segunda-feira, julho 12, 2010

Corrupção no Afeganistão – Os EUA planeiam cortar a ajuda bilateral ao Afeganistão ao tomarem conhecimento de que milhões de dólares estão a ser desviados para o Dubai.
Aparentemente milhares de milhões de dólares estão a ser transferidos secretamente de Cabul para afegãos bem relacionados no Dubai para aí adquirem moradias de luxo, o que suscita apreensões nos meios políticos norte-americanos.
Tanto quanto se suspeita enormes quantidades de dinheiro estão a ser transportadas clandestinamente por avião em caixas e malas de viagem. De acordo com algumas estimativas, presume-se que desde 2007, pelo menos 3 mil milhões de dólares, em dinheiro “vivo” saíram do país por esta via. O destino preferido   é o Dubai, o paraíso fiscal do Golfo Pérsico. Uma vez que o PIB afegão corresponde sensivelmente a 13,5 mil milhões  é virtualmente impossível que os fundos envolvidos neste verdadeiro êxodo de capitais  correspondam a transacções comerciais legítimas.  Segundo o director das alfandegas de Cabul, todas as tentativas para estancar esta hemorragia de fundos falharam. Pensa-se que o banco central terá alcançado um acordo com  o governo para “legalizar” de algum modo estas transferências e as pressões para que este tipo de transacções prossiga o seu curso provém de “muito alto”.
Desde que invadiram o Afeganistão em 2001, os EUA investiram cerca de 300 mil milhões de dólares em operações militares e tarefas de reconstrução, mas os resultados têm sido pouco visíveis e escassos. Presume-se que grande parte do dinheiro destinado à reconstrução tem sido desviado  para o exterior.
Parece óbvio que a maior parte do numerário que sai através do aeroporto de Cabul não é declarado. Os políticos e os homens de negócios mais proeminentes embarcam pela zona VIP do aeroporto sem serem sujeitos a qualquer revista e, se acaso algum funcionário aduaneiro descobre malas com dinheiro líquido, “são feitos dois ou três telefonemas para pessoas altamente colocadas e o assunto é encerrado”, afirma o director-geral das alfandegas.
A maior parte das transacções financeiras no Afeganistão continuam a ser feitas através das chamadas “hawalas”, ou seja através de esquemas tradicionais islâmicos de transferência de dinheiro, assentes na honra e na boa-fé  em vez de documentos e recibos, um circunstancialismo que torna impossível aos investigadores ocidentais detectar os fluxos de dinheiro.

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