 40 anos, e em breve 41 anos.
Confrontados com o colapso dos nossos sistemas de pensões, os tecnocratas de Bruxelas recomendam o alongamento das carreiras: 37,5 anos, 40 anos, 41 anos (em 2012), 42 anos  (em 2020), etc. Mas para eles, não há problema, a taxa plena é 15,5 anos... De quem estamos falando?
Originalmente, estas reformas de nababos eram reservadas para os membros da Comissão Europeia e, ao longo dos anos, têm também sido concedida a outros funcionários. Agora eles já são um exército inteiro a beneficiar delas:: juízes, magistrados, secretários, supervisores, mediadores, etc.

Mas o pior ainda, neste caso, é que eles nem sequer descontam para a sua grande reforma. Nem um cêntimo de euro, tudo é à custa do contribuinte ...
Nós, contribuímos toda a nossa vida e, ao menor atraso no pagamento, é a sanção: avisos, multas, etc.
Sem a mínima piedade. Eles, isentaram-se totalmente disso. Parece que se está a delirar!

Esteja ciente, que até mesmo os juízes do Tribunal de Contas Europeu que, portanto, é suposto « verificarem se as despesas da UE são legais, feitas pelo menor custo e para o fim a que são destinadas », beneficiam do sistema e não pagam as quotas.
E que dizer de todos os tecnocratas que não perdem nenhuma oportunidade de armarem em «gendarmes de Bruxelas» e continuam a dar lições de ortodoxia fiscal, quando têm ambas as mãos, até os cotovelos, no pote da compota?
Numa altura em que o futuro das nossas pensões está seriamente comprometido pela violência da crise económica e da brutalidade do choque demográfico, os funcionários europeus beneficiam, à nossa custa, da pensão de 12 500 a 14 000 € / mês após somente 15 anos de carreira, mesmo sem pagarem quotizações... É uma pura provocação!

O objectivo é alertar todos os cidadãos dos Estados-Membros da União Europeia. Juntos, podemos criar uma verdadeira onda de pressão.

Não há dúvida de que os tecnocratas europeus continuam a gozar à nossa custa e com total impunidade, essas pensões. Nós temos que levá-los a colocar os pés na terra.

«Sauvegarde Retraites» realizou um estudo rigoroso e muito documentado que prova por  "A + B" a dimensão do escândalo. Já foi aproveitado pelos media.

http://www.lepoint.fr/actualites-economie/2009-05-19/revelations-les-retraites-en-or-des-hauts-fonctionnaires-europeens/916/0/344867 "

domingo, janeiro 30, 2011


Egipto: Revolta à beira Nilo
January 29, 2011 | 2207 GMT

Egyptian President Hosni Mubarak remains the lifeblood of the demonstrators, who still number in the tens of thousands in downtown Cairo and in other major cities, albeit on a lesser scale. After being overwhelmed in the Jan. 28 Day of Rage protests, Egypt’s internal security forces — with the anti-riot paramilitaries of the Central Security Forces (CSF) at the forefront — were glaringly absent from the streets Jan. 29. They were replaced with rows of tanks and armored personnel carriers carrying regular army soldiers. Unlike their CSF counterparts, the demonstrators demanding Mubarak’s exit from the political scene largely welcomed the soldiers. Despite Mubarak’s refusal to step down Jan. 28, the public’s positive perception of the military, seen as the only real gateway to a post-Mubarak Egypt, remained. It is unclear how long this perception will hold, especially as Egyptians are growing frustrated with the rising level of insecurity in the country and the army’s limits in patrolling the streets.
There is more to these demonstrations than meets the eye. The media will focus on the concept of reformers staging a revolution in the name of democracy and human rights. These may well have brought numerous demonstrators into the streets, but revolutions, including this one, are made up of many more actors than the liberal voices on Facebook and Twitter.
After three decades of Mubarak rule, a window of opportunity has opened for various political forces — from the moderate to the extreme — that preferred to keep the spotlight on the liberal face of the demonstrations while they maneuver from behind. As the Iranian Revolution of 1979 taught, the ideology and composition of protesters can wind up having very little to do with the political forces that end up in power. Egypt’s Muslim Brotherhood (MB) understands well the concerns the United States, Israel and others share over a political vacuum in Cairo being filled by Islamists. The MB so far is proceeding cautiously, taking care to help sustain the demonstrations by relying on the MB’s well-established social services to provide food and aid to the protesters. It simultaneously is calling for elections that would politically enable the MB. With Egypt in a state of crisis and the armed forces stepping in to manage that crisis, however, elections are nowhere near assured. What is now in question is what groups like the Muslim Brotherhood and others are considering should they fear that their historic opportunity could be slipping.
One thing that has become clear in the past several hours is a trend that STRATFOR has been following for some time in Egypt, namely, the military’s growing clout in the political affairs of the state. Former air force chief and outgoing civil aviation minister Ahmed Shafiq, who worked under Mubarak’s command in the air force (the most privileged military branch in Egypt), has been appointed prime minister and tasked with forming the new government. Outgoing Intelligence Chief Omar Suleiman, who has long stood by Mubarak, is now vice president, a spot that has been vacant for the past 30 years. Meanwhile, Defense Minister Field Marshal Mohammed Hussein Tantawi (who oversees the Republican Guard) and Egypt’s chief of staff of the armed forces, Lt. Gen. Sami Annan — who returned to Cairo Jan. 29 after a week of intense discussions with senior U.S. officials — are likely managing the political process behind the scenes. More political shuffles are expected, and the military appears willing for now to give Mubarak the time to arrange his political exit. Until Mubarak finally does leave, the unrest in the streets is unlikely to subside, raising the question of just how much more delay from Mubarak the armed forces will tolerate.
The important thing to remember is that the Egyptian military, since the founding of the modern republic in 1952, has been the guarantor of regime stability. Over the past several decades, the military has allowed former military commanders to form civilian institutions to take the lead in matters of political governance but never has relinquished its rights to the state.
Now that the political structure of the state is crumbling, the army must directly shoulder the responsibility of security and contain the unrest on the streets. This will not be easy, especially given the historical animosity between the military and the police in Egypt. For now, the demonstrators view the military as an ally, and therefore (whether consciously or not) are facilitating a de facto military takeover of the state. But one misfire in the demonstrations, and a bloodbath in the streets could quickly foil the military’s plans and give way to a scenario that groups like the MB quickly could exploit. Here again, we question the military’s tolerance for Mubarak as long as he is the source fueling the demonstrations.
Considerable strain is building on the only force within the country that stands between order and chaos as radical forces rise. The standing theory is that the military, as the guarantor of the state, will manage the current crisis. But the military is not a monolithic entity. It cannot shake its history, and thus cannot dismiss the threat of a colonel’s coup in this shaky transition.
The current regime is a continuation of the political order, which was established when midranking officers and commanders under the leadership of Gamal Abdel Nasser, a mere colonel in the armed forces, overthrew the British-backed monarchy in 1952. Islamist sympathizers in the junior ranks of the military assassinated his successor, Anwar Sadat, in 1981, an event that led to Mubarak’s presidency.
The history of the modern Egyptian republic haunts Egypt’s generals today. Though long suppressed, an Islamist strand exists amongst the junior ranks of Egypt’s modern military. The Egyptian military is, after all, a subset of the wider society, where there is a significant cross- section that is religiously conservative and/or Islamist. These elements are not politically active, otherwise those at the top would have purged them.
But there remains a deep-seated fear among the military elite that the historic opening could well include a cabal of colonels looking to address a long-subdued grievance against the state, particularly its foreign policy vis-à-vis the United States and Israel. The midranking officers have the benefit of having the most direct interaction — and thus the strongest links — with their military subordinates, unlike the generals who command and observe from a politically dangerous distance. With enough support behind them, midranking officers could see their superiors as one and the same as Mubarak and his regime, and could use the current state of turmoil to steer Egypt’s future.
Signs of such a coup scenario have not yet surfaced. The army is still a disciplined institution with chain of command, and many likely fear the utter chaos that would ensue should the military establishment rupture. Still, those trying to manage the crisis from the top cannot forget that they are presiding over a country with a strong precedent of junior officers leading successful coups. That precedent becomes all the more worrying when the regime itself is in a state of collapse following three decades of iron-fisted rule.
The United States, Israel and others will thus be doing what they can behind the scenes to shape the new order in Cairo, but they face limitations in trying to preserve a regional stability that has existed since 1978. The fate of Egypt lies in the ability of the military to not only manage the streets and the politicians, but also itself.

This report is republished authorized by www.stratfor.com

quinta-feira, janeiro 27, 2011

A política externa de Dilma Rousseff


Vou tentar ser tão objectivo quanto possível. 
A novel presidente do Brasil (e não presidenta - que eu saiba ela não é resistenta, nem antiga combatenta)  vai ter que delinear a sua política exterior dando seguimento às linhas traçadas por Lula. Aqui não vai certamente haver grande inovação, nem mudança detectável O Brasil incha o peito de ar porque já está no grupo dos grandes. Todavia, tem de saber entrar no jogo e isto não é futebol no Maracanã, nem tem Ronaldinho Gaúcho para marcar golos.
Já Celso Lafer no “Estadão” (“Estado de São Paulo” de 18 de Setembro de 2010) referia que “O Brasil não enfrenta problemas de segurança de envergadura, como países do Oriente Médio ou da Ásia, que estão mais próximos dos riscos da situação-limite paz/guerra. Por isso, pode considerar o desafio do desenvolvimento nacional, na sua abrangente sustentabilidade - econômica, social, política, ambiental, de inovação e conhecimento -, como sua grande necessidade interna. Cabe lidar bem com esse desafio, que significa ampliar o poder de controle da sociedade brasileira sobre o seu próprio destino, numa era de globalização, na qual o mundo se internaliza na vida dos países, inclusive no capítulo dos riscos (por exemplo, tráfico de drogas, crises econômicas, mudanças climáticas).” Contudo, para alcançar o desejado objectivo do desenvolvimento (apesar dos índices e do crescimento verificado, o Brasil ainda possui muitas características terceiro-mundistas) a classe política e, neste caso, a Presidente têm de compreender bem a extrema complexidade do mundo em que vivemos. Olhar para o umbigo, não basta. Lafer sublinha: “A minha crítica à diplomacia lulista é dupla. Entendo que, com consequências negativas para o País, não definiu apropriadamente as necessidades internas e não avaliou corretamente as possibilidades externas.” Dilma prosseguindo nesta esteira não irá longe e o Brasil poderá perder a oportunidade única que se lhe oferece. Presumivelmente, vamos ter com alguns matizes, uma diplomacia oca, que se vê ao espelho e que se sente encantada com o que vê, mas o que não verá, certamente, são resultados concretos.
Esta política, em larga medida, de sobre-estima e de vaidade partidariza a administração pública e coloca-a ao serviço da nova presidente, como já esteve ao serviço pessoal de Lula. A abertura indiscriminada e sem critério discernível de novas embaixadas e consulados, à laia de grande potência para nada serve, se não se processar em nome de uma politica e em prol de uma estratégia (O Brasil tem embaixadas em todos os países das Américas, sem excepção, incluindo as ilhas das Caraíbas que têm de ser descobertas no mapa-mundi com a ajuda de uma lupa).  O mesmo se aplica mutatis mutandis à abertura de vagas em profusão para ingresso na carreira diplomática.
No período de Lula da Silva, o  Brasil sobre-estimou-se nos casos do Irão e das Honduras, mas, em contrapartida,  sub-estimou-se nas questões ambientais (onde é líder), na defesa dos direitos humanos e,\ na falta de dinamização dada ao Mercosul.
Lafer conclui: “A diplomacia lulista, em razão dos equívocos acima apontados, vem descapitalizando de maneira crescente o soft power da credibilidade internacional do Brasil, comprometendo, desse modo, o próprio prestígio do País. Esta situação vem sendo agravada pelo empenho do presidente em construir amigas parcerias com regimes permeados pela iniquidade do arbítrio (por exemplo, o Irã de Ahmadinejad). A continuidade desta diplomacia é indesejável. Não contribuirá para a sustentabilidade da ação externa brasileira num cenário que se avizinha como mais complexo, seja no contexto das tensões da nossa vizinhança, seja no campo multilateral, seja no jogo das grandes potências, no qual despontam as novas parcerias da China e da Índia com os EUA.”
Mas será que a política externa de Dilma será, realmente, uma evolução na continuidade?
Para Bárbara Ladeia (Brasil Económico), para além do prestígio que o Brasil beneficia como potência emergente e a que, naturalmente, será dado seguimento, Dilma diverge de Lula em relação ao Irão, porque, em seu entender, devia condenar o regime de Teerão por violações dos direitos humanos. Mas será que, na mesma linha, vai condenar Chavez e outros ou a solidariedade revolucionária vai falar mais forte e não terá outro remédio senão calar a boquinha?  
Por outro lado, ao substituir Celso Amorim por António Patriota, Dilma vai procurar controlar ao milímetro a politica externa e o Itamaraty. Aí não sobram quaisquer dúvidas. 
Noutro âmbito a parceria Sul-Sul - e aqui vêm ao de cima os temas da agenda pessoal de Dilma - vai constituir uma das grandes prioridades deste governo.
Mais preocupante – neste particular, surgem diferenças em relação ao anterior mandatário – é a atitude proteccionista em matéria de comércio externo ao arrepio das tendências planetárias, que Dilma Rousseff vai querer defender. Com efeito, como noticia o “Portugal Digital”:   "Técnicos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (do Brasil) examinam alternativas, como a imposição de barreiras tarifárias para conter importações consideradas prejudiciais para alguns setores da produção nacional. 

(...)O objetivo é recuperar a balança comercial positiva em relação a maior parte dos parceiros econômicos do Brasil.
(...)A lista de produtos sujeitos a essas restrições ainda não foi concluída, mas a ideia é priorizar as mercadorias que têm similares produzidos no Brasil ou que têm condições de serem fabricados no país".
Quais são os rumos possíveis da política exterior brasileira? Vejamos:
a)   O Brasil vai-se voltar para a Ásia, para além da China e Índia, também para a Indonésia, Malásia, Tailândia e Coreia.
b)   A América Latina, um Mercado em expansão e onde o Brasil dispõe de grandes trunfos – trata-se de uma orientação tradicional e que não diverge a seguida no passado próximo.
c)   África – uma actuação em vários azimutes dando, porém, prioridade às relações comerciais com a África do Sul, Angola e Nigéria.
d)   Europa já não figura na primeirissíma linha, mas  o relcionamento é, ainda, tido por relevante sobretudo em função da U.E. e dos principais países que a integram
e)   Meio-ambiente – trata-se de um sector fundamental, negligenciado por Lula e onde o Brasil pode e deve desempenhar um papel  de primeiro plano.
Os próximos encontros de A. Patriota em Davos com os seus homólogos da China, Índia, África do Sul, Austrália, Reino Unido, Suíça. Alemanha, União Europeia e EUA dão bem conta das orientações de Dilma em política externa.
A programada visita de Obama ao Brasil em Março, tal como anunciada no discurso do estado da União, “para forjar novas alianças para o progresso das Américas”, constitui uma aproximação aos EUA e culminará no branqueamento total de Dilma Rousseff. Assim são as coisas!
E as relações com Portugal e com a CPLP? Obviamente, secundárias, meu caro Watson, secundárias.

quarta-feira, janeiro 26, 2011

Pipiroom, sus muchachos y sus chavalitas
Margarida vai à fonte? 


A inefável Margarida andava permanentemente insatisfeita. Queria um postão mas não lho davam, queria sair do ambiente opressivo  e malsão dos claustros, mas não conseguia, queria, sobretudo, ver-se livre de Nunos e quejandos que a ultrapassavam e se lhe impunham em cada curva do caminho, mas...em vão. Vai daí e pede ao Bem-Amado (ou Mal-Amado, depende da perspectiva) para sair, rapidamente e em força, para posto da sua preferência. Tinha na mira Berlim onde fazem umas bolas afamadas. Enfim, pediu um posto de ouro e o homem de longos cabelos prateados a ondear ao vento, procurou no pequeno deserto de ideias que  se esconde na sua caixa ucraniana  e disse: “Pois, não há nada para ninguém. Postos tenho-os de cobre, bronze, latão ou estanho, mas como  não quer...Olhe, os tempos estão maus, já nem sequer tenho nada em prata, excepto a cabeleira. Quanto ao ouro, é só para compinchas. Sim, sim, eu conheço bem as suas simpatias e a sua militância xuxa, mas o balcão para si fechou e outros valores mais altos se alevantam.” Perturbada com tamanha tirada intelectual, Margarida, só não meteu o rabo entre as pernas, porque a celulite, acumulada ao longo dos anos, não a deixava. Cabisbaixa já não vai à fonte, vai para casa. End of story! 

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Amado (the loved one) e o PM 




Election in Portugal - part II - Why voters couldn't vote






Foi de facto uma vergonha e um escândalo, quando milhares de cidadãos foram objectivamente impedidos de votar. A lei pode prever prazos para os eleitores confirmarem a informação necessária a fim de exercerem o respectivo direito de voto. Daí as autoridades poderem sempre sacudir a água do capote. A culpa é sempre dos outros e nunca delas. Todavia, (i) nada justifica a quebra dos sistemas informáticos e (ii) ninguém se deu ao trabalho de vir aos media explicar como deviam proceder e com que antecedência o deviam fazer, (iii) nem os media, didacticamente, se propuseram esclarecer o que quer que fosse (i.e., a página do portal do eleitor na Internet é esta, o pedido de envio de SMS é feito através deste número, as informações obtém-se aqui, etc...). Ninguém nasce ensinado.

sábado, janeiro 22, 2011


Pré-crise, crise e pós-crise

A crise económica e financeira global com que o mundo se confronta de há dois anos a esta parte marca o fim da ordem planetária estabelecida desde 1945. Em 1989, o “pilar soviético” colapsou e agora assistimos à decomposição acelerada do “pilar occidental” com os Estados Unidos bem no núcleo central do processo de desintegração e a Europa já numa fase adiantada do mesmo, condenada que foi à marginalização e à irrelevância, há algum tempo, em grande parte por culpa própria e em parte também por culpa alheia.
Durante duas décadas vivemos o mito do alegado “fim da história”, em que os nossos ideário, cultura e civilização ocidentais seriam impostos à escala universal. Essa quimera, inventada por Francis Fukuyama, foi-nos extremamente prejudicial porque nos levou por caminhos ínvios e, sobretudo, à convicção de que essa fantasia era uma verdade absoluta e irrefutável. Com  efeito, seria quase impossível imaginar  um “mundo pós-crise” cujas tendências não fossem definidas em Washington ou em Wall Street,  que o adjectivo “anglo-americano” não fosse sinónimo de  “moderno” ou  que o dólar não fosse senhor e rei.
Tal como na Europa Oriental, antes de 1989 – a situação actual não difere  da verificada nessa altura e nesse espaço - , nem os nossos meios de comunicação social, nem os nosso líderes políticos foram capazes de nos “fazer imaginar o inimaginável”, porque estão demasiado concentrados no curto prazo, demasiado preocupados em fazer-nos “esquecer o inesquecível”, designadamente as consequências sócio-económicas da crise através do mundo e, antes do mais, dentro das nossas próprias fronteiras. Esta rejeição da futurologia, mesmo a mais evidente, esta falta de antecipação, esta incapacidade real de previsão da nossa débil liderança e das nossas elites decadentes e provincianas, impede-nos lamentavelmente de ver o que nos espera no horizonte não muito longínquo de 2020. A verdade é que ninguém se preocupou com o longo prazo, nem sequer com o médio.
         Que conflitos é que o “mundo pós-crise” nos reserva? Como é que nos devemos preparar para as turbulências monetárias e económicas dos próximos anos? Como é que podemos adaptar-nos à nova situação como europeus ou como norte-americanos? Antes do mais, como vamos interagir com os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) e as demais potências emergentes? Quais serão as novas regras do jogo? Que dificuldades e obstáculos se deparam a esses países na sua ascensão à primeira linha? Como é que os  nossos filhos e netos se vão posicionar para enfrentar os desafios do “mundo pós-crise”, como cidadãos e como profissionais?
Estas são algumas das muitas perguntas que podemos e devemos formular aos nossos dirigentes, intelligentsia e media porque requerem reflexão e, consequentemente, acção, quer a nível individual, quer colectivo. Porque a presente crise económico-financeira, política, cultural  e de valores morais, que estamos a viver, consiste não só no termo definitivo de um “mundo pré-crise”, mas, principalmente, o dealbar da construção de um “mundo pós-crise”, por conseguinte uma baliza histórica, que se situa, grosso modo, entre 2010 e 2014, para dar lugar a uma nova situação, a partir de 2015. Consequentemente, o período de transição em que nos encontramos corresponde a uma fase terminal, na perspectiva do advento da nova era que se lhe seguirá. Temos de ter pistas e orientações para seguir em frente e não podemos cometer demasiados erros, temos igualmente de enfrentar os desafios e de não desperdiçar as oportunidades que se nos apresentam.

 Narco-tráfico 

Dado o seu interesse a seguir se transcreve, nas versões em língua castelhana e em língua inglesa, um artigo publicado na imprensa Mexicana (jornal “Excelsior” edição de 9 de Julho de 2010). Apesar da sua antiguidade, o texto não perdeu minimamente a respectiva actualidade.

Spanish  & English 
Versión en  Español: 
    
   El paraíso de los  narcotraficantes
 *Francisco Martín Moreno




¿En Estados Unidos, el mercado de  enervantes más codiciado de la Tierra, no hay narcos destacados,  cuyos nombres deben ya formar parte de la leyenda criminal de su  país?  
 
¿Usted conoce el nombre de un solo  capo norteamericano de nuestros tiempos?  
 
 
Por  supuesto no me refiero a los famosos "gangsters" de los años de la  prohibición alcohólica en Estados Unidos como sin duda los fueron  Capone, Dillinger y Frank Nitti entre otros tantos personajes del  bajo mundo que encontraron en nuestros vecinos del norte el caldo  de cultivo necesario para desarrollarse hasta alcanzar "prestigio"  internacional... 
 
 Nosotros conocíamos a  García Abrego, a Caro Quintero, al Güero Palma, al Señor de los  Cielos, a los hermanos Arellano, entre otros líderes de nuestro  hampa tercermundista. 
 
 
Pero, insisto, ¿y en  EU, el mercado de enervantes más codiciado de la Tierra, no hay  narcos destacados, cuyos nombres deben ya formar parte, a mucha  honra, de la leyenda criminal de su país pues trafican con drogas  con un valor superior a los 500 mil millones de dólares?  
 
 ¿Ningún apellido destaca por su eficiencia  y popularidad o simplemente porque ya no hay narcotraficantes para  vergüenza de la larga tradición criminal  norteamericana?
 
¡Ya sé! En Estados Unidos  las drogas se trafican "solitas". 
 
 Los  enervantes son dejados en las fronteras norteamericanas por  "camellos" mexicanos o latinos y llegan "solitos", como por arte  de magia, a las manos de los consumidores.  
 
Del total de la mariguana que se consume  en dicho país, por ejemplo, 35% es producido en Texas, Arizona y  California sin que jamás se localice un sembradío, se incineren  los enervantes de cara al público, se recluya a los responsables  en una prisión federal y se rematen y adjudiquen sus propiedades  al mejor postor. 
 
 Sucede que la mariguana  se siembra solita, se corta solita, se distribuye solita y el  dinero obtenido se lava solito... 
 
¿No es  una verdadera maravilla? 
 
Nunca escuchamos  que se aseste un rudo golpe al narcotráfico en EU tal y como se  asesta, sin duda, en México, en forma por demás recurrente.  
 
Nunca vemos fotografías de capos  norteamericanos arrestados y enfundados en sus chamarras azules  del FBI con las manos y pies esposados, chalecos y cascos  antibala, además de una numerosa escolta policiaca para evitar  cualquier atentado en contra de su vida que impidiera la delación  de la identidad de sus socios y  movimientos...
  
En México, la captura de los  "famosos" capos ocupa las primeras planas de los diarios de la  República, además de generosos espacios radiofónicos y televisivos.   

Es evidente el  esfuerzo mexicano por ganar esta batalla en contra de la  producción y venta de enervantes. 
 
Sólo que  la batalla difícilmente la ganaremos si en Estados Unidos se  venden impunemente 500 mil millones de dólares de narcóticos en  las calles sin que nadie vea ni sepa ni oiga nada, absolutamente  nada, puesto que nuestros vecinos "puritanos" nunca atrapan a un  capo ni se publica por ende su captura en la prensa ni se queman  depósitos incautados de estupefacientes ni mueren soldados ni  agentes judiciales ni jueces ni procuradores ni se rematan  propiedades ni se revelan los nombres de las autoridades  implicadas en el narcotráfico. 
  
Nada, no se  sabe nada...
  
¿Por qué no se sabe? Muy  sencillo: porque una parte insospechable de autoridades  ejecutivas, legislativas y judiciales federales y estatales  norteamericanas está en la nómina de los capos.  
 
Si nada se hace y nada se sabe es porque  desde secretarios de Estado para abajo (sálvese el que pueda),  gobernadores, legisladores, senadores especialmente jueces,  periodistas, policías de toda índole, agentes del FBI y de la DEA  y hasta la famosa y no menos temida Patrulla Fronteriza, todos  podrían estar profundamente involucrados con los narcotraficantes  realizando jugosos negocios tal y como lo hicieron ya 
en los años de la prohibición.  
 
No hay nada nuevo bajo el sol.  
  
Menos lo va a haber ahora cuando un grupo  de maleantes goza de más poder que el Estado mismo. Nunca en la  historia de la humanidad una pandilla de delincuentes había tenido  tanto dinero como para poder comprar autoridades, periodistas y  países enteros si así lo decidieran. 
 
Todo  ello gracias a que EU pone los dólares para que esto sea posible.  
 
¿Qué prefieren los capos a cambio de la  heroína: mexican pesos or american dollars? Está clarísimo, ¿no?  ¿Cuál soberanía de un Estado cuando a un capo no se le puede  juzgar en su país de origen porque puede desestabilizarlo con  consecuencias funestas para millones y más millones de personas?   
  
¿No estamos frente a un novedosísimo  fenómeno de poder en manos de un solo individuo?
¿Dónde están  los capos norteamericanos?
¿Por qué no se inicia la persecución en  EU de los grandes narcotraficantes? 
 
 Yo, yo  sé, yo: porque ni los consumidores ni las autoridades ni los  narcos ni la prensa quieren que se sepa quiénes son.  
  
A todos les conviene el negocio. Todos  están coludidos. 
  
Mejor, mucho mejor,  culpar a México de todos sus males...



 English  version:  
 A  Trafficker’s Paradise 
   
 In the United States, the most  sought after drug market on Earth, are there are no outstanding  drug kingpins with names that make for legends? 
   
 *By Francisco Martín Moreno   

Do you know the name of a single  American drug kingpin of our times? 
 
 
I am of course not referring to  the infamous "gangsters" of the prohibition era in the United  States, such as Capone, Dillinger and Frank Nitti (among so many  underworld characters) who found in the United States the fertile  ground necessary to develop and reach international  “prestige”.
 
We knew García Abrego, Caro  Quintero, “El Güero Palma”, the “Lord of the Heavens”, the  Arellano brothers, etc. among other leaders of our meager  underworld. 
 
 
But I insist: In the US, the most  coveted drug market on Earth, are there are no outstanding drug  Kingpins (whose names must now form a proud part of the criminal  legend of their country), when they deal in a drug business worth  over 500 billion dollars? 
 
 
Is there no last name that stands  out for its efficiency and popularity or is it simply that there  are no drug traffickers to shame the longstanding American  criminal tradition? 
 
 
I know! In the US, drugs are dealt  “by themselves”. 
 
 
The drugs are dropped off at the  border by Mexican or Latin American “mules” and reach (as if by  magic) the hands of consumers “by themselves”.
 
 
Of all the marijuana that is  consumed in that country for example, 35% is produced in Texas,  Arizona and California without the authorities ever finding a  plantation, any drugs incinerated in public, or anyone being  placed in federal prison and their assets sold at auction to the  highest bidder. 
 
 
I guess  the marijuana was  planted by itself, harvested by itself, distributed by itself and  the resulting proceeds laundered by themselves... 
 
 
Is this not truly amazing?  
 
 
We never hear of a harsh blow  being dealt to drug trafficking in the United States as is  commonly done in Mexico, in a consistently recurring  form.
 
 
We never see photographs of  American drug Kingpins arrested and covered in blue FBI jackets,  hands and feet in shackles, wearing bulletproof vests and helmets,  with a huge police escort to prevent an attacks on their life that  could prevent them from informing of the identity and activities  of their associates... 
 
In Mexico, the capture of "famous"  drug Kingpins occupy the front page of newspapers, besides  receiving ample Radio and Television coverage. 
 
 
We publicly display the  incineration of narcotic drugs as soon as they are found.   Photos of heroic soldiers fallen while fighting thugs are  published. We have pictures of former State prosecutors massacred  at their doorsteps while engaged in private law practice after  retiring from fighting crime. 
 
The multiple and ostentatious  properties seized from the Kingpins are a matter of public  knowledge. 
 
The efforts of Mexican soldiers to  win this battle against the production and sale of drugs are  evident. 
 
Only that battle will hardly be  won if in the US the unhampered sale of 500 billion dollars’ worth  of narcotics in the streets continues with no one seeing or doing  anything. Since our "Puritan" neighbors never catch a Kingpin, no  arrests are announced, no soldiers or drug agents or judges or  prosecutors die, no assets are seized and no names of corrupt  government officials are published. 
 
Nothing, no one knows anything...  
 
Why doesn't anyone know? Very  simple: because an incredible number of members of the State and  Federal Executive, Legislative and Judicial branches of government  are on drug Kingpin’s payrolls.  
 
 
If nothing is done, and nothing is  known it’s because from the Secretary of State on down, Governors,  Legislators, Senators and especially Judges, journalists, police  officers of all kinds, FBI and DEA agents up to and including the  famous and not the least feared Border Patrol, everyone could be  deeply involved with drug traffickers and making juicy profits  just as they did during prohibition. 

There is nothing new under the  Sun. 
 
Even less now, when a group of  thugs has more power than the State itself. 
Never in the history of mankind  has a gang of criminals had so much money as to enable it to buy  authorities, journalists and whole countries if it so  decided.
 
All this thanks to the US, who  provides the dollars to make this possible. 
 
What do drug Kingpins prefer in  exchange for heroin, Mexican pesos or American dollars? It’s quite  clear, isn't it? What sovereignty does a State have when a drug  Kingpin can’t be judged in his country of origin because doing so  could bring about the destabilization of the country with  disastrous consequences for millions and millions of people?   
 

 Are we not facing a  newfound power phenomenon in the hands of a single individual?   
Where are North American drug  Kingpins? Why not I start the prosecution of major drug  traffickers in the United States? 
 I know: Because neither consumers  nor authorities nor the Kingpins nor the press want you to know  who they are. 
 
 This is good business  for everyone.  Everyone is involved. 
 
Better, much better to blame  Mexico for all its problem...

sexta-feira, janeiro 21, 2011


Brasil na encruzilhada


Dada a sua importância e sem nos pronunciarmos quanto ao fundo, transcrevemos, por ora, sem quaisquer comentários, este texto publicado na STRATFOR

January 21, 2011 | 2116 GMT

Latin America analyst Reva Bhalla discusses the challenges new Brazilian President Dilma Rousseff will face on crime, defense, the economy and foreign affairs in 2011.
Editor’s Note: Transcripts are generated using speech-recognition technology. Therefore, STRATFOR cannot guarantee their complete accuracy.
Colin: Brazil’s President Dilma Rousseff is no newcomer to politics, after all she was her predecessor’s chief of staff. 2011 is shaping up as having a very full agenda. Apart from recovery from deadly floods, where the death toll is approaching 800, there is much to be done. A full half of one percent increase in interest rates reminded us the economy is overheating.
Welcome to Agenda where I’m joined by webcam to STRATFOR’s Latin America analyst Reva Bhalla. Reva, let’s start by discussing the new president’s agenda.
Reva: Well Colin, Dilma Rousseff has a lot of items on her plate. Everything from major defense deals that she has to make decisions on, security issues with the country’s favela issue to important decisions Brazil has to take as it is emerging as a major regional power. One thing to keep in mind is that Dilma may not have the charisma as Lula, but she has a reputation for being very non-ideological, very technocratic. She employs this sort of no-nonsense attitude with her staff and she expects her staff to come to her with a plan B in pretty much every proposal. So she’s very much in the process of re-evaluating a lot of major decisions right now, including the jet fighter deal, which is taking a lot of attention these days. Colin: Who’s in the frame to win the jet fighter contract?
Reva: Well, toward the end of the Lula administration, it seemed pretty clear that Brazil would go ahead and opt for the French Rafale jet, for mainly political and strategic reasons. Now Dilma has basically re-opened the bidding process. U.S. firm Boeing is trying to sweeten the deal, but Brazil is very concerned about being tied to certain congressional constraints in agreeing to the U.S. deal, something that Brazil is very irked by especially when it comes to technology transfers. Now the Swedish Gripen offers more to Brazil in terms of price and performance, but we think this decision is still going to boil down to mainly a political and strategic decision in that Brazil is more likely to lean more toward the French jet.
Colin: Brazilian interest rates are very high, up half of one percent this week and more to come. That’s forcing the currency up, which might have two harmful effects: attracting hot money and damaging exports. ? Reva: Brazil maintains very strict fiscal policy and for good reason considering that the country was mired in an economic crisis just less than two decades ago. Now, in trying to keep inflation under control, Brazil has kept extremely high interest rates — right now it’s at about 11.25 percent. Now, with a government that is likely very unwilling to cut down on public spending, there are serious side effects to this kind of policy. One of those side effects is the boost to the country’s already appreciating currency. Now the stronger the Brazilian real gets, the less competitive Brazilian exports are on the open market. The Brazilian government really doesn’t have any good options in trying to deal with this currency crisis, but it’s transforming slowly and slowly into more of a political issue, especially as business and trade unions especially in the financial hub of Sao Paulo are applying more pressure on the state to do something to protect Brazilian industry. Again, Brazil doesn’t have very good options in dealing with this, but it is definitely an issue that is going to be pre-occupying the state in the coming year.
Colin: Let’s turn to resources. Can Brazil really realize its dream and become a major oil exporter? ?Reva: Well, its going to be difficult, but Brazil is definitely dedicated to this project. By the “project,” we are referring to the pre-salt fields — Brazil’s offshore deepwater fields that could potentially make Brazil a major oil exporter in the years to come. Now, this is going to require a lot of investment. We have already seen Brazil’s Petrobras employ some rather unorthodox means of capitalizing this endeavor. But the Brazilian government has made clear it’s going to be dedicating its resources in hopes of realizing this geopolitical dream.
Colin: What about domestic political problems like crime and drugs?
Reva: Now, Brazil faces a major challenge ahead to both pacify and integrate major favelas in the city of Rio de Janeiro. They’ve been employing a strategy called the UPP strategy that basically involves first overt military force that drives the drug-traffickers out and then a long-term police occupation. Now, this is an impressive model that’s worked on a small scale but replicating it on a larger scale is going to be extremely difficult. What’s happened so far is that a lot of the drug-traffickers in Complexo Alemao, which was the last favela targeted, are simply being displaced. Now that has side effects, especially when more drug-trafficking activity is just going from favela to favela or coming more from the favelas into city centers. Also, these drug-trafficking groups, particularly Comando Vermelho, the main group in Rio, they’re extremely well armed. And, if the state keeps pushing them in this pacification campaign, they do have the means of perhaps selectively carrying out attacks and trying to pressure the state to backing off of this offensive.
Colin: The other so-called BRIC countries are Russia, India and China. To what extent is Brazil joining them on the global scene?
Reva: Well, Brazil is most definitely emerging on the global scene; it’s no longer this insular power that it has been for decades now. And so of course we see a lot of countries reacting to that. You know, Brazil is interacting with the French on major defense deals, with the Chinese in this deepening economic relationship, also with the Indians where Brazil and India face a lot of competition with each other in certain industries. And so Brazil is learning more and more how to assert itself on the global scene and we can expect Brazil to fumble in a lot of respects. You know, Brazil is also trying to involve itself in issues that are very distant from the South American continent. For example, in very thorny Middle East issues. But, while this attracts a lot of attention, Brazil is slowly gradually attempting to assume this leadership role but it may not necessarily want to make very hard decisions or deal with the negative repercussions that may be attached to such a role.
Colin: Reva, it’s good to have you with us on Agenda, I’m sure we’ll talk again soon.
Reva: Certainly Brazil is a high priority for STRATFOR and we will be watching all these issues closely.

 "This report is republished with permission of STRATFOR