quinta-feira, dezembro 23, 2010

Subsídios de representação 


O MNE não devia ser como é uma coutada de um número restritíssimo de senhores. No caso dos abonos de representação, congeminados numa fase inicial, como uma distribuição mais equitativa do "bolo", de acordo com as condições de vida de cada local de afectação e da posição hierárquica de cada funcionário, foram rapidamente desvirtuados por todos os malfeitores e mafiosos que passaram pelo 4º andar e que  obtiveram o aval para as suas actividades menos transparentes e - porque não dizê-lo - criminosas por parte do Poder político. Até porque alguns estavam interessados em postos financeiramente apetecíveis, contando sempre "with a little help from my friends". E mais não digo... Será compreensível que um diplomata em Madrid ganhe em subsídio de representação entre 13 a 14.000 Euros e quem esteja  na Índia se fique pelos 7/8.000? Será que o custo de vida comparado entre esses dois países nos leva a essas disparidades ou é obra desse grupo de  bandoleiros de meia-tijela? Nunca se quis pensar a sério num sistema equilibrado e justo das representações. Foi um fartar vilanagem para alguns e os outros que vão para.... Os ministros nunca se preocuparam a sério com esta questão que é verdadeiramente central, mas que lhes passou ao largo.
Depois há que ver se o sistema é de facto equitativo.
Em seguida, há que saber-se porque querem os diplomatas isenção do pagamento de IRS e de descontos para a CGA relativos ao valor da representação? Não será estupidez, que se esconde por detrás de uma chico-espertice de resultados duvidosos? Se descontarem uma boa maquia para a SS, também auferirão, mais tarde, uma choruda aposentação? Por outro, será justo não se pagarem impostos sobre essas quantias astronómicas a que o comum dos cidadãos não tem acesso - uma representação mensal em Madrid, por exemplo, equivale a várias vezes uma pensão anual de mera subsistência, ao dobro do salário mínimo anual e, pelo menos,  a um salário médio anual?
Será justo? Está correcto?
Quem é que desvirtuou tudo isto?
Não se aperta o cinto diplomático ou apertar é só para o povão?
Faça-se justiça.      

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