Quo vadis Europa (parte tantas de não sei quantas)? - brevíssimos comentários -
O estudo da Stratfor é omisso quanto ao impacto estrutural dos CDS (Credit default swaps), a nível europeu e global.
O estudo da Stratfor é omisso quanto ao impacto estrutural dos CDS (Credit default swaps), a nível europeu e global.
A geografia, ou seja os rios, as planícies, os climas, etc. justificam, de facto, diferenças entre as economias da união e, deste modo, os PIGS deveriam pagar 4/5% e não os 2% da Alemanha, mas se vão pagar 10%, isso já nada tem a ver com questões estruturais de competitividade mas, sim, com puros movimentos especulativos.
Nesta conformidade, a análise serve para explicar 40% do problema, mas não o explica na íntegra. De facto, os países meridionais têm que ter mais cabeça. A Alemanha protege legitimamente os seus interesses egoístas, como aliás todos o fazem (o problema é que quem lidera tem responsabilidades acrescidas), e à falta de melhor sistema (tudo isto deveria, obviamente, ser repensado e redesenhado) acabamos por seguir a Alemanha porque é a única que se encontra em condições de impor regras aos demais. Não nos encontramos perante a situação ideal, longe disso, talvez esta peque por ser intrinsecamente injusta, mas num exercício mental de prós e contras acabamos por aceitar o status quo porque a alternativa é pior.
Agora os restantes 60% explicam-se porque a interligacao das economias e a desregulamentacao dos mercados permite que o círculo restrito, mas com peso, da alta finança de Nova Iorque ganhe muito à custa de muitos. É claro que questionar o capitalismo - para os seus defensores, um sistema que se auto-regenera e que se auto-regula - constitui uma heresia para a Stratfor, que faz parte do grupo. Assim sendo, o capitalismo gera o ponto mais eficiente e esse deve consistir no ponto de partida. Em seguida, a sociedade deve escolher se quer sacrificar a eficiência (output) para ter mais equidade. Quando poucos ganham muito e muitos perdem pouco a decisão acaba sempre por favorecer os primeiros que são os únicos com incentivo para se mobilizarem/lobbiarem. E os factos provam-no: crise após crise, no seguimento das consequentes cimeiras e reuniões do G20, os poucos que ganham muito continuam alegremente a brincar aos CDS e equiparados. Ponham-se restrições aos derivados e demais produtos tóxicos e o problema não teria, seguramente, estas dimensões, talvez fosse 60% mais pequeno ...
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