sexta-feira, março 26, 2010

Conselho Europeu “salva” a Grécia. Será que merece? – Toda a gente já conhece as conclusões a que o CE  chegou ontem, logo nos primeiros minutos da reunião magna de Bruxelas, ou seja e sem entrar em pormenores, ajuda financeira bilateral coordenada com a entrada em campo do FMI . Mais uma vez, o eixo franco-alemão  funcionou. Seguiu-se o coro hipócrita de solidariedade dos "anões" (entre os quais o nosso Sócrates) com a Grécia, cuja demagogia para os meios de comunicação social difundirem urbi et orbi é bem conhecida. Só que provavelmente as medidas tomadas não  vão resolver o problema.
Como diz o “Financial Times” de hoje, só resta à Grécia abandonar o Euro, ressuscitar o dracma e, em seguida,  desvalorizaá-lo em 40%. Não existe qualquer outra  saída. Aliás, os próprios gregos reclamam nas ruas a saída da Eurozona, o abandono da U.E. e para exemplificar lá vão queimando bandeiras azuis com estrelinhas. Ora bem, a solução possível aponta nesse sentido e o Povão parece que é isso mesmo que quer. Então, faça-se.
É que se isto não acontecer, a prazo, a Alemanha pode pensar noutras soluções mais consentâneas com os seus próprios interesses e rebentar com o sistema de vez. Neste quadro, o Euro morre de morte natural – leia-se, de colapso cardíaco – de imediato.
E a construção europeia, antes do mais um projecto político e não económico-financeiro? O quê? Importa-se de repetir, se faz favor?
É preciso não esquecer que a Grécia, pela mão de Giscard d’Estaing, então Presidente da França e amigo pessoal de Karamanlis, entrou na então C.E.E., praticamente sem negociações, uns anos de Portugal e da Espanha.
A Grécia tem muito mais que ver com o Mediterrâneo Oriental e com o Médio Oriente do que com a Europa (aliás, odeiam os turcos porque os seus antepassados eram originários de regiões e territórios da Ásia Menor, dominadas pelos otomanos e também porque do ponto de vista das estruturas mentais não divergem muito, ou, mesmo, nada dos seus vizinhos). A mentalidade, a cultura, o modo de vida, a estrutura social e a própria ética são médio-orientais e não europeus. Mais. Basta ir à Grécia ou conviver com os gregos para nos certificarmos disto.
Por conseguinte, as aldrabices nas contas, as manipulações estatísticas, o meia-bola e força, que alguém há-de pagar e o quem-vier-a-seguir que se lixe não são de estranhar .
(Todos os dias me falam nas diferenças entre lusitanos e helenos, mas há aqui umas parecenças levadas do diabo...)
Para acabar, se querem sair e se devem sair, então porque não saem, já?




Sem comentários: