sábado, maio 07, 2011


Crise económico-financeira: o problema britânico



A propósito do possível resgate financeiro pela “troika” de Portugal, o “Daily Telegraph” de Londres (http://www.telegraph.co.uk/finance/comment/jeremy-warner/8493209/UK-is-not-Portugal-but-it-could-become-so.html), refere, em sínteses que não há duas sem três. Todavia, na análise do caso vertente, trata-se de um aviso sério e que deve ser devidamente ponderado pelo Reino Unido quanto aos perigos da dívida pública descontrolada. Segundo o mesmo jornal, Portugal junta-se, agora, à Grécia e à Irlanda na escravatura económica aos burocratas sem rosto da Europa e do Fundo Monetário Internacional. 
De registar que a Grã-Bretanha é particularmente sensível a uma crise fiscal devido à dimensão do respectivo sector financeiro com ramificações um pouco por toda a parte e com garantias que excedem várias vezes o PIB. Nesta perspectiva, o RU é tão vulnerável como a Irlanda. Muito embora tenha lidado com o problema bancário com eficiência acrescida, o certo é que ao menor sinal de perigo iminente, os investidores podem retirar-se do mercado e a confiança desvanecer-se, na medida em que a capacidade para pagar as respectivas dívidas poderá ser posta em causa.
Subsiste o duplo risco de contágio do RU às crises da dívida soberana e dos mercados financeiros. O conjunto da dívida britânica (pública, privada, das empresas e do sector financeiro) supera o de qualquer outro país europeu.
Com uma economia debilitada, qualquer subida nas taxas de juro seria um verdadeiro desastre para o RU, muito pior que as medidas de austeridade que estão na forja. A dívida britânica encontra-se hiper-dimensionada e não se vislumbra qualquer luz ao fundo do túnel.
O RU encontra um ponto de comparação não com a Grécia, Irlanda ou Portugal, mas, sim, com a Espanha que pode descarrilar a qualquer momento, maxime se as taxas de juro aumentarem, por exemplo 2 pontos percentuais. A Espanha pode estar muito mais próxima de cair no precipício do que normalmente se pensa. 

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