quarta-feira, junho 15, 2011


Crise - outros sintomas: os excedentes da balança comercial chinesa são mais diminutos do que se previa

Segundo o China Daily e agências noticiosas, a China apresenta um superavit comercial inferior ao expectável, de cerca de USD 13 mil milhões, em Maio último, devido ao aumento inesperado das importações e a uma procura global nos mercados consideravelmente mais débil, o que tem travado as exportações.
Com efeito, as vendas de bens e produtos chineses para os EUA e para a U.E. reduziram-se a patamares mínimos desde os finais de 2009, excluindo os feriados do Ano Novo chinês, sublinhando-se a percepção de que a economia mundial está  a vacilar .
Sem embargo, como motor de crescimento, as cifras da importação sugerem que a economia chinesa está a expandir-se a um ritmo saudável, mas não extraordinário. As importações de petróleo mantiveram-se a níveis elevados e os contingentes de carvão aumentaram mais de um quinto desde Abril.
“Globalmente, a consistência das importações sugere que a procura interna chinesa não abrandou tanto quanto o mercado temia”, afirmou Wang Tao, um economista chinês da filial da União dos Bancos Suíços em Beijing.
As exportações cresceram 19,4% em Maio, em relação a Maio do ano transacto, afrouxando dos 29,9% registados em Abril, enquanto que o crescimento das importações acelerou para 28,4% dos 21,8% contabilizados em Abril, de acordo com as informações das autoridades aduaneiras chinesas.
De acordo com as previsões dos economistas, o crescimento das exportações ficou aquém das expectativas  que o situavam em 21%, enquanto que as importações aumentaram para além dos estimados 22,5%.
Os excedentes da balança comercial subiram para os USD 11,4 mil milhões em Abril, mas muito abaixo das estimativas que  os situavam em USD 18,6 mil milhões.
“Em suma, a mensagem geral a passar não é nem fraca, nem forte”, afirmou Ken Peng, um economista do Citigroup em Beijing.  
Com efeito, os dados apresentados oferecem um pouco de tudo para todos os gostos, razão pela qual os mercados financeiros não reagiram de modo significativo a estas notícias.
As cifras do comércio externo da China são atentamente analisadas porque é o maior exportador mundial e a segunda economia do planeta. “ A força
Os números de Maio são de maior relevância porquanto os economistas estão a tentar perceber se há de facto um ligeiro abrandamento na economia mundial ou o início de uma travagem mais perturbadora.
Para os optimistas que crêem que a economia mundial rejuvenescerá nos meses mais próximos, apontam para as crescentes importações chinesas que excederam as expectativas como um sintoma claro que a procura interna permanece saudável numa região vital para o crescimento da economia global.
Todavia, para todos aqueles que ponderam a ameaça de um abrandamento prolongado ou, mesmo, de uma contracção económica, encontram argumentos consistentes nas cifras mais débeis das exportações.
Com a inflação já a ultrapassar a chamada “zona de conforto”, Beijing está a tomar medidas para arrefecer a economia. Os economistas estão a monitorizar a economia para ver se estes esforços de contenção podem moderar sectores sobreaquecidos como é o caso do sector imobiliário, sem afectarem a procura global.
Incertezas
As exportações para os EUA aumentaram uns modestíssimos 7,2%, no espaço de um ano, muito abaixo dos 25%, registados anteriormente (Abril). Relativamente, à U.E. as exportações cresceram 13,2% menos de metade do valor precedente.
Abstraindo da volatilidade provocada pelos feriados do Ano Novo chinês, as cifras indicam claramente que se trata do volume mais fraco de exportações desde Novembro de 2009, quando a economia mundial estava a ainda a sentir plenamente os efeitos da crise financeira do Outono de 2008.  
Os economistas previram um “slowdown” do sector secundário pela redução das encomendas dos principais parceiros comerciais da China, reduzindo muito o ritmo  das exportações, que acabou por se revelar bem maior do que era conjecturável.
Chen Yong, um analista na Huatai United Secuities em Xangai, disse que a retracção em Maio mostrava “que existiam ainda incertezas quanto à recuperação mundial”
No mês passado, a  actividade fabril chinesa expandiu-se ao nível mais baixo dos últimos 9 meses, de acordo com os índices consultados.
O aumento das importações que atingiram 5 milhões de barris de “crude”/dia pelo 5º mês consecutivo parece dever-se à constituição de depósitos de reserva de emergência.
As crescentes necessidades de abastecimento energético fizeram aumentar 20,7% das chegadas de carvão, cujas falhas têm provocado quebras no abastecimento de electricidade, o que é particularmente agudo no período do Verão que se aproxima.
O proprietário de uma fábrica têxtil afirmou que enquanto o  mercado interno ainda atestava um bom comportamento, as exportações caíram cerca de um terço.


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