quinta-feira, dezembro 09, 2010

Quo vadis, Portugal? E já agora Europa (já não sei que parte é esta, mas não faz mal...há tantas) 





Da crise e sempre da crise – Diz a imprensa do dia: “A proposta ítalo-luxemburguesa para a emissão de uma dívida europeia conjunta por países da zona Euro foi novamente rejeitada pelo governo alemão.” Assim funciona a solidariedade europeia. Meus amigos, isto de “união”, nem sequer vale como símbolo: só tem o nome e palavras leva-as o vento. Em suma, a Alemanha e um grupo de escolhidos mandam à fava um conjunto heterogéneo de países ditos periféricos que onde estão bem é na pocilga (ptqtp+ab;  a primeira parte não necessita de tradução, a segunda reza: mais à burra). O núcleo duro de meninos bens comportados, que não gastaram a mais, que se portaram sempre bem, merecem, os outros não. Não é o contribuinte alemão que vai pagar por essa gente suja e desgrenhada, que não tem disciplina, não trabalha e vive de mão estendida. Já chega! Ponto final
Ah, na década de 80 era fácil, cómodo e interessante dar dinheiro a esses “untermenschen” meridionais que acabariam por comprar mais BMW’s e máquinas Bosch alemãs. Tás a topar? Porreiro, pá!  Depois há o retorno com dividendos, pois então. O pior é quando o dinheiro começa outra vez a fluir no ciclo inverso isto é do centro para a periferia, mas agora sem compensação.   Nem mais um tuste para essa cabrada! Eh, pá mas os gajos estão a viver a crédito e depois não compram Mercedes e bolas de Berlim. Pois, pois, eu quero é que esses gajos se lixem, senão quem bate a porta sou eu e mando isto tudo àquela parte. Eu vou pagar a pensão aos 50 anos dos gregos? As dívidas dos portugueses? A crise da banca irlandesa? O preço absurdo dos imóveis espanhóis? Eu dou-lhes o arroz! Vou mas é olhar para as economias emergentes. Até têm um  nome mais bonito: não são PIGS, mas BRIC’s (tijolos – e, como sabes, com tijolos constrói-se o nosso prédio). Na Rússia, na China, na Índia e no Brasil é que é bom. É o que está a dar. Eh, pá mas pertencemos à mesma família, à mesma união e o que é que quer dizer união? Deixa-te de tretas que eu tenho mais que fazer que estar pr’aqui a discutir semântica contigo. Eh, pá, mas tu, arvorado agora em chefe da família europeia, nem conseguiste unificar decentemente o teu próprio pais, não é verdade? Vê lá tu que até levantaste um imposto de solidariedade, no tempo do Kohl, para se pagar a reunificação que os teus anafados patrícios do lado de cá, não queriam compensar. Muitos perguntaram, então: solidariedade? O que é isso? Ora se não o conseguiste fazer na tua própria casa, que imbecilidade foi a nossa em pensar que serias capaz de o fazer na famelga europeia, cada vez mais vasta, como, aliás, tu querias (lá vendias umas coisas para o Leste...). Foi ou não como tu pediste?
            Não, isto não é um contrato que não funciona e que vai ser denunciado unilateralmente. Isto não é um casamento a que se põe termo porque queremos ter as mãos livres para outras uniões. Mais. Não nos sentimos encornados, nem  estamos tristes por isso ou sequer com a hipótese de um dia o virmos a ser. Atemo-nos a um compromisso solene e por demais importante na História da Europa. A  Alemanha, que de um modo irracional e maléfico nos envolveu na pior guerra da história da humanidade,  ainda não pagou tudo o que nos deve. Pensem nisto. É bom que as coisas sejam ditas, de uma vez por todas,  para que não subsistam dúvidas.
            Se querem sair do euro que o digam claramente, se querem acabar com a União Europeia que o assumam, se querem voltar aos desvarios do passado que o digam, aqui e agora. Vamos lá ver se nos entendemos:  temos de tomar medidas e com urgência, por conseguinte deixem-se de merdas.
            No fundo a pergunta impõe-se: Quo vadis, Europa? Com os bifes a quererem sair de qualquer maneira e com hiper-abundância de argumentos (deles, entenda-se), com os franciús sem rumo, comandados por essa aventesma sem ideias, nem carisma, chamado Sarkozy , com os italianos na cóboiada e no bródio tão ao gosto de  Berlusconi. Os outros...Bom, os outros ou estão em crise, ou não existem ou são irrelevantes. A Europa necessita de liderança e com esta gente não vamos a parte alguma. Esta é que é a verdadeira crise, o resto é conversa.  
    Em suma: todas as crises são iguais só que nuns casos são mais crises do que noutros.

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