terça-feira, março 30, 2010


EUA e a América Latina  - a Administração Bush foi acusada de abandonar o seu backyard (pátio das traseiras), após os atentados do 11 de Setembro, sem prejuízo da primeira visita ao estrangeiro de George W. Bush ter sido ao México, do ex-presidente exprimir-se razoavelmente em espanhol e de, na fase inicial do seu primeiro mandato, ter manifestado inequívocos sinais de interesse em relação aos seus vizinhos do Sul. A América Latina seria, assim, uma prioridade da política externa de Washington e os anos seguintes constituiriam o “século das Américas”. Alguns dos objectivos foram-se clarificando:  o free trade (os acordos de livre câmbio), a consolidação dos processos democráticos regionais, a luta anti-droga, a transição para a democracia em Cuba, as questões migratórias e o combate ao crime organizado, entre outros temas de agenda.
O 11 de Setembro vem baralhar as pistas e a atenção depressa se concentrou no Afeganistão e no Iraque, sobretudo neste último, enfoque que acabou por monopolizar totalmente a politica externa de Bush, no  remanescente do primeiro mandato e no segundo.
Com a subida ao Poder de Barack Obama e comparando com a fase de arranque do seu antecessor, a retórica aparentemente não foi muito diferente, para logo de seguida ser também eclipsada pelas preocupações reais do mandatário norte-americano: ou seja, primeiro, a Economia, logo seguida, pela situação no Afeganistão. Não obstante, algumas acções concretas e vários projectos poderiam dar um novo impulso a uma relação, que não podemos deixar de sublinhar, é bidireccional. Temos, em geral tendência a observar a relação EUA-América Latina, numa óptica exclusivamente americana, ou seja, ou se acusa Washington de interferir nas nações do hemisfério ocidental ou se culpabilizam os ianques por desatenção e desinteresse em relação ao continente. O fenómeno, repetimos, é bidireccional e os estados latino-americanos têm a sua quota-parte de responsabilidade na matéria se querem efectivamente revitalizar a relação, com benefícios mútuos.
O final da “Guerra fria” redundou numa clara marginalização da América Latina, até porque a região não representava qualquer risco significativo para a segurança dos EUA, o que se traduziu numa redução substantiva da ajuda económica e da cooperação militar. A administração Clinton foi incapaz de inverter esta tendência ou fê-lo de modo muito superficial e não estruturado.
Das prioridades enunciadas pela Administração Bush, apenas se mantiveram as que se enquadravam na nova agenda internacional do Executivo americano, designadamente as ameaças contra a segurança e estabilidade dos EUA, a luta contra o narcotráfico na Colômbia, as pressões sobre o regime castrista, o emprego de tropas no Haiti - para rapidamente passar a “bola” ao Brasil e ao Chile -, e o reforço do controlo fronteiriço com o México. 
A iniciativa ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), devido às reticências de alguns estados latino-americanos, passou para segundo plano, sendo privilegiadas as negociações bilaterais e regionais de livre câmbio.  
No início do segundo mandato de Bush voltaram a pôr-se sobre a mesa os temas da agenda regional dos EUA, em especial dada a importância crescente do eleitorado hispano para as eleições presidenciais de 2008.
A ascensão de líderes de esquerda em muitos países das Américas (na Argentina, no Equador, no Brasil, no Uruguai, no Chile, na Guatemala, etc. sem esquecer os casos bicudos de Cuba, da Venezuela e da Bolívia) e a relativa indiferença, ou mesmo, desinteresse de Washington, pelos problemas da região conduziram a um sentimento anti-americano muito generalizado nas Américas. Muitos, ressentidos, criticaram asperamente o interesse ianque por países situados a milhares de quilómetros de distância, sem qualquer preocupação aparente pelas questões latino-americanas, bem mais próximas e candentes.
O triunfo de Barack Obama não despertou grande entusiasmo nas populações, mas acalentou algumas expectativas a nível dos líderes.
A verdade é que Obama desconhece em grande parte o dossier latino-americano, região que nunca visitou. lAs suas preocupações foram – e são – outras: a crise económico-financeira, e os desafios que se divisam em países como o Iraque, Afeganistão e Irão
Em conclusão, apesar das boas intenções iniciais da Administração Obama não tem sido possível avançar com novos projectos para a América Latina, até porque, na conjuntura actual, não há dinheiro. Obama tem difundido mensagens meramente simbólicas e retóricas em relação à região. A recente tournée da Secretária de Estado Hillary Clinton pelo hemisfério quer demonstrar que o Governo dos Estados Unidos deseja reforçar os laços com a América Latina com algo mais do que meras boas palavras e boas intenções. Sem prejuízo,  a tournée foi precedida por uma nova iniciativa de integração latino-americana que receberá o nome de Comunidade de Nações da América Latina e Caraíbas, integrada por todos os países da região, com excepção dos Estados Unidos e do Canadá. Todavia, as mensagens contraditórias de que os estados latino-americanos têm feito eco no que toca à sua relação ou à visão que têm dos EUA  não ajudam a estreitar os vínculos. A bidreccionalidade terá de prevalecer se ambas as partes querem recolher os respectivos benefícios.

Pedido de esclarecimento - Alguém que saiba, pode explicar-me qual é a política externa de Steps Rabbitt?

segunda-feira, março 29, 2010




Leis estranhas sobre sexo à volta  do mundo – Para aumentarem a vossa cultura geral e o vosso conhecimento do mundo, verdadeiramente indispensável para a diplomacia e para as relações exteriores, leiam o que se segue:

1* No Líbano, os homens podem legalmente ter relações sexuais com animais, mas têm que ser fêmeas. As elações sexuais com machos são puníveis com a morte.
(Sem comentários).

2* No Bahrain, um médico pode legalmente examinar a genitália feminina, mas é proibido que ele olhe directamente para a paciente  durante o exame. O médico pode apenas olhar através de um espelho.
(Pôr a mão pode, olhar não!).

3* Os muçulmanos não podem olhar os genitais de um cadáver. Isto também se aplica aos funcionários da funerária...Os órgãos sexuais do defunto devem estar sempre cobertos por um
tijolo ou por um pedaço de madeira.
(Porra! um tijolo?).

4*A penalidade para a masturbação na Indonésia é a decapitação...
(De qual cabeça???).

5* Há homens em Guam cujo emprego em tempo integral é viajar pelo país e desflorar virgens, que lhes pagam pelo privilégio de terem sexo pela primeira vez.
Razão: Pelas leis de Guam, é proibido que as virgens se casem.
(Agora diz-me cá uma coisa: existe emprego melhor no planeta?).

6* Em Hong Kong, uma mulher traída pode legalmente matar o seu marido adúltero, mas deve fazê-lo apenas com as suas mãos.

(Não consegui esquecer essa história de Guam...)

7* A lei autoriza as vendedoras a ficarem em topless em Liverpool,
Inglaterra, mas somente nas lojas de peixes tropicais.
(É para o comprador mostrar a vara!!!!)
(Será que tem que fazer prova para este tipo de emprego em Guam?).

8* Em Cali, na Colômbia, uma mulher só pode ter relações com seu marido, quando na primeira vez que isso ocorrer, a sua mãe estiver no quarto para testemunhar o acto.
(Imagina fornicar com a sogra a assistir? N-ao me gozem....Vai pra pqp!!!!!).

(Ainda continuo  a pensar em Guam... Como é que faço para mandar o meu curriculum vitae?...).

9* Em Santa Cruz, na Bolívia, é ilegal um homem ter relações com uma mulher e a filha dela ao mesmo tempo.
(Ficar à espera da vez do lado da cama, isso pode!).

(E aquele emprego em Guam ainda, por cima,  é remunerado!).

10* Em Maryland, EUA  os preservativos podem ser vendidos em máquinas somente nos lugares onde são vendidas bebidas alcoólicas para consumo no local.
(Bom, tem que se usar mesmo no balcão?)


11* Na Nova Guiné, o sexo anal é obrigatório

(Será que alguém sabe onde fica Guam, pelo amor de Deus?)

Socratização das massas - Esta notícia veio-me de várias fontes diferentes de informação e aferi bem o que  lá vinha.
Ora, bem! Segundo o semanário "Expresso", o Libération (jornal diário francês liberal de esquerda) não saiu em Portugal na quinta-feira, 18 Março,  devido a alegados  "problemas de impressão"…
Contudo, houve quem fosse à procura do jornal e … ... leiam lá isto!

 Merece a pena a rápida  leitura de uma  tradução, mesmo em cima do joelho do início do artigo em questão, isto como "aperitivo" para o que se segue:
"A inimizade de uma boa parte dos mídia, uma crise política que evolui para o bloquemaneto institucional, uma situação social explosiva, um fiasco económico obrigando a medidas drásticas a curto prazo...Como se isto não chegasse. o efervescente José Sócrates (debilmente reeleito nas legislativas de Setembro de 2009), deve doravante afrontar uma fronda parlamentar que o poderia forçar à demissão ou levar a família socialista a encontrar.-lhe um sucessor na chefia do Governo".

Leiam o resto que não darão por perdido o vosso tempo.

domingo, março 28, 2010

Euro, FMI e Grécia - como se diz em inglês, o que se segue é apenas  food for thought e assume um carácter meramente especulativo, mas convém desde logo, começar a equacionar estas questões. A entrada em cena do FMI, tal como proposta no último Conselho Europeu, vai ilibar a Alemanha de toda e qualquer responsabilidade no assunto, permitindo concomitantemente a Merkel lavar a cara perante o seu eleitorado, como se sabe, reticente em apoiar as pretensões de Atenas, e levar a Grécia a contrair um empréstimo junto das instituições de Bretton Woods. Ora, a receita tradicional destas, em casos similares, consiste em desvalorizar a "moeda nacional", permitindo assim lograr um certo equilíbrio das contas públicas. Todavia, a "moeda nacional" não existe, uma vez que a Grécia integra a Eurozona, utilizando, pois, a moeda comum europeia. Daí terá de reverter para o velho dracma, como aparentemente pretende a maioria da população grega, fazendo-o "ressuscitar". Não temos grandes dúvidas de que a prazo isso será feito, com todos os sacrifícios e humilhações para o ego helénico que isso implica. Nada, porém, voltará a ser como dantes.
Resumindo, em matéria económico-financeira a Alemanha dita as suas leis e é indiferente a tudo o mais e convém relembrar que as regras essenciais consistem no rigor, na honestidade  e na prestação de contas sem falhas ou manipulações
A lição para Portugal e outros não podia ser mais cristalina. A partir de agora, não há figos!

Nota final: relembramos o que aqui  se disse.

sábado, março 27, 2010

Salazar - o que era bom era que ele ressuscitasse nem que fosse para nos vender a bom preço a louça que esta escumalha escaqueirou.


Sadismo e tortura
- para quem não viu, vale a pena ter acesso a algumas das imagens deste programa da cadeia francesa France 2 ou ,pelo menos, ver os documentários, como este. É impressionante e diz-nos muito sobre a condição humana. 

No fundo, um número significativo de pessoas, não se importa de torturar gratuitamente desde que isso lhes dê uns minutos de fama.

O país da Revolução  de Maio 68, das greves permanentes, da contestação...que dificilmente é domado pelo poder capitula perante o poder da televisão!.

Antes a TV imbecilizava-nos, agora torna-nos sádicos.


Isto passou-se em França, já antes tinha havido uma experiência-piloto nos EUA e, como a história amplamente nos demonstra (veja-se o caso da Alemanha nazi, do regime dos "khmer rouge" de Pol Pot ou mesmo da nossa Inquisição, muito embora existam óbvias diferenças quantitativas e qualitativas entre todos eles) somos capazes de tudo.

Para quê os belos discursos sobre os Direitos Humanos, quando o homem continua a ser lobo do homem, independentemente das épocas e das circunstâncias? Estamos a perder tempo. Não aprendemos nada.

Navio sul-coreano afunda-se no Mar Amarelo – De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, uma unidade naval daquele pais de 1.500 toneladas e com uma tripulação de 104 oficiais, sargentos e praças  afundou-se ao largo da ilha de Baengnyeong, no  Mar Amarelo, no passado dia 26 de Março. Tendo em conta a dimensão e a  tripulação do navio será provavelmente ou uma fragata porta-mísseis da classe Ulsan ou uma corveta da classe Po Hang. O incidente teve lugar entre as 9 e as 10 horas locais. As causas  são por ora desconhecidas, mas a BBC referiu-se à eventual presença  de um torpedo. Segundo a cadeia de televisão YTN,  as autoridades de Seul dizem que houve uma explosão a estibordo e está a investigar as causas do acidente, designadamente se houve um ataque por parte da Coreia do Norte.   As águas contesttadas entre as  Coreias do Norte e do Sul são por vezes palco de incidentes navais de pequena dimensão, mas a perda de um navio de guerra desta dimensão seria extremamente significativo.
Posteriormente um porta-voz da Presidência sul-coreana disse que a a Coreia do Norte não teria sido responsável pelo  afundamento do navio “Cho An”. Embora não se se esteja perante uma situação de conflito armado, o incidente em si é já um acontecimento político de primeira ordem, mormente no que toca às fronteiras marítimas da Península  corea. Interessa agora ver qual será o comportamento de Pyongyang , no quadro da retoma de negociações internacionais e de uma importante transição de liderança politica interna.



A Tugalândia no concerto das nações - Eis ao que chegámos! Sem mais comentários!



Assessing the Risks of a Euro Zone Bailout for Greece - Para ler e meditar, transcrição de um artigo de Jon Levy da revista "Institutional Investor" 
  
March 24, 2010 - While German policymakers keep markets guessing about financing support for Greece, a ground-breaking proposal out of Berlin – German Finance Minister Wolfgang Schaeuble’s suggestion that the euro zone create its own lender of last resort – has important long-term implications for the euro zone. At first glance, the idea could be seen as diminishing risks for countries like Greece, which face major sovereign financing challenges that the EU and euro zone have no mechanism to ease. However, the proposal would do nothing to mitigate some of the most pressing and pernicious potential risks in Europe, which come from the banking sector. 

The European Monetary Fund would probably be modeled on an existing balance of payments support facility, which the EU currently uses for eastern European countries. The idea is to smooth over financing risks while these countries move toward euro membership. This is a classical lender of last resort model, and it is consistent with EU and euro zone interests; loan conditions are structured to help countries meet limits on debt and annual deficits. In fact, this same facility was used to loan money to Greece as it prepared to join the euro zone. 

However, once a country adopts the common currency, it is no longer eligible for this support, meaning that the euro zone has no tools to prevent a sovereign financing emergency. If Greece were to get an emergency loan today, it would be arranged on a purely ad hoc basis. The absence of a formal mechanism would compromise the effectiveness of financial support because uncertainty about both borrower and lender intentions would persist. While the IMF is another option, Euro zone policymakers are deeply concerned that IMF involvement in the euro zone could prompt irreconcilable institutional conflicts at some point. 

Schaeuble’s concept would fill this institutional void by setting up a fund to ease euro zone countries through rough financing patches in exchange for policy adjustment intended to meet EU debt and deficit rules. Funded by all euro zone members and able to issue bonds, the facility would dramatically lessen uncertainty about political will among the lenders – a vital element of bolstering credibility in financial markets, and among potential recipients. 

However, the concept as it is currently envisioned would do nothing to deal with what might prove to be a much more significant problem in the euro zone and the EU – a banking crisis that exceeds the capacity of a single government to manage, or which affects a bank with operations in multiple countries, thus obfuscating the lines of responsibility for crisis management and recapitalization. 

The intellectual roots of the European Union are formed of a view that economic integration and interdependence can prevent the emergence of conflict – a powerful and enduringly urgent requirement in Europe. This tradition has been enshrined through the development of a single market and open capital flows, which in turn fostered the development of an extensive cross-border banking market. 

The lessons of the inter-war period, which are so vital to the ideas of political and economic union in Europe, also recall the dramatic risks of banking failure – and of how an institutional failure can precipitate the transmission of economic strains across borders. 

Over the last two years, several EU governments have nationalized, recapitalized or otherwise supported banks. The ECB and other EU central banks have extended enormous liquidity facilities to banks. Yet, any attempt to build a lasting, credible and adequately financed pan-national banking sector support facility has been a complete non-starter – a French proposal in 2008 to set up a  €300 billion fund was quickly shot down. In the absence of such an institution, a banking crisis of the sort described above will bring to light all of the uncertainties now evident with regard to financing for Greece. 

These problems will even be worse because the opacity of the banking sector. The extent and diversity of inter-bank links will hinder efforts by governments to adequately assess the nature of the problem. By comparison, Greek public finances will look straightforward. 

Schaeuble’s European Monetary Fund idea faces an uphill political battle, but it can at least prompt a new debate – and it could end up forcing EU policymakers to negotiate a new economic policy treaty. Such a process would provide an optimal opportunity to finally deal with the glaring absence of a true European crisis containment capability. 


Jon Levy is a Europe analyst at Eurasia Group
O grande embuste – A entrada de Portugal na então C.E.E., hoje U.E., assentou basicamente em duas ou três premissas: (i) encerrado o ciclo do império, tratava-se de uma questão de sobrevivência porque não existia qualquer outra alternativa; (ii) todo o relacionamento exterior de Portugal, desde o comércio externo, passando pelas correntes tradicionais da emigração, para culminar nas relações politicas preferenciais tinha como ponto focal  o espaço europeu, ou seja a Europa, mais Europa e sempre a Europa; (iii) desta fluíam rios de leite e mel e os lusitanos, tal como outros, iriam beneficiar dessa dádiva celestial. Poderíamos acrescentar mais qualquer coisa ao quadro, mas o essencial girava em torno disto.  Corrijam-me se estou a asnear!
Assim se contou esta história às criancinhas e, mal e porcamente, se explicou a mesma historieta ao Povo. Mais. Não podiam subsistir dúvidas nem interrogações. Pela boca de Mário Soares, o maior demagogo e trafulha da história portuguesa (de que, aliás, Sócrates é um fraco imitador), o Povão não tinha que se pronunciar, nesta questão, que afectaria o seu futuro e o dos seus descendentes para sempre,  porque os “partidos democráticos” eram favoráveis à entrada de Portugal na C.E.E.  Logo a questão não era essencial e, alem disso, estava toda a gente que contava basicamente de acordo, leia-se do mesmo lado da barricada – os comunas, não, mas quem são os comunas?
Em suma, esta mais não foi que a habitual politica lusitana da meia-bola e força e quem vier a seguir que feche a porta.
Assim, as explicações não primaram nem pela clareza, nem pela profundidade. Não houve verdadeiro debate público. Não se pesaram os prós e os contras. E, sobretudo, não se advertiu o “pagode” de que haveria uma factura a pagar, nalguns casos bem pesada, que  se divisavam perigos na linha do horizonte e que o pais poderia não estar preparado para o grande embate – a adesão poderia constituir um tratamento de choque que poderia dar nova vida ao doente ou atirá-lo para o outro lado.
Lá vamos, cantando e rindo...Primeiro com Cavaco: “deixem-nos trabalhar” – leia-se, não vêem o leite e o mel a correr pelas ruas? Querem acabar com isto? Eu até não tenho dúvidas e raramente me engano. Depois, com Guterres que, sem prejuízo do verbo fácil, nunca percebeu o que estava a fazer e cada vez se afundava mais no “pântano da politica portuguesa”. A bem dizer, as dificuldades surgiram na última fase de Cavaco em que o leite e o mel começaram a correr em menor quantidade e, principalmente, com Guterres, que, atarantado, não  se assumiu como governante.
Aí, constata-se que o “país está de tanga”, Barroso dixit, verdade de Lapalice, mas, cá pelo sim ou pelo não o melhor é abandonar o barco. Vem Santana, playboy assumido e sem qualquer ideia digna desse nome na sua pobre cabecita louca.
Pois bem, Guterres demite-se, porque não está para aguentar o estado a que as coisas chegaram e acaba por ganhar um belo tacho (tachão) como Alto Comissário para os Refugiados. Barroso foge cobardemente para Bruxelas, deixando o “rectângulo” entregue à bicharada. E, e, e...com um super-tachão. Santana é despedido como uma criada de servir.
Sócrates vem na linha directa desta gente. Só que depois dos grandes equilíbrios macro-financeiros dos primeiros tempos, tentados mas nem sempre conseguidos, lá foi gastando alegremente. Era preciso dar ao povo a noção de que ainda havia leite e mel. Não, não havia. Não teve a mais pálida  ideia do furacão que se avizinhava e interrogado sobre a crise financeira, retorquiu que isso era com os outros, que não era connosco.  Depois, entra tudo em derrapagem: o leite e o mel deixaram de correr de vez. Mas continuou a escamotear os problemas, a fazer de conta, a mentir – nas pequenas e nas grandes coisas (o que nem sequer é grave, no dizer de Inês de Medeiros).
Agora, Sócrates apressa-se a dizer que não somos a Grécia, que as situações não são comparáveis, que isto está muito melhor do que por aí se diz. Com franqueza, alguém acredita realmente nestas balelas?
Não podemos fazer nada. Estamos de pés e mãos atadas.
Tinham de ser tomadas medidas a sério que implicavam grandes sacrifícios. Todos nós sabemos disso. Tal não foi feito.
A factura será ainda mais pesada ou, mesmo, incobrável, mas ninguém tem a coragem de nos dizer isto mesmo e de assumir as suas responsabiidades.
É este o grande logro, o grande embuste, a grande patranha.
Infelizmente, inscreve-se num conjunto apreciável e, como vimos, constante e sólido de inverdades, de mentiras e de mentirolas. 

sexta-feira, março 26, 2010

Conselho Europeu “salva” a Grécia. Será que merece? – Toda a gente já conhece as conclusões a que o CE  chegou ontem, logo nos primeiros minutos da reunião magna de Bruxelas, ou seja e sem entrar em pormenores, ajuda financeira bilateral coordenada com a entrada em campo do FMI . Mais uma vez, o eixo franco-alemão  funcionou. Seguiu-se o coro hipócrita de solidariedade dos "anões" (entre os quais o nosso Sócrates) com a Grécia, cuja demagogia para os meios de comunicação social difundirem urbi et orbi é bem conhecida. Só que provavelmente as medidas tomadas não  vão resolver o problema.
Como diz o “Financial Times” de hoje, só resta à Grécia abandonar o Euro, ressuscitar o dracma e, em seguida,  desvalorizaá-lo em 40%. Não existe qualquer outra  saída. Aliás, os próprios gregos reclamam nas ruas a saída da Eurozona, o abandono da U.E. e para exemplificar lá vão queimando bandeiras azuis com estrelinhas. Ora bem, a solução possível aponta nesse sentido e o Povão parece que é isso mesmo que quer. Então, faça-se.
É que se isto não acontecer, a prazo, a Alemanha pode pensar noutras soluções mais consentâneas com os seus próprios interesses e rebentar com o sistema de vez. Neste quadro, o Euro morre de morte natural – leia-se, de colapso cardíaco – de imediato.
E a construção europeia, antes do mais um projecto político e não económico-financeiro? O quê? Importa-se de repetir, se faz favor?
É preciso não esquecer que a Grécia, pela mão de Giscard d’Estaing, então Presidente da França e amigo pessoal de Karamanlis, entrou na então C.E.E., praticamente sem negociações, uns anos de Portugal e da Espanha.
A Grécia tem muito mais que ver com o Mediterrâneo Oriental e com o Médio Oriente do que com a Europa (aliás, odeiam os turcos porque os seus antepassados eram originários de regiões e territórios da Ásia Menor, dominadas pelos otomanos e também porque do ponto de vista das estruturas mentais não divergem muito, ou, mesmo, nada dos seus vizinhos). A mentalidade, a cultura, o modo de vida, a estrutura social e a própria ética são médio-orientais e não europeus. Mais. Basta ir à Grécia ou conviver com os gregos para nos certificarmos disto.
Por conseguinte, as aldrabices nas contas, as manipulações estatísticas, o meia-bola e força, que alguém há-de pagar e o quem-vier-a-seguir que se lixe não são de estranhar .
(Todos os dias me falam nas diferenças entre lusitanos e helenos, mas há aqui umas parecenças levadas do diabo...)
Para acabar, se querem sair e se devem sair, então porque não saem, já?




quinta-feira, março 25, 2010

Tolerância, Paz e Islão 2/2 - Não vale a pena mostrar mais imagens, nem fazer comentários adicionais.
Tolerância, Paz e Islão 1/2 - Apenas dois exemplos, sempre actuais,  de uma manifestação realizada creio que há cerca de dois anos em Londres. 
Citação do dia - Vale a pena reler Eça pela actualidade das suas ideias, pela limpidez dos conceitos  e, last but not least, pela elegância da prosa





















Isto assenta que nem uma luva a tão boa e respeitável gente, em especial a actuais e antigos titulares dos Negócios Estrangeiros, da Economia, das Obras Públicas, Transportes e Comunicações e...e...Bom! É melhor ficarmos por aqui!

quarta-feira, março 24, 2010

Sócrates e o PEC - Com denodo, coragem e espírito de sacrifício, Sócrates e o seu Governo vão salvar Portugal.  Oh! Gente incrédula, agoirenta e maledicente! É preciso ter fé,  esperança e, sobretudo, amor, um entranhado amor pela ínclita Pátria lusitana! Viva o nosso querido Portugal!



Guiné-Bissau - Militares contra polícias - Segundo as agências noticiosas, um jovem acusado de burlar pessoas na Guiné-Bissau está no centro de uma grande polémica entre os militares e a Polícia Judiciária (PJ), com os soldados a retirarem à força o detido de uma cela da PJ para interrogatórios. Aparentemente, sete elementos do batalhão de segurança do Estado-Maior General das Forças Armadas invadiram segunda-feira a sede da PJ onde foram buscar à força o jovem que aí se encontrava detido. De acordo com as citadas fontes de informação, os militares foram buscar o jovem detido para interrogatórios no Estado-Maior das Forças Armadas já que este se apresentava “nas suas acções de burla”, ora como elemento do exército, ora como agente da PJ e ainda como professor de um liceu de Bissau.
Depois sucederam-se os actos de violência, espancamentos, incluindo uma agressão física à directora local da PJ. Mas, com efeito, trata-se de um incidente entre muitos envolvendo militares e a polícia civil e casos anteriores houve de muito maior gravidade (por exemplo, em 2008).

Conclusão: eis o Estado de Direito (ou de Torto) do país de ficção chamado Guiné-Bissau. Vamos continuar a cooperar com esta gente que é tudo gente de bem - ou tendencialmente de bem. Nada de impor condições, nem "princípios democráticos de importação", porque isso para além de ser politicamente incorrecto é discriminatório e racista.  

For the record - Esta é apenas para registo, uma vez que é amplamente conhecida. Convém não esquecer que  esta senhora, filha do maior "bluff cultural" deste país (António Victorino d' Almeida, acho que é assim que se escreve - um homem que no "antigamente" foi durante anos "adido cultural em Viena", onde cursou o conservatório local e fazia umas reportagens para a RTP, pois então!), tem todo o direito de voar entre Lisboa e Paris, sempre que quiser, uma vez que a enfadonha Tugalândia, pobrete mas alegrete, com ou sem PEC, paga. Demagogia à parte, só uma viagem de ida e volta desta consabida actriz (?), sem Óscares, Emmys  ou Césares, à "rive Gauche", é superior a uma percentagem significativa das pensões que que se pagam neste rectângulozito da Ibéria.
A bem da Nação... Cala-te, boca!
Vale sempre a pena ver e rever o vídeo  e também ler atentamente as baboseiras que esta senhora diz.
Ora, bem

Inês de Medeiros

"Se Sócrates mentiu, nem acho que seja muito grave"

Revista Sábado 10-03-2010.
De facto para um mentiroso compulsivo, mais uma mentirola, aqui e outra ali, apenas confirma o padrão...

terça-feira, março 23, 2010

A tartaruga em cima do posteEnquanto suturava um ferimento na mão de um velho almeida,
cortada por um caco de vidro indevidamente atirado para o lixo, o médico e o paciente começaram a conversar sobre o país, o governo e, inevitavelmente, sobre Sócrates (não o filósofo, mas o ingenheiro do inglês prático).

O velhinho disse:

“Bom, o senhor sabe... o Sócrates é como uma tartaruga em cima do poste...”.

Sem saber o que o almeida quis dizer, o médico perguntou o que
significava uma tartaruga num poste


E o almeida respondeu:

"É quando o senhor vai andando por uma estrada, vê um poste e lá em
cima está uma tartaruga a tentar equilibrar-se”.

Isso é uma tartaruga num poste.


Diante da cara de interrogação do médico,

o velho acrescentou:

"O dr. não entende como ela chegou lá;

Não acredita que ela esteja lá;

mas sabe que ela não conseguiu ir até lá sozinha;

também sabe que ela não deveria, nem poderia estar lá;

Mais ainda.  Sabe que ela não vai fazer absolutamente nada enquanto estiver lá;

O dr. não entende porque a colocaram lá;

“Então tudo o que temos a fazer é ajudá-la a descer de lá, e
providenciar para que nunca mais suba, pois lá em cima definitivamente
não é o lugar dela".


Repasse Urgente.
Por favor, ajude a Tartaruga a descer do Poste!

PLEASE!

Em homenagem ao sexo feminino (3/3) - E já agora uma imagem da época

Em homenagem ao sexo feminino (2/3) -  Agora vem uma das melhores partes:




Preparación de la mujer al matrimonio.
20 Principios a no olvidar.

1.Ten preparada una comida deliciosa para cuando él regrese del trabajo.

2.Ofrécete a quitarle los zapatos.

3.Habla en tono bajo, relajado y placentero.

4.Prepárate: retoca tu maquillaje, coloca una cinta en tu cabello. Su duro día de trabajo quizá necesite de un poco de ánimo y uno de tus deberes es proporcionárselo.

5.Durante los días más fríos debéis preparar un fuego en la chimenea para que se relaje frente a él.

6.Preocuparte por su comodidad te proporcionará una satisfacción personal inmensa.

7. Minimiza cualquier ruido.

8. Salúdale con una cálida sonrisa y demuéstrale tu deseo por complacerle.

9. Escúchale, déjale hablar primero; recuerda que sus temas de conversación son más importantes que los tuyos.

10.Nunca te quejes si llega tarde, o si sale a cenar o a otros lugares de diversión sin ti.

11. Haz que se sienta a gusto, que repose en un sillón cómodo.

12. Ten preparada una bebida fría o caliente para él.

13. No le pidas explicaciones acerca de sus acciones o cuestiones su juicio o integridad.

14. Recuerda que es el amo de la casa.

15. Anima a tu marido a poner en práctica sus aficiones e intereses
y sírvele de apoyo sin ser excesivamente insistente.

16. Si tú tienes alguna afición, intenta no aburrirle hablándole de ésta, ya que los
intereses de las mujeres son triviales comparados con los de los hombres.

17. Al final de la tarde, limpia la casa
para que esté limpia de nuevo en la mañana.

18. Cuando os retiréis a la habitación, prepárate para la cama
lo antes posible, teniendo en cuenta que,aunque la 
higiene femenina es de máxima importancia,
tu marido no quiere esperar para ir al baño.

19. Recuerda que debes tener un aspecto inmejorable a la hora
de ir a la cama...; si debes aplicarte crema facial o rulos
para el cabello, espera hasta que él esté dormido,
ya que eso podría resultarle chocante a un hombre
a última hora de la noche.


20. En cuanto respecta a la posibilidad de relaciones íntimas con tu marido, es importante recordar tus obligaciones matrimoniales:


• Si él siente la necesidad de dormir, que sea así, no le presiones o estimules la intimidad.

• Si tu marido sugiere la unión, entonces accede humildemente, teniendo siempre en cuenta que su satisfacción es más importante que la de una mujer.

• Cuando alcance el momento culminante, un pequeño gemido por tu parte es suficiente para indicar cualquier goce que hayas podido experimentar.

• Si tu marido te pidiera prácticas sexuales inusuales, sé obediente y no te quejes.

 Cuando tu marido caiga en un sueño profundo, acomódate la ropa, refréscate y aplícate crema facial para la noche y tus productos para el cabello. Puedes entonces ajustar el despertador para levantarte un poco antes que él por la mañana. Esto te permitirá tener lista una taza de té para cuando despierte.
Em homenagem ao sexo feminino (1/3) - Isto é capaz de não ser politicamente correcto, mas dá-me cá um gozo enrome pôr estas coisas a circular. Ora, leiam, s.f.f.

La Sección Femenina de Falange
de la J.O.N.S. y la S.F.(1934-1959)
  • Su objetivo:

Fomentar en las mujeres el
espíritu nacionalsindicalista
  • Su lema:

El fin esencial de la mujer, es servir de complemento al hombre, formando con él, individual o colectivamente, una perfecta unidad social.

  • Su ideario politico:

Fomentar los valores tradicionales que evocaban la figura de la madre y de la esposa sumisa
como prototipo femenino.

Pilar Primo de Rivera era la esponsable de la sección feminina

“Las mujeres nunca descubren nada; les falta, desde luego, el talento creador, reservado por Dios para inteligencias varoniles; nosotras no podemos hacer nada más que interpretar, mejor o peor, lo que los hombres nos dan hecho”.

(Pilar Primo de Rivera, 1942)

“La vida de toda mujer, a pesar de cuanto ella quiera simular –o disimular- no es más que un eterno deseo de encontrar a quien someterse”.

(Medina, Revista de la Sección
Femenina, 13 de agosto de 1944)

“Cuando estéis casadas, pondréis en la tarjeta vuestro nombre propio, vuestro primer apellido y después la partícula ‘de’, seguida del apellido de vuestro marido.
Esta fórmula es agradable, puesto que no perdemos la personalidad, sino que somos Carmen García, que pertenece al Señor Marín, o sea, Carmen García de Marín”.

 (Sección Femenina,
Economía doméstica para Bachillerato)
Extractos de Sección Femenina de la Falange Española
y de las JONS -Editado en 1958.

A Grécia prognostica a Terceiro-mundialização da Europa (6/6) – (notas finais)

Em anexo citaram-se alguns excertos do livro de Christian Morrisson referido no texto: "La faisabilité politique de l’ajustement", Paris, Centre de développement de l’OCDE, Cahier de politique économique n° 13, 1996, provavelmente a cartilha dos governos neoliberais...
Mais documentação sobre o assunto aqui.
Para quem ainda não o fez, vale também a pena ler, entre outros, o livro de Viviane Forrester, O Horror Económico (L´horreur éconómique).

A Grécia prognostica a Terceiro-mundialização da Europa (5/6) – (continuação)
“La faisabilité politique de l’ajustement
Dans les années 1990, de nombreux travaux ont été menés, au sein de l’OCDE, sur la faisabilité politique de l’ajustement néolibéral. Christian Morrisson prévient : «  l’application de programmes d’ajustement dans des dizaines de pays pendant les années 1980 a montré que l’on avait négligé la dimension politique de l’ajustement. Sous la pression de grèves, de manifestations, voire d’émeutes, plusieurs gouvernements ont été obligés d’interrompre ou d’amputer sévèrement leurs programmes » (p. 6). Il convient de minimiser les risques et adopter une stratégie politique adéquate.
Prendre des mesures politiquement et socialement peu risquées
A partir de plusieurs études-pays, Christian Morrisson met en avant «  l’intérêt politique de certaines mesures [...] : une politique monétaire restrictive, des coupures brutales de l’investissement public ou une réduction des dépenses de fonctionnement ne font prendre aucun risque à un gouvernement. Cela ne signifie pas que ces mesures n’ont pas des conséquences économiques ou sociales négatives : la chute des investissements publics ralentit la croissance pour les années à venir et met sur-le-champ des milliers d’ouvriers du bâtiment au chômage, sans allocation. Mais nous raisonnons ici en fonction d’un seul critère : minimiser les risques de troubles » (p. 16). Peu importe, « dans la réalité, les entreprises du bâtiment souffrent beaucoup de telles coupures [dans les investissements publics] qui multiplient les faillites et les licenciements. Mais ce secteur, composé surtout de petites et moyennes entreprises, n’a quasiment aucun poids politique » (p.17). «  La réduction des salaires et de l’emploi dans l’administration et dans les entreprises parapubliques figure, habituellement, parmi les principales mesures des programmes [d’ajustement] » (p. 29).
Selon Christian Morrisson, cette mesure est « moins dangereuse politiquement » que d’autres «  et elle touche les classes moyennes plutôt que les pauvres » (p. 29). En cas de troubles (grèves...), « le gouvernement a toutefois les moyens de faire appel au pragmatisme des fonctionnaires. Il peut, par exemple, expliquer que, le FMI imposant une baisse de 20 pour cent de la masse salariale, le seul choix possible est de licencier ou de réduire les salaires et qu’il préfère la seconde solution dans l’intérêt de tous. Les expériences de plusieurs gouvernements africains montrent que ce discours peut être entendu » (p. 29). Ce qui est vrai en Afrique l’est certainement sous d’autres cieux.
Agir sur la qualité des services publics
« Si l’on diminue les dépenses de fonctionnement, il faut veiller à ne pas diminuer la quantité de service, quitte à ce que la qualité baisse. On peut réduire, par exemple, les crédits de fonctionnement aux écoles ou aux universités, mais il serait dangereux de restreindre le nombre d’élèves ou d’étudiants. Les familles réagiront violemment à un refus d’inscription de leurs enfants, mais non à une baisse graduelle de la qualité de l’enseignement et l’école peut progressivement et ponctuellement obtenir une contribution des familles, ou supprimer telle activité. Cela se fait au coup par coup, dans une école mais non dans l’établissement voisin, de telle sorte que l’on évite un mécontentement général de la population » (p. 30). Sans commentaire !
Diviser et opposer pour imposer
« Un gouvernement peut difficilement [ajuster] contre la volonté de l’opinion publique dans son ensemble. Il doit se ménager le soutien d’une partie de l’opinion, au besoin en pénalisant davantage certains groupes. En ce sens, un programme qui toucherait de façon égale tous les groupes (c’est-à-dire qui serait neutre du point de vue social) serait plus difficile à appliquer qu’un programme discriminatoire, faisant supporter l’ajustement à certains groupes et épargnant les autres pour qu’ils soutiennent le gouvernement. » (p. 17). Comme « la plupart des réformes frappent certains groupes tout en bénéficiant à d’autres, [...] un gouvernement peut toujours s’appuyer sur la coalition des groupes gagnants contre les perdants » (p. 18). Il faut donc diviser et opposer pour imposer.
Un régime « dictatorial » serait idéal pour imposer les réformes
«  Une comparaison pour les pays d’Amérique latine entre des régimes démocratiques comme la Colombie, l’Équateur, le Pérou, et des régimes militaires, comme l’Argentine et le Chili, en 1981-82, montre que les troubles sont plus rares lorsque le régime est militaire [...] La comparaison entre les deux expériences de l’Argentine sous un régime militaire (en 1981) et en démocratie (1987) est parlante : le niveau de protestation a été trois fois plus élevé en 1987 et il y a eu beaucoup plus de manifestations » (p. 12). Ainsi, un régime dur serait idéal pour imposer les réformes. Le néolibéralisme serait-il entrain de déraper ?
Au total, la Grèce préfigure bien la Tiers-Mondialisation de l’Europe.