quinta-feira, junho 30, 2011


Líbia – a Guerra perdida

Os ocidentais estão em vias de perder a guerra na Líbia e confrontar-se com uma situação em que Muammar Kadhafi se vai enquistar firmemente no poder na região Oeste do país enquanto  a rebelião irá presumivelmente passar para as mãos dos islamistas. Trata-se de um cenário apocalíptico que assume foros de verosimilhança, a julgar pelo extenso artigo do antigo embaixador dos EUA, na ONU e ex-sub-secretário de Estado, John Bolton, da era Bush e publicado em  "The Daily Beast".
Trata-se de um pessimismo acentuado que podemos também encontrar nas páginas do "Los Angeles Times",  que frisa, por seu turno, que os mandados de captura do TPI contra Ladhafi por “crimdes contra a Humanidade”, mais não farão que “may also increase his determination to fight on rather than relinquish power or seek sanctuary outside the country.”
 John Bolton atribui, acima de tudo à «incompetência 
presidencial» (leia-se  de Barack Obama) o que qualifica como o “impasse líbio”. Retomando muitas das criticas correntes nos EUA contra a intervenção na Líbia. Escreve Blton: “Obama’s rationale for intervening--protecting Libyan civilians--tugs at the heart strings, but conveys no strategic U.S. interest. In fact, Obama undercut his own logic last week, saying in his Afghanistan speech that it was now time to focus on nation building here at home.” Going forward, I’m certain he will rue that cheap and irresponsible line, which his opponents will surely use against him in the lead up to the 2012 election.”
John Bolton acrescenta que  o erro inicial de Obama foi de não ter procurado obter a autorização do Congresso (numa interpretação tosca e ridícula do War Powers Act) para obter uma autorização clara do Congresso no sentido de utilizar a força e levar a efeito uma verdadeira guerra e de pelo contrário tentar obter timidamente o aval da Liga Árabe e do Conselho de Segurança da ONU que, ao fim e ao cabo,  são inúteis ou quase.
Bolton considera que Obama fixou restrições de carácter operacional demasiado grandes e, por conseguinte, logo na fase inicial, a operação militar jamais teve o peso e a duração necessárias para reduzir drasticamente as capacidades militares do coronel líbio. O que deveria ter sido uma intervenção brutal e poderosa tornou-se, maxime por questões de multilateralismo, uma operação muito dilatada, que hoje ultrapssa já os 100 dias, lenta e totalmente ineficaz.
Ora, perante este cenário, Kadhafi tirou as conclusões que se impunham: “That our resolve is weak, our commitment is uncertain, and our willingness to establish a pro-Western regime is minimal.”
Obama pecou pelas suas confusões, pelas suas contradições e, last but not least, pelas suas hesitações.
Em suma, isto significa que Kadhafi quer se bater no terreno e a NATO se quer sair deste imbróglio vai ter que negociar, ou seja,  pelo menos, deixará ao ditador o controlo de uma parte do país.
Em conclusão e numa perspectiva mais vasta, afirma Bolton: “There is simply no reason for optimism here. Without a new president, America’s international position, especially in the Middle East, will only grow worse.

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