segunda-feira, maio 30, 2011

Teste para as eleições



Para a solução do problema que toda a gente tem em mente, ou seja  "em quem vamos votar?",  proponho-vos um pequeno teste:

Responda sinceramente

1. Está de acordo ou aceita como inevitável o MOU troika-Portugal ou recusa o dito acordo liminarmente?

2. Se recusa, vota BE ou CDU, pode mesmo ser em estilo moeda ao ar. Vamos lá por partes: mais "prá frentex", bloco; mais conservador, estilo classe operária da Baixa da Banheira, então vota PC e fellow travellers.
No fundo, votar Bloco ou CDU é relativamente inconsequente, porque nem um nem outro têm qualquer hipótese de chegar ao Poder. Todavia, se se pretende dar alguma expressão a vozes de discordância no Parlamento, com repercussão (limitada) nos media é um caminho a escolher..
 A meu ver, se quer dar um murro na mesa e mandar tudo às urtigas, na lógica do quanto pior melhor, as opções são estas e neste caso será até  preferível votar no Bloco de Esquerda. Não se perde nada com o quiosque e marca-se uma posição clara.

 3. Se, de algum modo aceita o MOU da troika - independentemente das razões que o levam a isso: então tem 3 opções: ou o Sócrates y sus muchachos ou o Pedrinho de Massamá ou o Paulinho das feiras. As diferenças ideológicas entre eles são praticamente nulas. Existem diferenças de estilos e de personalidades. That's all folks! What did you expect? 

4. Se opta pelo Sócrates e xuxas, está a premiar o verdadeiro fautor da crise – embora, não seja o único -  e, além disso, a incompetência, a corrupção, a aldrabice e blá-blá-blá-blá e ainda blá, ou seja está a beneficiar o infractor, que nunca se sentará, como devia, no banco dos réus. Creio bem que seria a última das hipóteses, neste segundo leque de alternativas. De qualquer forma, existe, mesmo assim, uma ténue hipótese de ganhar e, nesse caso, teria de governar em coligação. Todavia, se isso vier a acontecer - cruzes, canhoto! -, Sócrates seria forçado a passar a bola para outro comparsa dentro do partido, porque PSD e CDS decididamente não alinham com ele. Logo, as coisas começariam mal, muito mal, mesmo, e o país correria o risco sério de se tornar ingovernável. Votar Sócrates é o pior de todos os cenários concebíveis!.

5. Se escolhe o Pedrinho de Massamá, está a dar um tiro no desconhecido, senão um tiro no pé, o que, em ambos os casos de figura,  pode ser perigoso. O homem não tem grandes ideias quanto à governação do país, jamais se refere ao MOU da troika – ou seja, ao verdadeiro programa de governo (Tem medo, respeita algum tabu ou não o quer aplicar? Decida-se lá uma vez por todas. Vamos!), não é credível, não inspira confiança, não tem experiência, nem estofo, nem, quiçá, equipa para lidar com os problemas da magnitude que se põem a Portugal nos próximos tempos. Acresce que tem todo o baronato novo e velho contra. Até pode ganhar o pleito, mas só poderá governar em coligação, a pé-coxinho e sem alma.

6. Resta o Paulinho. Não abono muito em favor do candidato, sobretudo pelo seu perfil moral e pela sua trajectória política. Não me esqueço quando era director do falecido “Independente” e deitava abaixo o Cavaco, sem qualquer sentido, semana sim, semana sim, para permitir a entrada triunfal do Guterres. Pois, então! Não está acima de qualquer suspeita. Não, senhor, não está! Tem, porém, experiência governativa e algumas figuras de certa valia no seu grupo. Possui também algumas ideias (sobretudo na área social, agrícola, de segurança, etc.), o que, obviamente, não chega para conquistar S. Bento e as respectivas subidas nas sondagens demonstram de modo inequívoco  que as suas perspectivas eleitorais são por ora mais do que  insuficientes para o alcandorar a esse grande voo.  Ah, mas pode, porém, ser o "pivot" da situação pós-eleitoral e terá que dispor de algum peso para o efeito. Vai ser o factor decisivo e muito provavelmente irá para o Poder, ou, antes, irá partilhá-lo com alguém, numa segunda posição com algum músculo e voz grossa.  Por conseguinte, trata-se de uma hipótese a ponderar, com muitas, mas, mesmo, muitas  reservas, bem entendido.     

7. Votar em branco, nulo ou nos partidos de cácaracá é um voto totalmente inútil e para tal não é preciso ir às urnas. Não tem qualquer influência no resultado final, a não ser que alimente convicções estilo José Saramago, seja amigo dos animais, da extrema-direita skin  ou dos madeirenses frustrados e queira actuar em solidariedade  com estas nobres ideias. O país, porem, não vai nessas cantigas e a opção por essa bambochata não serve rigorosamente para coisa alguma, a não ser para folclore.



8. Resumindo e concluindo, na lógica do vai ou racha:
- Se vai, então voto útil no Portas.
- Se racha (que não é para já, entenda-se), voto útil no BE.

9. É claro que, como já o disse, inúmeras vezes,  não me sinto identificado com o sistema - que não é credível, nem representativo - e entendo, com todas as minhas forças,  que o regime tem de mudar, mas, por ora, não estão reunidas as condições para tal. Logo há que dar tempo ao tempo e aguardar que  o próximo governo atire a Tugalândia para a inevitável e inescapável insolvência (com ou sem MOU) ou para o fundo do caixote de lixo da História e depois construiremos alguma coisa. Do caos há-de um dia nascer a luz. É de novo o Big bang!

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