Relações e ralações externas mais fofoca q.b., ou em versão inglesa: "Something is rotten in the kingdom of Denmark" e em versão francesa: "Du tout et de tout - Récits de Belzébuth à son petit-fils"
quarta-feira, março 03, 2010
O que é a U.E.? – Tratou-se sempre de um “animal de difícil definição”, mas hoje com 4 pólos de poder (o Presidente que não se sabe muito bem o que faz nem o que pensa fazer, o Presidente da Comissão, o Presidente de turno – hoje, a Espanha, amanhã a Bélgica e depois a Hungria – e o Presidente do Parlamento, cada um a puxar a brasa à sua sardinha e sem coordenação efectiva, é um barco à deriva, sem bússola, carta de navegação, comandante ou sequer piloto, ultrapassada que está pelos EUA e pelos BRICs. Existem à partida, demasiados chefes para poucos índios e mais uma vez os europeus, com o “mínimo denominador comum” chamado Tratado de Lisboa , em vez de simplificarem as coisas, puseram mais dados no “complicador”. Depois, nunca houve, nem presumo que na minha vida biológica haverá, uma politica externa comum digna desse nome, mas um somatório de acções dispersas e inconsequentes. Até porque ninguém abdicará da sua própria politica externa, tal como definida no que se julga serem os interesses nacionais de cada um. Pensem bem: será que a França, o Reino Unido, a Espanha, ou, mesmo, o rectângulo Tuga vão abdicar da sua acção no exterior, das suas zonas de influência, ou de pretensa influência, e o seu protagonismo próprio? A suposta política externa viu-se o que era aqui há uns anos com o caso da Bósnia – o símbolo da descoordenação absoluta, a maior vergonha europeia, num cenário de catástrofe, em que urgia realmente fazer-se alguma coisa em comum. Foi preciso telefonar a Clinton para que os EUA fizessem eles alguma coisa, porque a U.E. dos fala-baratos era hábil no parlatório, mas inepta na acção. Mas há mais. Porque é que, nos últimos anos, abrimos as portas de par em par e deixámos entrar uma dúzia de países, a maioria dos quais sem quaisquer condições para integrarem a União? E mais, ainda. O que é que verdadeiramente deu esta história da moeda comum, com os belos exemplos da Grécia e de outros, dos quais alegremente fazemos parte? Haverá harmonização das politicas fiscal, económica, etc para que a moeda comum seja um êxito, dentro e fora da Eurozona, ou estamos submetidos ao diktat da Alemanha, ou o Euro está, pura e simplesmente, condenado a desaparecer? Enfim, existem tantas perguntas sem resposta e entretanto o nosso continente vai, dia após dia, decaindo, afundando-se e auto-condenando-se à irrelevância. Europa, para quê?
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