quarta-feira, julho 27, 2011


Diplomacia económica às “portas”



Depois de Angola e Moçambique, Paulo Portas deslocou-se, agora, em visita oficial ao Brasil para defender a sua “grande causa”: a diplomacia económica. Haveria que despertar os brasileiros para a fase que se vai seguir em terras lusitanas: as privatizações. A este respeito, assim reza o blog da embaixada de Portugal em Brasília: “ O governo português decidiu antecipar o programa de privatizações e está convocando as empresas brasileiras, privadas e estatais, a participarem dos primeiros leilões que serão realizados ‘ainda no terceiro trimestre’ deste ano.” Well, my friends, best o’luck because you’re gonna need it. Aliás, todos esperamos que resulte mesmo para bem dos lusitanos e do nosso querido país. O único problema  remanescente é que temos medo de nos enganarmos e continuamos a ter dúvidas
Como construir a diplomacia económica, que para P. Portas deve primar pela  “excelência”, no quadro de crise e de cortes orçamentais que Portugal atravessa?  O MNE responde :  “Optimizar e maximizar. Articular a rede comercial com a diplomática”. A esta precisão e concisão do Ministro, contrapomos uma pergunta ainda mais precisa e concisa: Como?
Sim, como? É a pergunta que se impõe.
Efectivamente, estas frases feitas ditas com grande solenidade, sabedoria e circunspecção valem o que valem. Braga de Macedo e a sua equipa ainda não chegaram a quaisquer conclusões e o douto relatório que vão produzir vai demorar ainda mês e meio até ver a luz do dia.
Outra pergunta que se impõe: o CDS-PP e o PSD, mas, principalmente, o primeiro, - até porque Paulo Portas desde há muito que ambicionava ser Ministro dos Estrangeiros - têm seguramente ideias concretas sobre o assunto, ou seja sobre a diplomacia económica, ou limitam-se às ideias vagas e às frases feitas e estão á espera que alguém  tenha capacidade para inventar a roda?
Pergunta-se: haverá algum gabinete de estudos no CDS-PP ou no PSD que se dedique a estes temas? É que não basta querer ser Ministro, é preciso saber governar. Não existindo uma tal estrutura a nível partidário, será que no MNE, à semelhança dos seus congéneres estrangeiros, não se podia já ter criado um gabinete de estudos e prospecção, aproveitando diplomatas no activo e na disponibilidade, funcionários do AICEP e do Ministério da Economia e eventualmente de outros ministérios, para se dedicarem, entre outros temas, à diplomacia económica, em todas as suas vertentes?
É que talvez se poupasse algum dinheiro ao Estado e se ganhasse alguma eficácia com esta solução, dispensando-se  a escolha de um trio mediático que vai, como é habitual nestas lides, parir um rato e proferir para os basbaques aulas magistrais de cátedra, cuja inutilidade é mais do que manifesta.
Para já, a diplomacia económica carece de uma definição pacífica e comummente aceite. As orientações, o modus faciendi, o modus operandi, a articulação, os meios disponíveis e uma infinidade de outros temas têm de ser analisados, dissecados, delineados e assentes.    
O governo vive ainda em estado de graça, que é, pela sua própria natureza, efémero, por conseguinte tem de agir rapidamente para que não entremos num Estado sem graça.  

2 comentários:

Anónimo disse...

CONFORME ERNESTO SUGERE HÁ QUE SER PRÁTICO NESTAS COISAS DA DIPLOMACIA. DE FLORES JÁ ESTAMOS TODOS FARTOS.
A QUESTÃO É A DE SABER;
1º- O QUE ENTENDE O GOVERNO POR DIPLOMACIA ECONÓMICA?
2º- SE D.E. É VENDER O PAÍS AO DESBARATO NÃO SERÃO PRECISOS DIPLOMATAS (ENCARTADOS OU NÃO) PARA ISSO. BASTARÁ UNS ANUNCIOS EM JORNAIS DA ESPECIALIDADE.
3º- SE D. E. É TER ESPECIALISTAS EM ECONOMIA INTERNACIONAL, ENTÃO QUE SE VÃO BUSCAR OS BONS NISSO AO ICEP E OS INTEGREM NO MNE (OU COMO TECNICOS, OU COMO DIPLOMATAS)
4º- SE O QUE SE QUER É INTEGRAR O AICEP COMO UM TODO NO MNE (ACABANDO COM A DGATE) ENTÃO QUE SE FAÇA QUANTO ANTES SEM DISFARCES OU SUBTERFUGIOS.
ALBINO ZEFERINO

Anónimo disse...

CHEIRA-ME QUE ESTA SALOIADA DA DIPLOMACIA ECONÓMICA VAI ACABAR POR FAZER O GOVERNO DAR COM OS BURRINHOS NA ÁGUA. O PASSOS QUE NÃO SE META COM O PORTAS POIS ESTE NÃO É FLOR QUE SE CHEIRE. ESTA HISTÓRIA DE LHE TIRAR O TAPETE COM O BRAGA À CABEÇA DO AICEP NÃO CREIO QUE VENHA A DAR BOM RESULTADO. A VER VAMOS.
ALBINO ZEFERINO (CORRESPONDENTE DIPLOMÁTICO)