Se acaso os alemães atirarem com a imprescindível bóia de salvação (aliás, já anunciada), querem então definir muito bem as regras do jogo para que a situação não se repita.
Ora, se não existem obrigações mútuas entre os Estados-membros da U.E. e se alemães e gregos não querem, os primeiros pagar e os segundos submeter-se aos ditames germânicos, suscita-se, de imediato, a questão de saber o que é que a Europa quer ser – para além da zona de comércio livre que já é (no conceito puramente britânico ou anglo-saxónico do chamado “Mercado Comum”). Esta questão não é despicienda e ultrapassa em muito o problema da sobrevivência ou não do Euro.
Mito provavelmente, a U.E. e o euro deverão sobreviver à crise – sem embargo, não é impensável que isso não possa vir a acontecer . É preciso não esquecer que a 27 as crises e as tensões serão permanentes e a Europa não dispõe dos mecanismos para responder eficazmente a esses desafios que se vão multiplicar. Mais. Com a negociação e aprovação do Tratado de Lisboa ficou provado ad nauseam que o processo de integração europeia não pode dar mais passos em frente, nem a opinião pública europeia está minimamente de acordo com essa intenção. Neste particular, o “Stop” é, pois, definitivo, por um período muito dilatado, que, com cada dia que passa, se adivinha, mais e mais longo.
A U.E. poderá não ser mais que uma mera aliança de conveniência construída em torno de meros benefícios económicos, negociados e renegociados entre parceiros. Assistir-se-á, em nosso entender a uma involução: passamos da União para um mero Pacto, que gravitará em torno de interesses egocêntricos, sem qualquer visão de construção de um qualquer futuro comum a 27 ou mais parceiros.
Sem comentários:
Enviar um comentário