sexta-feira, março 18, 2011

Líbia – Europa claramente dividida quanto à“No-flight Zone”. Brasil abstém-se.

Foi aprovada ontem em Nova Iorque uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas estabelecendo a Zona de Exclusão Aérea (“No-flight Zone”) na Líbia, autorizando "todas as medidas necessárias" para a protecção de civis e áreas civis povoadas sob ameaça, referindo explicitamente a cidade de Bengazi. Leia-se, para impedir o massacre de civis pelas tropas do ditador Muamar Kadhaffi.O texto exclui explicitamente "qualquer tipo de ocupação estrangeira em qualquer parte do território líbio".
A resolução, em que a França e o Reino Unido (com o decidido apoio do lado árabe por parte do Líbano) foram instrumentais para as respectivas negociação e aprovação, obteve os votos favoráveis de 10 países (os três referenciados, mais os EUA, África do Sul, Nigéria, Portugal, Líbano, Bósnia e Herzegovina, Colômbia e Gabão) e cinco abstenções (curiosamente os BRICs – Brasil, China, Rússia Índia e – pasmem-se, oh! Gentes!  - a Alemanha!!!).
Tropas americanas, francesas, britânicas e de dois países árabes devem participar da ação militar. 
A abstenção do Brasil
O Brasil da ex-revolucionária e agora “presidenta” Dilma Rousseff, ao arrepio do sentimento generalizado dos ocidentais, africanos e árabes, ao justificar a abstenção, afirmou que a posição brasileira "não significa uma aceitação do comportamento do governo líbio". De acordo com a embaixadora Maria Luiza Viotti, "o problema está no texto da resolução" (o Brasil está de acordo quanto ao fundo e em descaordo quanto à forma? Fraca desculpa…). Para a diplomata brasileira, "as medidas adotadas podem gerar mais danos do que benefícios" (Quais? Menos gente no paraíso de Alá?). Além disso, segundo a representante brasileira junto à ONU, os movimentos no mundo árabe "têm crescido internamente. Uma intervenção externa alteraria esta narrativa, tendo repercussões na Líbia e em outros países" (mas como, se os próprios árabes vão participar na força de interdição aérea?). O império da  asneira encontra múltiplas justificações, em especial no Brasil de Dilma.

A Alemanha manda a Europa ir dar uma curva.
É o fim claro e sem ambiguidades da Política Externa e de Segurança Comum, agora que a Alemanha, como anunciámos repetidamente neste blogue, começa a namorar a Rússia e já está a entrar na fase da paixoneta, que evoluirá para paixão. A ligação a Leste é, pois, um dado incontornável, muito embora tudo se justifique, mesmo o injustificável. A Alemanha não queria participar em operações militares, dizem eles, mas a tal ninguém os obrigou…. Portugal votou a favor e não se vai envolver em operações militares. O que é que quer Angela Merkel?
E, já agora, o que é  que faz Catherine Ashton no meio de tudo isto?  É só blá-blá? Fim definitivo da PESC ou será possível repescá-la?
Para terminar, 
Quando é que Luis Amado vai comer mais umas tâmaras à tenda do beduíno?

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