domingo, março 27, 2011

Londres - Manif. contra os "cortes": 66 feridos e mais de 200 detidos


Ah, grande democracia britânica que dá sempre cartas a toda a gente! Na manif. de sábado, em Londres (anti-cuts rally), 250.000 pessoas (tantas como a dos à rascas em Portugal), que se saldou por 66 feridos e 214 detenções, foi interessante ver o "civismo" dos soberbos ingleses. Gostei de observar aquelas investidas contra os bancos e as companhias de seguros em que tudo se partia à paulada e à pedrada. Gostei de ver a passividade da polícia. Assim é que é, não há cães, nem cassetetes, nem carros de água, nem nada disso, é fartar vilanagem. Querem quebrar a loiça, pois que quebrem que o contribuinte paga!
Aqui, neste país periférico, pobre, endividado e desgraçadinho foi - e é - uma sensaboria: a manif. dos rascas e dos à rasca, com jovens, criancinhas de colo e velhinhos, não deu nada, apesar de ter estado para lá uma salada monumental (extrema-esquerda e extrema-direita, gajos que queriam a legalização da marijuana, maricada q.b., feministas, reformados à beira de um ataque de nervos, enfim de tudo um pouco...); depois a dos professores no mesmo dia (não se passou nada!); na semana a seguir, a da CGTP (nada houve!); tem havido greves numa base diária (nada a registar, excepto atrasos e outros pequenos inconvenientes). Somos, de facto, uns tristes, uns fadistas pindéricos. Devíamos era aprender com os ingleses. Que diabo, não temos tomates ou o que é isto? Então,  ninguém, mas mesmo ninguém partiu uma montrazinha sequer? Não há montras para escavacar? É por estas e por outras que não temos o verdadeiro espírito europeu. Os ingleses foi o que agora se viu. Os gregos estão fartos de fazer das suas e outro dia até iam queimando polícias vivos. Os franceses pintam a manta à menor coisinha. Não, os tugas são mesmo uns terceiro-mundistas. Não sabem fazer as coisas à europeia.
Dizia-me um inglês, meu amigo, a propósito da manif. de Londres: "That was an un-english atitude". Ao que lhe respondi: "No my friend,  correct me if I am wrong, it was very, very English-like".    

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