Lusopessimismo?

O conhecido internauta, colega da blogosfera e também embaixador em Paris, Francisco Seixas da Costa, publicou no seu blogue duas ou três coisas um interessante post sob o título “Os nossos vuvuzelas” que, com a devida vénia, e respeitando o copyright transcrevemos:

Qual é a semelhança entre os vuvuzelas e alguns profissionais do lusopessimismo?

Plantam-se por todo o lado, criam um ruído permanente, já estamos todos fartos de os ouvir, cada um tenta ser mais escutado que o outro, não se pode mandá-los calar porque é politicamente incorreto, desconcentram-nos do essencial mas, no final de contas, acabam por não ter qualquer influência no resultado.

Saudavelmente discordamos.

Seguiram-se n mensagens, umas de apoio outras de crítica ao texto supra.

A visão de Seixas da Costa, à semelhança da da classe política no Poder em Portugal, é  panglossiana, porque nem tudo vai bem no melhor dos mundos e toda a gente o sabe. Há algo de pôdre no reino da Dinamarca e Seixas da Costa melhor do que ninguém o conhece. Escamoteá-lo é altamente incorrecto. A verdade tem de ser dita doa a quem doer.

Um ex-membro do (des)Governo socrático dizia-me, há uns anos, que o Sr. Pinto de Sousa tinha formalmente proibido os seus ministros de apresentarem  versões negras ou quadros menos risonhos da situação polítca, económica e social na Tugalândia. Tudo tinha de estar pintado de fresco de cor-de-rosa brilhante.

O discurso do “sangue, suor e lágrimas” de Winston Churchill na II Guerra Mundial não será propriamente o paradigma do nosso PM, consolidado no Poder pelo voto das massas populares para as galvanizar e dar-lhes alento. Nem mais, nem ontem!

O discurso da esperança, cada vez mais o discurso da esperança, sempre o discurso da esperança e assim se vai mentindo ignobilmente ao Povão. Porque de mentira se trata e não de outra coisa.

Não, mil vezes não! Não nos tomem por imbecis! Não nos mintam mais, pois os números estão lá e por mais que os manipulem não conseguem esconder a triste realidade.

E os arautos da desgraça? Quem são? Onde estão as Cassandras? Medina Carreira, João Salgueiro, Ernâni Lopes, Mário Crespo, João Duque, Campos e Cunha, Fernando Urich, Belmiro de Azevedo e muitos, muitos mais. Não são ouvidos? Precisam de trombetas, megafones, ampificadores de som, estúdios de televisão, páginas de jornais e revistas para que as pessoas os ouçam?

Francamente...

E engana-se, meu caro, feitas as contas, são capazes de ter influência no resultado final.

Não, Francisco Seixas da Costa, a verdade tem de vir à tona de água e não a podemos escamotear. Não é correcto, nem honesto  fazê-lo.

Não há luso-pessimistas de serviço, mas patriotas que vêm o seu país a ir pelo cano abaixo e têm um nome: são luso-realistas. The rest is silence!