Como se resolvem algumas dificuldades orçamentais no MNE - Para limar algumas arestas e uma vez que não pode mexer nas despesas fixas que são muito avultadas, L. Amado, aconselhado, vá-se lá saber por quem, decidiu não preencher adequadamente certos postos, dilatar o mais possível o envio de chefes de missão, devidamente credenciados, e prolongar as encarregaturas de negócios, protelando igualmente as nomeações para postos tidos por mais importantes. Com estas manobras, ganhou tempo e algum dinheiro (entenda-se, não o gastou, logo poupou). Expliquemo-nis, melhor com alguns exemplos concretos de fácil compreensão:
- ao enviar Luisa Bastos de Almeida para Ankara (contrariamente ao que afirmámos há uma semanas ela abandona Montevideu), deixando o Uruguai entregue a um encarregado de negócios. Como o posto não é considerado prioritário pode ficar eternamente à espera de embaixador.
- Não preenche Estocolmo, nem Bratislava, recentemente vagos, deixando-os igualmente à espera de novos Chefes de Missão, sendo entretanto geridos por encarregados de negócios. Acabada a presidência sueca, tendo sido efectuadas visitas de estado recentemente a ambos os países não há nada nesta frente. Podem esperar.
- Nos países bálticos serve-se do estratagema (absurdo) de os considerar como umas embaixadas europeias de 3ª ou 4ª categoria, as 3 (Riga, Tallinn e Vilnius) têm apenas o Chefe de Missão. Uma dispõe de um funcionário diplomático "itinerante", i.e. que se deve passear entre as 3, como se isto fosse lógico e congruente (é por demais evidente que tal não tem acontecido) e, finalmente, têm um funcionário do quadro do MNE que vai fazendo as contas de uns e de outros, para que tudo bata certinho. A isto chama-se uma boa gestão dos recursos humanos. A meu ver, para além de patentear bem a nossa pinderiquice, é uma solução pouco digna e que nos expõe ao ridículo, sobretudo dos países que queremos, à viva força, imitar.
- Solução idêntica foi a adoptada para a Eslovénia, entregue à embaixadora, mas sem funcionários diplomático ou administrativo.
- Idem, idem para Lima (a América Latina nunca foi uma prioridade para qualquer governo)
- Um outro exemplo, veja-se o tempo que levou para finalizar o movimento triangular Pequim-Camberra-Budapeste, que ainda não chegou ao seu termo, longe disso.
- Finalmente, o Cairo só agora é preenchido, após quase um ano de espera.
Será isto uma gestão séria e eficaz dos recursos humanos do MNE ou a política externa deixou de ser uma política de estado?
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