Guiné-Bissau: Assassinato de Nino Vieira, pseudo-golpe de estado, narco-tráfico e o habitual molho de bróculos
Nota: reproduzimos, com a devida vénia, a foto do capitão Intchama tal como publicada no blogue "Didinho".
É muito interessante e suscita inúmeras interrogações a entrevista ao capitão Pansau Intchama que terminou, há dias, um curso para capitão na Escola Práctica de Infantaria em Mafra, ao abrigo dos acordos de cooperação técnico-militar Portugal-Guiné -Bissau e que fez declarações deveras surpreendentes ao blogue "Didinho" ( que podem consultar aqui http://www.didinho.org/OMEUENCONTROCOMOCAPITAOPANSAUINTCHAMA.htm)
Com efeito Pansau Intchama indicado pelo Procurador-Geral da República da Guiné-Bissau, Amine Saad como testemunha-chave na investigação sobre o assassinato de «Nino» Vieira, quebrou o silêncio relativamente aos homicídios do ex-CEMGFA Tagmé Na Waie e do ex-Presidente da República.
Evitou fazer grandes revelações - nunca se sabe o dia de amanhã -, mas reconheceu que esteve, juntamente com outros militares, na casa do ex-Presidente «Nino» na noite em que foi assassinado. «O nosso Comandante era o António Indjai. Um militar cumpre ordens do seu superior hierárquico...» limitou-se a dizer Intchama a Didinho.
Segundo o militar guineense o assassinato do ex CEMGFA, Tagmé Na Waie, que precedeu em poucas horas a eliminação de «Nino», estaria relacionado «com o narcotráfico, com os aviões que até hoje estão no aeroporto de Bissalanca».
Entre outras coisas, Intchama revela ter evitado que Isabel Vieira, a mulher de "Nino" fosse violada na noite do assalto à casa do presidente, quando este foi barbaramente assassinado à sua frente, a golpes de catana.
Pansau Intchama terminou a 16 de Julho o Curso de Capitães na Escola Pratica de Infantaria (EPI) em Mafra no quadro da cooperação militar luso-guineense. Em Junho deste ano, o Procurador Geral da República Guineense, Amine Saad, declarou aos órgãos de comunicação a intenção de proceder à audição de Pansau Intchama, afirmando inclusivamente que as diligências feitas pelo Ministério Público guineense junto do seu congénere português não teriam tido sequência. Contactada então pelo Jornal Digital, a Procuradoria Geral da República Portuguesa negou ter recebido qualquer pedido para acareação do militar guineense.
«Sim, estou disposto a regressar e já agora, faço questão que saibas que, contrariamente ao que dizem na Guiné, não fugi e, se estou em Portugal, isso é do conhecimento das nossas autoridades, pois vim fazer especialização desde Janeiro» declarou Pansau Intchama ao jornalista Didinho, autor do blogue guineense Contributo.
«Se dizem que sou criminoso, então que me enviem o bilhete de passagem para eu regressar e ser julgado pelos crimes que me acusam», insistiu Intchama.
A demissão e encarceramento do ex-CEMGFA Zamora Induta, as acusações sérias a Carlos Gomes Júnior e sobretudo ao Presidente Malan Bacai Sanhá não podem ser ignoradas, quem se interessa por estes assuntos não perderá certamente o seu tempo consultando o blogue "Didinho". A entrevista é composta por duas partes que devem ser lidas sequencialmente.
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