Um Governo de Merda, num país de Caca, numa situação infecta (2/3)
Creio que me assiste o direito inalienável de me indignar - e do qual jamais abdicarei -, após, verificar, durante anos e anos, com as governações do PS (em quem não voto) e do PSD (com quem não me identifico), a inevitável queda no abismo, que impediu e impedirá, objectivamente e por inúmeras, gerações, o nosso país de saír do atoleiro em que se encontra. Foi com inconsciência, com incompetência, com ineficiência, com mentiras, com os fogos fátuos destas governações bacocas e primárias que estamos onde estamos. Afundaram Portugal, continuamente, alegremente, irresponsavelmente, não só com obras faraónicas, num modelo de desenvolvimento irrealista e demente, num keynesianismo mal estudado e colado com cuspo, sem qualquer vislumbre de viabilidade, construindo loucamente Expos-98 para alimentar o ego, estádios de futebol sem espectadores e auto-estradas sem tráfego, concomitantemente, distraindo o Povão com temas importantíssimos tais como os direitos dos homossexuais, o casamento gay ou o aborto. Para tais mentecaptos, o país real sempre lhes passou ao lado. Portugal viveu, no curto ou no curtíssimo prazos, sem estratégia, sem rumo e, sobretudo, sem esperança. Não, não vou por aí, como dizia o José Régio. Jamais irei, acrescento eu.
Como português e patriota não posso assistir impassível ao supremo vexame a que o nosso país está a ser submetido. E que ninguém me venha dizer que há mais culpas de a, de b ou c, pois todos somos culpados, incluindo você, internauta e leitor amigo e eu, muito naturalmente, claro, uns mais do que outros. O meu grito é um grito da alma, um clamor de revolta sentido, por tudo aquilo que estamos a sofrer e por todas os tormentos a que iremos ser sujeitos, a curto, médio e longo prazos.
Penso que chegámos ao termo de um ciclo económico e, igualmente, ao termo de um ciclo político. Crescentemente, os sintomas emergem um pouco por toda a parte, uns mais significativos, outros não. Estou certo de que a prazo, tudo terá de mudar. É possível que não assista a nada disso, mas as gerações mais novas irão testemunhar a grande mudança e, podem crer, que ela virá.
Todos nós temos os nossos ideais, mas não podemos votar clubisticamente em X, Y ou Z, porque somos mais para um lado do que para o outro. Temos de analisar o balanço do que fizeram e o que, agora, propõem. Temos de votar, muito à maneira anglo-saxónica, por temas, por assuntos, por posicionamentos em relação às diferentes matérias em discussão e não pelo "clube" do bairro ou da nossa juventude. Temos também de votar em gente incorrupta, que não minta, que não se contradiga e que não hesite. Esse é que se me afigura ser um voto responsável e não serão os partidos tradicionais (os "clubes") a monopolizarem o nosso sentido de voto. Somos livres e não nos submetemos.
Acresce que o sistema tem ser reformulado de alto a baixo, garantindo uma maior voz à cidadania, às organizações não governamentais, aos núcleos de base, ao homem da rua (isto não é demagogia, é a democracia real e é possível!). Não podemos estar sujeitos à partidocracia dominante e que tantos prejuízos nos tem trazido. Se eu sou, por exemplo, candidato deputado pelo PS por Viana do Castelo (escolhido pela máquina partidária, sem qualquer consentimento dos meus concidadãos), uma vez eleito mando Viana do Castelo às urtigas. Não respondo perante o eleitorado, mas, sim, perante, o Largo do Rato. Será isto democrático?
Estamos atascados em merda, da mais pura e da mais genuína!
Assunto a ser seguido!
Assunto a ser seguido!
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