quinta-feira, junho 16, 2011

Chefe de Gabinete de Passos Coelho


Quem quiser que vá ler as notas biográficas e os comentários amplamente divulgados pelos media e pela net, mas o que ninguém diz é que mais socialista do que Francisco Ribeiro de Menezes, filho de Pedro Ribeiro de Meneses, alegadamente maçon e ex-Secretário Geral do MNE  e irmão do  historiador Filipe Ribeiro de Menezes da National University of Ireland, é difícil, muito embora, pensamos, que não seja portador de cartão de militante.
Francisco Ribeiro de Meneses não “integrou [apenas] os gabinetes dos ministros socialistas Jaime Gama e Luís Amado”, como diz a LUSA. A asserção está correcta mas deve ser completada: o referenciado foi Chefe de gabinete do último. Sublinhe-se que ideologicamente foi bastante mais longe do que isso e basta trocar meia-dúzia de palavras com os habitués do Largo do Rilvas, para se chegar a essa conclusão.
Quando o dito cujo estava em Madrid, como nr. 2, fazia gala do seu militantismo socialista, pois, então!
Francisco Ribeiro de Meneses, juntamente com Manuel Lobo Antunes, João Mira Gomes e Nuno Brito, integra a novíssima geração de “jovens turcos” do MNE. Quase todos identificados ou muito próximos do Partido Socialista: Manuel Lobo Antunes, actual embaixador na REPER em Bruxelas (Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia)  foi Secretário de Estado dos Assuntos Europeus; João Mira Gomes, embaixador junto da NATO, também em Bruxelas, foi Secretário de Estado da Defesa, quando do consulado de Nuno Severiano Teixeira; Nuno Brito, nosso representante  em Washington, foi Director-Geral de Política Externa do MNE. Nenhum dos referenciados fez a chamada “tarimba” de Chefe de Missão, encetando funções  em países do Terceiro Mundo ou de menor importância politica, económica e cultural para o nosso pais (como, por exemplo, S. Tomé, Banguecoque, Montevideu ou Tunis), como é curial nos percursos profissionais usuais das Necessidades, para entrar directamente na chamada linha “Revlon”, ou seja dos postos de prestígio em representações de primeiríssima plano e em cidades agradáveis da Europa ou dos EUA: Ribeiro de Meneses começa por Estocolmo, Lobo Antunes pela Reper, Mira Gomes pela NATO e Nuno Brito por Washington. O último será o que é mais difícil de classificar, na medida em que foi assessor diplomático de Durão Barroso, quando Primeiro-Ministro e Director Geral de Luís Amado, enfim, situa-se entre duas águas.
De registar ainda que  Francisco Ribeiro de Meneses é casado com a constitucionalista Teresa Leal Coelho, deputada eleita pelo PSD pelo círculo do Porto (nr. 2 da lista), que, em 2001, fundou com Pedro Passos Coelho o movimento “Pensar Portugal”, o que pode explicar muita coisa.
Tudo bem pesado e ponderado, ninguém entende muito bem esta escolha de Pedro Passos Coelho, porque se trata de uma importantíssima opção política e pessoal do futuro PM e a explicação “conjugal” aclara apenas parte da história, mas não a história toda, a não ser que no prevalecente espírito de concórdia e de entendimento “troikiano” e interpartidário, queira manter uma ponte aberta com o Largo do Rato. One never knows...

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