Por conseguinte, se nos concentramos simplesmente na economia e assumirmos que a U.E. não pode sobreviver como sistema integrado (o que, por ora, carece ainda de demonstração) e se partirmos do princípio que a Alemanha é o motor politico-económico da Europa, mas incapaz de operar fora do contexto de uma coligação, pode-se logicamente argumentar que uma coligação germano-russa poderá ser o resultado do declínio ou, mesmo, da implosão da U.E.
Este cenário deixa muita gente inquieta. Em primeiro lugar a Polónia, ensanduichada entre a Alemanha e a Rússia. Em segundo lugar, os EUA, uma vez que Washington veria um bloco germano-russo como um desafio significativo e muito mais relevante que a União Europeia na sua formulação actual a 27. Seria, por um lado, um relacionamento muito mais coerente e mais fácil na definição de politicas que o actual sistema em vigor na U.E. (ou seja, it takes only two to tango), por outro, enquanto que a U.E. não desenvolveu uma dimensão militar devido a dissensões internas, a emergência de uma dimensão político-militar acoplada a um bloco económico germano-russo é mais factível.
Revertendo à questão dos mísseis “Patriot”, independentemente de outros considerandos, a possibilidade de um estreitamento de relações militares e de defesa entre a Polónia e os EUA, para contrariar a potencial aliança germano-russa, a que se poderiam juntar alguns dos estados bálticos, deve ser encarada, como uma hipótese de trabalho
A Polónia dispõe de uma Força Aérea bem apetrechada com os mais sofisticados F-16 a que se juntam , agora, os mísseis “Patriot”.
A crise económica e financeira pode desembocar em cenários como os descritos, muito embora não sejam inevitáveis.
O certo é que uma aliança entre a Alemanha e a Rússia, primeiro, económica e eventualmente militar, a que se contrapõe uma outra entre os EUA e a Polónia, irá criar novas divisões na Europa e um novo quadro de relações.
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