Ana Paula Zacarias em Brasília
Parabéns à Embaixadora Ana Paula Zacarias nomeada para a chefia da Delegação da União Europeia no Brasil pela Alta Representante para as Relações Externas, Catherine Ashton, após – note-se bem – concurso público, o que e revelador da capacidade e qualidades da referenciada, que possui um currículo expressivo (Embaixadora na Estónia, nr. 2 na REPER, Vice-Presidente do Instituto Camões, Conselheira na Missão Portuguesa junto da UNESCO, assessora da Presidência da República)
Segundo os media, Ana Paula Zacarias é a primeira diplomata portuguesa a chefiar uma Delegação da União Europeia no quadro do novo Serviço Europeu para a Acção Externa. Mais cinco funcionários portugueses (que não diplomatas) chefiam outras tantas delegações europeias no mundo: Estados Unidos (esta por nomeação do Presidente da Comissão, Durão Barroso), Ucrânia, Venezuela, Camarões e Gabão (que também cobre S.Tomé e Príncipe).
A delegação em Washington - um dos lugares mais importantes das representações externas da Comissão - é chefiada pelo antigo Chefe de Gabinete de Durão Barroso, João Vale de Almeida.
Comentando a nomeação, Pedro Lourtie, secretário de Estado dos Assuntos Europeus, disse ao “Expresso” de Lisboa que "o Brasil era uma das prioridades que Portugal tinha fixado neste arranque do Serviço Externo", pelo que "estamos mais do que satisfeitos". Para este lugar, o país concorreu diretamente com a Alemanha e, depois, com a Holanda e a Áustria.
Lourtie considerou que a nomeação de Ana Zacarias constituía uma “vitória da diplomacia portuguesa”, quando, no fundo, se trata de um sucesso pessoal, muito embora honre a carreira diplomática e o país.
No caso de Ana Paula Zacarias, afigura-se-nos que também o lóbi lusitano terá funcionado, o que não aconteceu há uns meses atrás com Luísa Margarida Bastos de Almeida (actual embaixadora em Ankara), que, apesar dos seus vinte e muitos anos em Bruxelas e a sua senioridade, não conseguiu o almejado lugar, por não ser “adequada” para o lugar.
Portugal pretenderia para os seus diplomatas da sede (ou seja, das Necessidades) 3 possíveis postos: Brasília, Luanda e a Direcção de África, em Bruxelas. Angola constituiria, pois, a segunda prioridade, neste momento inalcançável, uma vez que a nomeação da referenciada e também de José Pedro Costa Pereira para a dita Direcção esgotou, por assim dizer, a quota “disponível” para Portugal.
Recorde-se que foi durante a presidência portuguesa da União, em 2007, que a UE estabeleceu uma parceria estratégica com o Brasil, tendo organizado a primeira cimeira UE-Brasil.
A nosso ver, não houve neste caso feminismo (ou, se se quiser muito pouco) mas apenas mérito. Todavia, não se tratou de uma mera coincidência o facto de Catherine Ashton querer divulgar a nomeação da supracitada e também de Mariangela Zappia, como representante da Comissão Europeia na ONU em Genebra, no dia internacional da mulher
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