Assim, o país que asumirá a Presidência rotativa do Conselho da UE no próximo ano defronta-se com uma das mais graves e profundas crises económicas da U.E., no âmbito de um processo de forte desprestígio da classe política e das instituições democráticas (mais uma vez, repetimo-nos, o fenómeno não se circunscreve à Hungria, mas abrange quase toda a Europa Central e Oriental, p. ex. Bulgária, Croácia, Letónia, Roménia, Estónia, Rep. Checa, etc. - bem atestado pelas sondagens de opinião) o que veio a dar novo alento a uma formação radical anti-semita, anti-europeia e anti-sistema. As recentes eleições gerais acabaram (felizmente) com o domínio que o Partido Socialista (uma grande parte da respectiva hierarquia de topo era constituída opor comunistas "recauchutados") e deram a vitória a um partido da direita, porém com uma ideologia confusa. O Governo do Fidesz vai ser obrigado a cortes orçamentais profundos e muito duros, designadamente em termos de despesa pública, submetido à disciplina férrea do F.M.I. O apoio que recebeu explica-se mais pelo descontentamento com o próprio partido socialista, a respectiva governação e o odiado ex-Primeiro-Ministro F. Gyurcsány (que mentiu descaradamente ao povo para subir e manter-se no Poder) que por apoio ao programa do Fidesz e à sua ideologia. As tensas relações com a Rússia, de que a Hungria depende em termos de abastecimento energético (gás), acompanhadas pela eterna crispação com os países vizinhos, onde existem importantes minorias de origem húngara, a quem Orban se propõem dar a dupla nacionalidade, anunciam-nos tempos complicados para a Europa Central, no quadro da complexa crise política, económica e social com que a Europa se debate.
Relações e ralações externas mais fofoca q.b., ou em versão inglesa: "Something is rotten in the kingdom of Denmark" e em versão francesa: "Du tout et de tout - Récits de Belzébuth à son petit-fils"
sexta-feira, maio 07, 2010
Hungria - eleições e novo governo: uma incógnita, num quadro confuso - Na sequência das eleições gerais húngaras (a 2 voltas: 11 e 25 de Abril), com a mais que aguardada vitória do partido populista Fidesz de Viktor Órban, que arrebatou, mais de 2/3 dos assentos parlamentares podendo, assim, modificar a constituição a seu bel prazer e com uma expressiva votação na extrema-direita (17%), a Hungria prepara-se para entrar num período ainda mais turbulento do que havia vivido até aqui. Por um lado, Órban, um homem assumidamente de direita, vai ter de tomar medidas impopulares. Por outro, a ascensão fulgurante e consistente do Jobbik, extrema-direita pró-nazi, fenómeno que não se confina à Hungria, mas a quase toda a Europa Central e Oriental, é uma carta nova no baralho que introduz forçosamente um novo factor de perturbação na cena política.
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