Podem limpar as mãos à parede com este aumento de fundos do BCE para “blindar o Euro”, através de um dito “Fundo de resgate” e, entretanto, emenda-se o Tratado de Lisboa. Fantasias! Não vai resolver nada, nem vai trazer confiança a quem quer que seja.
A crise financeira que a Europa e o mundo atravessam não é uma crise localizada, mas, como já o dissemos, global. É uma crise sistémica que não se resolve com mais dinheiro, com fundos especiais, com sacos, saquinhos e saquetas a transbordar de notas, que, aliás, se podem imprimir ao dobrar da esquina, como toda a gente sabe. Assim, a estulta criação do Euro, uma moeda comum, entre economias dissemelhantes, sem estar acompanhada de uma política fiscal comum, redundou nesta sub-crise, que é uma sequela do meltdown de 2008. O ataque contra o Euro é intenso e concertado. Interessa aos Estados Unidos estar na primeira linha desse ataque porque não lhes é admissível, sob nenhuma forma ou circunstância, que a sua própria moeda - the almighty dollar - esteja debaixo de fogo, porque sustentada por uma economia com pés de barro. Aliás, porque é se demonizou Saddam Hussein e se demoniza Hugo Chávez, Ahmadinedjad e quejandos? É precisamente pela tentação que todos eles tiveram de recorrer a outras moedas que não o dólar para venderem o bem mais precioso do planeta chamado petróleo. Se a alternativa era o Euro, nada mais fácil do que apontar as baterias nessa direcção.
Por outro lado, à Alemanha não lhe interessa estar num clube de supostos losers, que, note-se bem, ela própria criou, e o melhor é procurar outros rumos, alguns ínvios, como toda a gente sabe. A “pérfida Albion” nem sequer entrou. Os do Norte são “fiscalmente bem comportados” e alinham com a Alemanha, não vá constipar-se e a gente morre todos com uma pneumonia. Depois, a Sul e a Leste é a fome e a vontade de comer...aguentem malandros que bem nos esmifraram...agora, esmiframo-vos nós!
A crise chama-se falta de confiança e a falta de confiança é a crise e daqui não saímos.
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