domingo, junho 27, 2010

Apocalipse no Golfo? – Com algumas reticências quanto ao teor das informações infra e fundadas reservas quanto às respectivas fontes, a seguir se reproduz o teor de algumas notícias que estão a circular com insistência em certos meios e que causam naturais apreensões, senão, mesmo, alarme.

Será uma explosão nuclear a solução para estancar a fuga de petróleo no Golfo do México?





Deliberadamente os nossos meios de comunicação não relatam o que se está realmente a passar e que é bem mais perigoso do que tem sido até agora divulgado  ou então estão a ser objecto de censura externa.

 Da Rússia, a jornalista Sorcha Faal informa-nos que circula no Kremlin um relatório preocupante destinado ao Primeiro-ministro Putin da parte de Anatoly Sagalevich do Instituto Shirshov de Oceanologia da Federação Russa advertindo que o fundo marinho do Golfo do México já se encontra “irreparavelmente” fracturado e que o nosso planeta deve mentalizar-se e preparar-se  para um desastre ecológico desmedido “para além de toda e qualquer compreensão”, salvo se se tomarem medidas extraordinárias” para deter o fluxo maciço de petróleo bruto para o undécimo maior corpo de água do mundo (o Golfo do México).

O mais importante ao analisar-se a advertência de Sagalevich é que ele e os seus colegas científicos da Academia Russa de Ciências são os únicos seres humanos que estiveram no local do derrame de petróleo no Golfo, após terem sido chamados ao local do desastre por parte da companhia petrolífera britânica  BP, depois do afundamento da plataforma “Deepwater Horizon”, em 22 de Abril.

O pedido que a BP fez a Sagalevich, pouco depois desta catástrofe se ter iniciado deve-se ao facto dele deter o recorde mundial de imersão em água doce  e a sua experiência com os veículos de Submergência Profunda da Rússia, o MIR 1 e o MIR 2 que possuem a capacidade para transportar as respectivas tripulações a uma profundidade de 6.000 metros.

Segundo o relatório de Sagalevich, o derrame de petróleo para o Golfo do México não está apenas a escoar-se pelo poço de 22 polegadas que os EUA mostram através das suas cadeias de televisão, mas  pelo menos de 18 outros poços sobre o “fundo  marinho fracturado” sendo o maior de 11 quilómetros, donde se afundou o “Deepwater Horizon” e está vomitando para as águas do Golfo cerca de 10 milhões de litros de petróleo/dia.

É interessante salientar que este relatório de Sagalevich, assinalando que ele próprio e outros científicos russos, foram solicitados pelos EUA para subscreverem documentos, em que se comprometiam, sob compromisso de honra,  a não relatarem as suas pesquisas e descobertas a qualquer meio de comunicação social, quer norte-americano, quer de qualquer outro pais e tiveram de o fazer para operar de forma legal em águas territoriais dos Estados Unidos.

Não obstante, Sagalevich diz que ele e outros científicos foram dando actualizações quase hora a hora ao governo norte-americano bem como aos funcionários da BP sobre o que estavam a observar no fundo marinho, incluindo ao Senador Bill Nelson, do estado da Florida, que, na posse dessas informações, terá  referido à estação  noticiosa MSNBC “Andrea estamos vendo algo totalmente novo agora mesmo, ou seja, existem já notícias de que o petróleo está a escoar-se para cima  desde o fundo marinho… o que indicaria, se é que isto está  absolutamente certo, que a coberta do poço se encontra de facto perfurada debaixo do fundo marinho. Assim, como sabes, os problemas poderiam ser muito maiores do que os que, até agora, pensávamos estar a enfrentar”.

Ainda que não estejam directamente referenciadas no relatório de Sagalevich, as descobertas dos científicos russos sobre o verdadeiro estado do desastre petrolífero do Golfo do México estão, para além de qualquer dúvida, a ser comunicadas ao seu amigo de longa data Matthew Simmons que foi o assessor principal do ex-Presidente George W. Bush, a quem os relatos dos media norte-americanos assinalam abertamente: “Matthew Simmons está a fazer finca pé tentando maximizar a sua história asseverando que há outro derrame  gigantesco no Golfo do México bombeando quantidades monstruosas de petróleo naquelas águas”. Em “Fast Money” da CNBC, o referenciado disse que ficaria  surpreendido se a BP pudesse aguentar até ao final do Verão, afirmando que o desastre é da total  responsabilidade daquela empresa.

Como pessoa proeminente na indústria petrolífera e um dos  mais destacados peritos do mundo nesta matéria, Simmons sublinha  que os Estados Unidos têm uma única opção” deixar secar o poço - o que levaria cerca de 30 anos e arruinaria o oceano Atlântico - ou detoná-lo nuclearmente”.

O governo de Barack Obama, por outro lado, indicou que a opção nuclear não está  sobre a mesa para pôr fim a esta catástrofe, o que conflitua com a opinião dos peritos russos e norte-americanos que advogam esta medida antes que tudo esteja perdido e, como informa o diário Britânico, The Telegraph:

“A antiga União Soviética utilizou armas nucleares em cinco ocasiões distintas entre 1966 e 1981 para apagar com êxito poços de gás e de petróleo na superfície (terá havido uma só tentativa que falhou). Tudo isto foi documentado por um relatório do Departamento de Energia dos Estados Unidos sobre os usos pacíficos da URSS das explosões nucleares.”

Aparentemente, a Rússia está agora a  pressionar os Estados Unidos para que façam o mesmo.

O Komsomoloskaya Pravda, o diário russo de maior tiragem, assegura que, ainda que se baseie na experiência soviética, existe uma possibilidade em cinco de que o poço possa não selar , trata-se de  “uma aposta que os norte-americanos terão que arriscar”.

Diz-se que a URSS desenvolveu dispositivos nucleares especiais para fechar os poços de gás pondo em prática a teoria de que a explosão de uma detonação nuclear taparia qualquer poço num raio de 25 a 30 metros, dependendo da potência do dispositivo. As explosões maciças podem utilizar-se para fazer colapsar um poço com  fugas, tapando, ou pelo menos contendo substancialmente o fluxo de petróleo.

“A detonação nuclear do fundo marinho está a começar a ser encarada como factível e apropriada” é o que diz o engenheiro Mecânico  da Universidade do Texas, Michael E. Webber enquanto que o investigador visitante sobre política nuclear e ex-oficial naval Christopher Brownfield escreveu no Daily Beast: “Já teríamos demolido este poço com explosivos há mais de um mês. E, no entanto, vemos com um insuportável espanto que a BP vai desonestamente  usando e descartando plano após plano para recuperar o seu petróleo e resguardar a sua propriedade”.

Quanto à razão do governo Obama para negar-se sequer a ponderar a detonação deste poço por meios nucleares, Sagalevich refere no seu relatório que a “preocupação principal” dos Estados Unidos não é a catástrofe ambiental que está na origem deste desastre, mas antes o impacto que a utilização de uma  arma nuclear para estancar  o derrame teria sobre a contínua produção de petróleo do Golfo do México e que num mundo sequioso de energia continua a ser a única região produtora de petróleo do planeta com capacidade para aumentar a respectiva produção.

Acresce que para além da  catástrofe ambiental que ocorre actualmente no Golfo do México, a situação poderia piorar pois novas informações dos Estados Unidos confirmam as sombrias previsões dos científicos russos relativos aos venenos de dispersão de petróleo que está usando a BP e que estão a ser recolhidos até ás nuvens e caindo como chuva tóxica  matando todas as plantas vivas com as quais entra em contacto.

Ignoramos qual será o resultado final desta catástrofe, resta-nos sublinhar o que parece óbvio, ou seja a opção com que se confrontam hoje os EUA e deter este desastre por qualquer meio ou pagá-lo muito mais caro, depois.

Perante tudo isto, valerá o petróleo barato o preço da destruição do nosso próprio planeta? A BP certamente pensa nestes termos, esperamos que Obama pense de modo diferente. 

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