Portugal-Grécia quase empatados a 0 € - Os mercados estão ávidos de sangue e os abutres da Europa dita comunitária olham para os PIGS - os "porcos", bela designação para os países em dificuldades (será que os ingleses são mais higiénicos; que os alemães não têm hálito a cerveja barata e os franceses limpam bem o olhinho do cú?) como alvos a abater. Assim, à Grécia sucederia Portugal, em seguida a Espanha e no primeiro virar da esquina a Irlanda. Vamos lá, então, todos especular contra as obrigações lusitanas e espanholas. Vamos dar-lhes conta do canastro. Mas será que todas estas realidades são comparáveis? I.e., a Grécia é igual a Portugal e este igual à Espanha e não é que minhotos e galegos têm sangue celta, logo terminamos com a Irlanda.
Todos gastaram demais. Todos utilizam o Euro. Todos vêm a dívida crescer dia após dia . Todos têm problemas nos indicadores económico-financeiros. Estes são os denominadores comuns. Os "limpos" põem em causa que os "porcos" sejam capazes de pagar as respectivas dívidas. Que eu saiba Portugal e Espanha sempre as pagaram. Mas, não. Os alemães e os outros hunos querem sangue e tanto se lhes dá que em Espanha se matem os touros e em Portugal não. É tudo a mesma maltosa. Ora, bem!
Depois existem as agências de "rating" que vêm dizer: "Bom, com pequenas variantes a melodia é a mesma". O Comissário Almunia preocupa-se, alarma-se e não se sabe bem se dirige avisos à navegação, se já está mesmo a falar a sério ou se isto é tudo conversa fiada. Depois, Cavaco vem dizer que as análises tornadas públicas são injustas e sem fundamento e que as comparações tugas-gregos são abusivas. Pois é, vá-se lá comparar o "ouzo" com o carrascão....
Em seguida a Mody's muda de "mood" e proclama: "Bom, não é bem assim, há umas diferenças. Esperemos que tudo vá pelo melhor". Juntam-se à fotografia a Fitch e numa outra fase a Standard and Poor's.
Enfim, toda a gente sabe que este Governo que nos rege e que agora range os dentes - e quase todos os que o precederam - meteram o pé na poça. Foi o fartar vilanagem e o maná vinha de Bruxelas. Porreiro, pá! Faz-se tudo e se não sabemos o que fazer inventa-se qualquer coisa para se ir fazendo.
Depois ninguém fala na nossa entrada para o Euro. Para alinhar com os alemães (lembram-se: um marco igual a cem méreis, logo um euro igual a duzentos, para as contas baterem certinhas) e, mais importante do que isso, com a sua política económico-financeira. Porque não o Euro a 230 ou 240 paus? Eh, pá isso, já não seria porreiro e dava um trabalho do caraçs para fazer as contas. O Povão não riria gostar. Além disso, não valeria também a pena discutir com os "boches", "krautz" e "hunos" as suas teorias, pelo menos as regras do jogo? Ou será que não tínhamos argumentos ou, então, tínhamos pura e simplesmente miúfa?
Será que a nossa Reper, as demais missões diplomáticas nos países comunitários, as nossas instituições bancárias, os nossos economistas e peritos e os nossos meios de comunicação social tão pertinazes nas investigações dos escândalos de meia-tigela não informaram estes palhaços do que vinha a caminho?
E o Constâncio que é tão bem pago, tão bem pago, tão bem pago, não previu que ia haver merda no beco? Porra! Vamos antes pagar ao professor Karamba ou à astróloga Maya que sempre saem mais baratuchos nas suas previsões e se se enganarem a gente depois ri-se.
Mas o Constâncio está porreiro, pá, salta de tacho em tacho até ao BCE para ocupar o lugar de Vice-presidente. É claro que se tratou, como ele próprio o diz, de uma "negociação política" . E para a "Deutschland uber alles" ter um fiel lacaio e continuar a mandar neste cantinho da Eurásia não há nada como atirar este ossinho aos tugas. Não custa, nem dói nada!
Sem comentários:
Enviar um comentário